Não estavas a 100% em nenhuma dessas finais, mas bateste o recorde de golos na primeira e foste o autor da grande penalidade que decidiu a segunda.
Pelo caminho, tornaste-te no melhor marcador de sempre. Da Liga dos Campeões. De um dos clubes com maior e melhor história no mundo inteiro. De uma selecção que teve um dos melhores jogadores de sempre… e do Europeu. Para já, estás igualado com o Platini, sim, mas eu sei que não vais deixar a história ficar assim.
Porque tu és as tuas memórias, o menino triste e adolescente imberbe, que lutou com tudo o que tinha para que não voltasse a sofrer como sofreu naquela fatídica noite de 2004. Tu lutaste para voltar a ter outra oportunidade. Ei-la. Agarra-a! Como só tu sabes, como só tu podes! E mata, de uma vez por todas, o teu trauma. Que também é meu. Que também é o dos meus pais, do meu avô, dos meus amigos, dos meus tios, dos meus vizinhos, dos meus mentores, dos meus professores.
Já conseguiste ajudar a curar a maldição dos Patrícios de 1984. O Velodróme passou a ser amigo. Falta a da nação de 2004. Para que a final de um Europeu seja sinónimo de felicidade.
A caça ao trauma abriu em Outubro e termina amanhã. Contigo! Limpa-nos as lágrimas, de uma vez por todas, e leva-nos à glória… Capitão!
Foto de capa: UEFA