«Se sou o melhor avançado de sempre a jogar em Portugal? Basta olhar para as estatísticas» – Entrevista BnR com Mário Jardel

    – Fuga Para a Vitória –

    “Mete na área que o Mário resolve”

    BnR: Entre 2001 e 2003, foste campeão português, vencedor da Taça de Portugal e da Supertaça. Enquanto jogador, qual a diferença do Jardel da Turquia para o Jardel de Portugal?

    MJ: A facilidade de entender a língua do país em que estava era determinante. Para além disto, em Portugal já conheciam as minhas características, como jogava… “Mete na área que o Mário resolve”. A opção pela Turquia teve mais a ver com o salário. Jogar no Sporting nessa época foi completamente prazeroso: cheguei com mais de 100 kg, mas rapidamente comecei a fazer golos. Golos de raiva, depois de tudo o que tinha acontecido, e fui o melhor marcador.

    BnR: À semelhança do que aconteceu no Grémio com Roger ou no FC Porto com Drulović, voltas a encontrar um colega com quem firmaste uma das parcerias mais icónicas do futebol português: falo, claro, do “pai” João Vieira Pinto. Ter alguém que te compreendesse daquela forma em campo era-te essencial para mostrares o melhor de ti?

    MJ: O João Pinto conseguiu fazer num ano o que o Drulović fez em quatro. Além de ser uma pessoa espetacular, ele conseguia ter esta perceção: “Se tenho um cara que resolve dentro da área, é só passar-lhe que vou pegar o meu prémio depois do jogo”.

    BnR: O melhor de ti eram golos. Como recordas os dois golos em dois minutos na Luz frente ao Benfica de Toni? Lembro-me de no final teres dito – isto porque os golos foram apontados aos minutos 85’ e 87’ e o Sporting perdia por 2-0 – que se o jogo não tivesse acabado pouco depois, tinhas marcado o terceiro.

    MJ: Lembro-me que fui sair à noite depois do jogo e na discoteca alguém me disse “Atiraste-te para a piscina!” e eu disse-lhe que não me atirei para piscina nenhuma, mas que “senti um vento forte nas costas e caí”.

    Se voar como Se voar como Jardel sobre os centrais é tarefa hercúlea, falar com o melhor marcador do nosso campeonato por cinco ocasiões foi um simples regalo. sobre os centrais é tarefa hercúlea, falar com o melhor marcador do nosso campeonato por cinco ocasiões foi um simples regalo.
    Fonte: Sporting CP

    BnR: No clube de Alvalade, manténs a toada de uma média superior a um golo por jogo (67 golos em apenas 63 encontros), igualas os 42 golos de Eusébio numa só edição do campeonato e reconquistas a Bota de Ouro. O que é que ainda te faltava naquele momento da carreira?

    MJ: Jogar num Barcelona, num Real Madrid, numa Juventus, num AC Milan… Era o sonho de muitos jogadores, mas acredito que tanto o FC Porto como o Sporting também são grandes clubes. Tinha sobretudo a ver com a visibilidade para a seleção brasileira… Eu me perguntava “Se sou artilheiro da Europa porque não vou ao Mundial?” Acho que noutro mundo eu iria de certeza.

    BnR: Se me permites saltar no tempo, até porque este vai escasseando, após algumas aventuras no estrangeiro, ainda regressas para uma temporada no Beira-Mar. O que te fez voltar?

    MJ: Foram as circunstâncias, o momento… Agradeço ao Beira-Mar pela oportunidade e lembro-me que até marquei logo no primeiro jogo [terminaria a época com 4 golos em 13 jogos].

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    Miguel Ferreira de Araújo
    Miguel Ferreira de Araújohttp://www.bolanarede.pt
    Um conjunto de felizes acasos, qual John Cusack, proporcionaram-lhe conciliar a Comunicação e o Jornalismo. Junte-se-lhes o Desporto e estão reunidas as condições para este licenciado em Estudos Portugueses e mestre em Ciências da Comunicação ser um profissional realizado.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.