Croácia 2-3 Portugal: Vitória com sabor a despedida

A CRÓNICA: RÚBEN DIAS BISA E PORTUGAL VENCE NA DESPEDIDA DA COMPETIÇÃO

Após a derrota com a França no último fim de semana e lograda a possibilidade de uma passagem à Final Four da Liga das Nações, Portugal entrou em campo frente à Croácia apenas para cumprir calendário. Já para os croatas a história era outra: precisavam de, pelo menos, igualar o resultado que a Suécia conseguisse frente à França no outro jogo do grupo, sob pena de serem despromovidos à Liga B da competição. A par da caça ao recorde de golos por seleções por parte de Cristiano Ronaldo – com 102 golos, está a sete do iraniano Ali Daei -, este eram os únicos ingredientes especiais para a partida.

Os anfitriões, já se sabia, viram-se privados de dois dos seus jogadores-chave, Domagoj Vida e Marcelo Brozovic. O defesa-central soube que tinha testado positivo à covid 19 no intervalo do jogo amigável frente à Turquia e o médio descobriu dias depois também ele estar infetado. Já na Seleção Portuguesa, a ausência conhecida era Raphael Guerreiro que foi dispensado por problemas físicos.

O jogo seguiu sem grande história até aos dez minutos, quando uma combinação de grande qualidade da armada portuguesa poderia ter originado o primeiro da partida, mas na hora de cabecear a bola Rúben Semedo e Rúben Dias atrapalharam-se um ao outro. Portugal aproveitou a “onda” e dois minutos depois nova oportunidade para passar para a frente do marcador, mas desta feita foi Diogo Jota a falhar a finalização.

Cristiano Ronaldo, que anda sedento de golos, poderia ter junto mais um à conta pessoal aos 19 minutos, mas o capitão vacilou à boca da baliza após cruzamento teleguiado de Mário Rui. A Croácia, a principal interessada no resultado do jogo, apenas se notou no jogo aos 22 minutos com Pašalić, ainda assim sem grande perigo para a baliza de Rui Patrício.

Quase com meia hora jogada e contra a corrente do jogo – uma partida morna até então, mas com ligeira ascendência da seleção portuguesa -, os croatas marcam o primeiro do jogo. Rúben Semedo “mete água” na defesa e Kovačić marca na recarga, após cruzamento de Pašalić. Tudo perfeito para a Croácia, ainda mais quando, na outra partida do grupo, a França passa para a frente do marcador uns minutos depois.

Ainda antes do intervalo o jogo aqueceu ligeiramente com uma grande oportunidade perdida por Josip Juranović aos 37 minutos, seguida da resposta pela seleção das quinas um minuto depois com um remate acrobático de Danilo que levava selo de golo, mas acaba por ir à figura do guarda-redes.

A segunda parte começa com algumas mexidas no alinhamento de Portugal que resultaram numa mudança para uma formação tática mais ofensiva. O momento mais marcante da partida dá-se aos 50 minutos, quando Rog é expulso com duplo amarelo após uma falta perfeitamente evitável que atingiu Ronaldo. O próprio Cristiano marca o livre que sucede a infração e daqui nasce o primeiro para Portugal: após uma recarga, Rúben Semedo cruza para a finalização de Rúben Dias que se estreia a marcar pela seleção. Mas o defesa não ia ficar por aqui.

Com uma Croácia enfraquecida com 10 unidades, a seleção portuguesa consoma a reviravolta aos 60 minutos, ainda que de forma muito polémica. Diogo Jota domina a bola com a mão e assiste para o golo de João Félix, um golo que seria claramente anulado caso houvesse VAR na partida.

Os croatas começam a ver a sua hipótese de manutenção na principal liga da Ligas das Nações a esfumar-se e, por isso, têm de se “fazer à vida”. É isso mesmo que conseguem cinco minutos depois, com Kovačić a bisar na partida após novo erro de Rúben Semedo. Tudo empatado no Estádio Poljud, em Split.

O jogo aproxima-se da sua reta final sem grandes momentos de destaque – a Suécia perdia frente à França (resultado que se manteve até ao final), pelo que o empate chegava aos croatas – à exceção de uma oportunidade falhada de forma incrível por Bernardo Silva aos 79 minutos de jogo, ele que passou ao lado da partida. Em cima do minuto 90, novo momento feliz para Rúben Dias. O defesa do Manchester City FC aproveitou um deslize do guarda-redes Livaković e bisou também ele na partida, carimbado a vitória para Portugal. Certamente levou a bola para casa.

 

A FIGURA

Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

Rúben Dias –   O defesa-central vai guardar este jogo no baú de recordações. Além de se estrear a marcar pela seleção, bisou na partida e contribui decisivamente para a vitória portuguesa. Defensivamente também esteve muito consistente.

 

O FORA DE JOGO

No meio:

Marko Rog – Colocou em causa as aspirações da seleção croata ao ver o segundo amarelo aos 50 minutos de jogo, após uma falta escusada. Na sequência da falta que vale a sua expulsão, Rúben Dias empata a partida e Félix opera a reviravolta oito minutos depois. Valeu a derrota da Suécia frente à França para este erro de Rog não ter ganho proporções ainda piores.

 

ANÁLISE TÁTICA – CROÁCIA

A seleção croata entrou em campo com um 4-4-2, sendo que o seu meio-campo se formava em losango com Rog atrás, Modrić e Kovačić como médios interiores e Vlašić como médio ofensivo. Pašalić e Perišić eram dois avançados em constante movimento à procura de criar espaços e desequilíbrio na defesa portuguesa. Com a expulsão de Rog, a Cróacia perdeu o controlo do meio-campo e nunca mais conseguiu segurar a partida. As entradas dos avançados rápidos Brekalo e Oršić foram insuficientes para a clara tentativa de tentar um jogo mais vertical e mais rápido, menos baseado na circulação de bola num meio-campo ainda órfão de Rakitić.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Livaković (4)

Juranović (5)

Lovren (4)

Škorić (5)

Bradarić (5)

Modrić (6)

Rog (3)

Kovačić (8)

Vlašić (5)

Pašalić (6)

Perišić (4)

SUBS UTILIZADOS

Josip Brekalo (4)

Mislav Oršić (4)

Toma Bašić (-)

 

ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

A equipa de Fernando Santos apresentou-se em campo com um 4-3-3. Na frente, Jota fixou-se na direita enquanto Ronaldo e Félix alternavam entre a esquerda e o meio. Na primeira parte, o meio campo português foi incapaz de se impor frente aos vice-campeões mundiais. Bruno Fernandes apareceu pouco em jogo, Moutinho jogava simples e Danilo defendia e criava pouco. Os campeões europeus atacavam mais pelas alas, aproveitando as subidas de Mário Rui e Nélson Semedo, ou por passes longos em profundidade para o trio de ataque.

Com o intervalo veio a alternação no sistema, sai Bruno Fernandes e entra Francisco Trincão. Portugal passa a jogar em 4-4-2 e a apostar nas alas e nos cruzamentos. Daí resultam dois golos de bola parada e um proveniente de um (polémico) cruzamento dentro da área.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Rui Patrício (5)

Nélson Semedo (6)

Rúben Dias (8)

Rúben Semedo (4)

Mário Rui (5)

Danilo (5)

João Moutinho (6)

Bruno Fernandes (5)

João Félix (6)

Diogo Jota (6)

Cristiano Ronaldo (5)

SUBS UTILIZADOS

Francisco Trincão (5)

Bernardo Silva (4)

João Cancelo (5)

Sérgio Oliveira (5)

Paulinho (4)

 

 

Diana Oliveira
Diana Oliveirahttp://www.bolanarede.pt
A Diana é licenciada em Ciências da Comunicação pela Universidade do Porto e, desde cedo, que a escrita faz parte de si. Poder conjugá-la com o futebol, outra das suas paixões, é a cereja no topo do bolo. A Diana escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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