Revista do Ano 2015: Internacional de A a Z

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    Argentina – Ainda não foi desta que a selecção das pampas quebrou o jejum de títulos que dura desde 1993. Depois de ter perdido a final do Mundial de 2014, a alviceleste foi derrotada na decisão da Copa América pelo Chile. Messi continua em branco com a camisola argentina.

    Barcelona – Desde os tempos de Guardiola que não havia um Barça tão dominador. Apesar de ter um estilo de futebol bastante diferente, Luis Enrique montou uma equipa fantástica e tirou o melhor rendimento de craques como Neymar, Messi e Suárez. O resultado foram cinco títulos conquistados e um ano para a História, com os catalães a baterem o recorde de golos de uma equipa num ano civil (180).

    Chile – De tempos a tempos, o futebol mostra-nos que a competência é sempre recompensada e que um colectivo forte é sempre o caminho mais próximo para o sucesso. Sem qualquer título na sua História, o Chile de Sampaoli tem todo o mérito na forma como conquistou a Copa América perante os seus adeptos. Um exemplo de qualidade e superação.

    Douglas Costa – Talvez a melhor contratação do ano. Apesar do talento que foi mostrando no Shakhtar Donetsk, ninguém esperava que o extremo brasileiro pudesse acrescentar tanta qualidade a uma das melhores equipas do mundo. É um desequilibrador nato e um daqueles por quem vale a pena pagar bilhete.

    Enrique – Há quem diga que o Barça funciona quase em piloto automático, mas não é bem assim. Se fosse, Tata Martino tinha sido campeão europeu. Luis Enrique é um dos grandes responsáveis pelo sucesso catalão e o facto de a sua equipa merecer comparações com a de Guardiola é assinalável. Destaca-se também a capacidade que teve de pôr tantos craques a colocar sempre o colectivo acima do rendimento individual.

    FIFA – O lado podre do futebol. O escândalo rebentou e a organização que tutela o futebol mundial viu altos dirigentes envoltos em processos judiciais de lavagem de dinheiro. Um pedido aos senhores engravatados: deixem o futebol para os artistas.

    Gerrard – As mudanças são difíceis de interiorizar, sobretudo quando falamos de uma realidade que durou 17 temporadas. O capitão dos reds, sabendo que as suas capacidades futebolísticas já não beneficiavam a equipa, tomou a decisão de abandonar Anfield Road. Na hora em que despiu a camisola do Liverpool, Gerrard manteve a dignidade com que sempre a vestiu.

    Hakan – Çalhanoglu é um dos maiores talentos sub-21 do futebol europeu. Coloca a bola onde coloca o olhar e faz livres parecerem penalties. Teve mais um ano de afirmação em Leverkusen, mas 2016 promete levá-lo para os grandes palcos.

    Iniesta – Não há palavras para descrever o talento do médio do Barça. Os golos e assistências são meros adereços quando se vê um jogador destes passear classe em campo. A exibição que fez no Bernabéu, num jogo em que os catalães golearam por 4-0, foi simplesmente monumental. Uma das melhores do ano.

    José Mourinho – Como as coisas mudam rápido no futebol. Não cabia na cabeça de ninguém a ideia de que, alguns meses depois de ter sido campeão inglês, o Special One seria despedido. Mas a paciência acabou. A de Abramovich, não a dos adeptos, que cantaram pelo português até ao fim.

    Klopp – A tragédia que foi a última época ao serviço do Dortmund não apaga o que fez pelo clube alemão. A qualidade que demonstrou deu-lhe pretendentes um pouco por toda a Europa, mas escolheu outro gigante adormecido. A humildade e o carisma ficaram patentes logo na primeira entrevista em Liverpool. “The Normal One”, disse. Um projecto à sua medida.

    Leicester – Impensável. Há um ano, nesta data, os Foxes estavam no último lugar da Premier League. Agora, são líderes a par do Arsenal. Ninguém diria que uma equipa com um orçamento tão inferior aos colossos ingleses seria capaz de tal proeza, especialmente com Ranieri no comando técnico. O 4-4-2 tipicamente britânico, com a dupla composta por Mahrez e Vardy a destruir defesas, tem sido muito eficaz e o Leicester é a sensação do futebol europeu.

    MSN – Ora marcas tu, ora marco eu. Já não há dúvidas em considerar Messi, Suárez e Neymar como um dos trios mais mortíferos da História do futebol. Juntos, somam 137 golos dos 180 que o Barça marcou. “Valem por meia equipa”, a célebre frase futebolística, ganha mais sentido do que nunca quando o trio MSN apenas tem menos golos do que PSG, Real Madrid e Bayern.

    Neymar – Se ainda havia dúvidas, o brasileiro tratou de as fazer desaparecer. Que ano soberbo do craque, com títulos, exibições espectaculares e números a acompanhar. Foi o melhor jogador do mundo na segunda metade do ano e intrometeu-se definitivamente entre Ronaldo e Messi.

    Ozil – O recorde de assistências de uma edição da Premier League é de 20 e pertence a Thierry Henry. O mago alemão, com apenas uma volta decorrida, já leva 16. Com a facilidade com que encontra companheiros em boa posição para marcarem golo, não deve ter problemas em superar o francês. Pelo menos o recorde fica em casa.

    Paris – O terrorismo era um problema do mundo. No dia 13 de Novembro, o futebol foi a arma utilizada para ferir o coração da Europa. Com todas as atenções centradas no França-Alemanha,  um grupo de terroristas espalhou o pânico na capital gaulesa. A resposta a dar-lhes é aquela que vimos em Wembley, poucos dias depois. A arma virou-se contra eles.

    Quarenta – Il Capitano não está com vontade de dizer adeus. O corpo já não acompanha a cabeça, mas a sua presença no balneário será sempre indispensável. Totti está desejoso de chegar aos 40 com a camisola da “sua” Roma e deve renovar por mais um ano. Uma lenda.

    Ronaldo – O “SIII” da Bola de Ouro foi o ponto mais alto do ano do português. Os 57 golos e a conquista de mais uma Bota de Ouro não mascaram algumas exibições francamente más. Sem títulos e com críticas ao seu rendimento individual, CR7 terá de fazer em 2016 melhor do que aquilo que fez em 2015. A exigência que se tem para com o craque é incrível, mas justificada pelo nível que o próprio alcançou.

    O Chile fez História na competição que organizou Fonte: Facebook de Alexis Sánchez
    O Chile fez História na competição que organizou
    Fonte: Facebook de Alexis Sánchez

    Sampaoli – O romantismo no futebol é, na maior parte das vezes, superado pelo pragmatismo. Não é por acaso que se chama louco a Bielsa. Tão louco como Bielsa, de onde herdou muitas ideias, Sampaoli deu sequência ao que o compatriota tinha feito ao serviço do Chile e conquistou, de forma inédita, a Copa América. Uma ode ao futebol ofensivo.

    Tévez – O amor ao dinheiro supera muitas vezes o amor à camisola, mas ainda há El Apache. Tendo feito uma temporada de sonho ao serviço da Juve e estando no auge da carreira, decide voltar à mítica Bombonera enquanto pode ser realmente útil ao Boca. Que grande atitude do argentino.

    UEFA – A credibilidade da organização já teve melhores dias, muito por culpa da imagem passada pelo seu presidente. A recente notícia de que Platini terá recebido dinheiro ilegítimo de Blatter prova que, acima do desenvolvimento e da boa imagem do futebol, está o enriquecimento pessoal.

    Vardy – O futebol pode ser um conto de fadas. Há três temporadas, o avançado do sensacional Leicester jogava na quinta divisão e era um autêntico desconhecido. Agora está no topo do mundo, depois de ter quebrado o recorde de mais partidas consecutivas a marcar na Premier League, que pertencia a Van Nistelrooy. “He scores when we wants”. E quis fazê-lo em 11 jogos seguidos.

    Xavi – Destes não aparecem todos os dias. No futuro, quando se recordar o “tiki-taka” e todos os títulos do Barcelona e de Espanha, é dele que se vai falar. O expoente máximo de um futebol apoiado, com a constante procura de espaços e jogado primeiro com a cabeça e só depois com os pés.

    Wolfsburgo – A vítima de um papa-recordes. Robert Lewandowski conseguiu a proeza de marcar 5 golos em 9 minutos perante uns Lobos impotentes. Ninguém chegou à manita tão rápido, nem ao poker, nem ao hat-trick. Nenhum suplente tinha alcançado tal proeza. Nos recordes do Guiness, é o nome do polaco que vão encontrar.

    Yokohama – O palco em que o Barcelona celebrou um ano de sonho. Frente a um River Plate que, apesar do ressurgimento a nível continental, nunca mostrou capacidade para ombrear com os catalães, a equipa de Luis Enrique não deu hipóteses e conquistou o Mundial de Clubes. Foi demasiado fácil.

    Zero – Depois da Décima, um ano em branco para o Real. Com o rival Barcelona em grande forma, os merengues foram incapazes de repetir o sucesso de 2014. Florentino continua a dar tiros nos pés e a escolha de Benítez não augura nada de bom para o clube – a derrota por 4-0, no Bernabéu, com os catalães é apenas o início do pesadelo. 

    Foto de Capa: FC Barcelona

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    Para o Tomás, o futebol é sem dúvida a coisa mais importante das menos importantes. Não se fica pelas "Big 5" europeias e tem muito interesse no futebol jovem.                                                                                                                                                 O Tomás não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.