Roménia: O trajeto de uma seleção invicta a caminho do Euro 2024

    O jogo da última jornada entre Roménia e Suíça marcou uma mera formalidade: decidir quem seria o vencedor do Grupo I da Fase de Apuramento para o Campeonato da Europa de 2024, a realizar na Alemanha. Levou a melhor a seleção romena, com um tento solitário de Denis Alibec, assistido por Morutan, à passagem do minuto 50.

    Uma curiosidade fantástica para a seleção do leste europeu: com seis vitórias e quatro empates, a Roménia de Edward Iordanescu não perdeu qualquer partida na campanha de glória a caminho de terras germânicas, a realizar no próximo ano (já a Suíça, finalmente foi derrotada, alcançando ao todo, quatro triunfos, cinco empates e uma derrota).

    Falando agora um pouco do selecionador dos ‘Tricolorii’, é a sua primeira grande experiência ao leme de uma seleção nacional. Substituiu, em 2022, Mirel Radoi (19 internacionalizações). No entanto, conta com 10 anos de experiência em terras romenas. Tendo sido treinador de clubes como FC Vaslui, MTK Târgu Mures, Panduuri, Astra Giurgiu, foi no Gaz Metan (um campeonato nacional) CFR Cluj (1 campeonato nacional) e Steaua de Bucareste que se destacou, valendo-lhe o lugar de timoneiro do futebol do seu país natal.

    Com uma caminhada relativamente tranquila, calhou em sorte à seleção romena, as modestas seleções da Andorra, Bielorrússia, Kosovo, Israel e a porventura favorita a vencer o grupo, Suíça, que curiosamente, à semelhança dos romenos, também vai estar pela sexta vez em fases finais do Campeonato da Europa.

    O percurso dos ‘Tricolorii’

    A epopeia principiou com serenidade. Uma vitória por 0-2 em Andorra, seguida de um triunfo, em casa, por 2-1, pareciam ser, na altura, duas missões, à partida, obrigatórias de cumprir a ganhar.

    Eis que, Junho trouxe um empate a zero no Kosovo, começando a pairar as dúvidas sobre a formação de Iordanescu. Especialmente, tendo sido uma partida em que os ‘Tricolorii’ não foram dominantes e em que permitiram vários remates a uma seleção, a priori, fácil.

    O jogo mais complicado do grupo viria em perspectiva. Uma eventual derrota com a Suíça poderia afastar a Roménia de um eventual apuramento, mergulhando-a numa crise de resultados. Algo que não aconteceu que, porventura, serviu de trampolim para um acreditar do povo romeno na sua seleção. A Suíça chegou facilmente ao 2-0 por intermédio de Zeki Amdouni.

    A segunda parte antevia uma missão hercúlea para os ‘Tricolorii’. Um jovem de 23 anos, entrado já no segundo tempo, decidiu dar a volta ao jogo. Em apenas três minutos, e já em cima dos 90 minutos de jogo, Valenti Mihala fez dois golos e trouxe alegria a uma seleção romena que pouco fez para angariar pontos em Lucerna (menos de 30 por cento de posse de bola e três remates à baliza, contra seis dos suíços). Com um resultado final muito melhor que a exibição, a Roménia conseguiu um importante resultado de terrenos helvéticos.

    Com uma dupla jornada em vista, foi a vez de Israel ser o adversário. Uma igualdade a uma bola foi o resultado final, com mais uma partida praticamente dominada pelos israelitas. A sorte parecia sorrir à seleção de leste que, três dias depois, bateu o Kosovo por 2-0, trazendo de volta o rumo das vitórias.

    A viagem à Bielorrúsia trouxe uma Roménia sem sal, 0-0 indicou o placard no final da partida. Seguiram-se Andorra e Roménia, em casa. Com uma goleada caseira (4-0) e um triunfo complicado em Israel (1-2), os romenos conseguiram o tão desejado objetivo: a qualificação para o Europeu de 2024.

    O (glorioso) passado de uma Roménia que procura novos dias de glória

    A última presença dos ‘Tricolorii’ em fases finais do Campeonato da Europa foi em 2016, em França, torneio de grande memória para os portugueses, que venceram, na altura, um grande torneio pela primeira vez.

    É certo que esta está longe de ser uma Roménia de antologia, como a de outros tempos, à cabeça com a grande lenda Gheorghe Hagi, craque da década de 1990, muito habilidoso a nível técnico, uma qualidade de passe suprema e uma capacidade de remate com o seu pé canhoto, ao nível de poucos.

    Vasculhando o passado, da sempre conhecida seleção de jogadores hábeis com os pés, podemos ainda relembrar craques como Nicolae Dubrin (década de 1970, em que esteve muito próximo do Real Madrid) e Gheorghe Popescu (instrumental no PSV Eindhoven de Bobby Robson e Barcelona da década de 1990). Mais recentemente, destacaram-se nomes como Adrian Mutu (com um futuro incrível pela frente, falhou a ascensão ao estrelato), Christian Chivu (notabilizou-se durante vários anos na AS Roma), Bogdan Lobont (grande guarda-redes do início dos anos 2000) ou o conhecidíssimo Marius Niculae, avançado que foi campeão no Sporting CP, no início do presente século.

    A atualidade

    A Roménia de 2023 é uma seleção forte a nível colectivo, mas privada de grandes estrelas que forneçam criatividade e rasgos de génio que possam mudar o rumo de um encontro.

    Atualmente, está assente a nível defensivo em dois jogadores de duas gerações distintas: por um lado, a experiência decisiva de Vlad Chiriches, jogador que se notabilizou muito no Tottenham Hotspur e que passou pela formação do SL Benfica e ainda Radu Dragusin, jovem de 21 anos do Génova, que promete ser uma das grandes promessas nível mundial na sua posição.

    O meio-campo pertence à criatividade de Nicolae Stanciu, noutros tempos apontado como uma das grandes promessas do futebol romeno e a Ianis Hagi (dizer apenas que é o filho da maior estrela de sempre do seu país, Gheorghe Hagi), melhor marcador romeno da Fase de Qualificação com três golos, a par de Mihaila, entre outros.

    No ataque, militam jogadores como George Puscas, avançado de 27 anos do Génova, de Itália, ou Denis Alibec, que aos 32 anos joga no Muaither SC, do Catar.

    Resta perceber que surpresas pode a seleção ‘Tricolorii’ preconizar na sua sexta presença em Campeonatos da Europa. Para já, pode congratular-se pela vitória no grupo I da fase de apuramento, em que ficou à frente da seleção suíça.

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