Geórgia 2-0 Portugal (sub-21): Uma estreia para (não) esquecer

    A decorrer entre os dias 21 de junho e 8 de julho na Roménia e na Gerórgia, o Campeonato da Europa de Sub-21 é o palco que se segue para vários jovens jogadores mostrarem toda a sua qualidade.

    Portugal entra em prova com naturais aspirações de conquistar o tão desejado troféu de campeão, que já escapou à equipa das ‘quinas’ por três vezes em finais anteriores (1994 contra a Itália; 2015 contra a Suécia e, mais recentemente, em 2021, contra a Alemanha). No entanto, a formação orientada por Rui Jorge terá pela frente várias seleções, também elas, recheadas de muito talento.

    A CRÓNICA: MUITA PARRA, POUCA UVA

    Quis o sorteio que a caminhada portuguesa no Europeu de 2023 começasse contra a coanfitriã e estreante em prova Geórgia, orientada por Ramaz Svanadze.

    Portugal entrou em campo no seu habitual 4-4-2, com um losango bem definido no centro do terreno, enquanto que a Geórgia apresentou um sistema tático híbrido, variando entre o 4-4-1-1 e o 5-4-1, com destaque para a presença de quatro centrais no seu ‘onze’ inicial.

    A primeira parte desenrolou-se maioritariamente sob uma toada morna. A expressão “muita parra, pouca uva” pode perfeitamente descrever a prestação portuguesa durante o primeiro tempo. A equipa das ‘quinas’ teve muita posse de bola, mas não criou qualquer oportunidade de golos nos primeiros 45 minutos. A circulação era lenta e previsível, e Portugal só se aproximava da grande área da Geórgia através de arrancadas ora de Pedro Neto, ora de Nuno Tavares, além de cruzamentos pelo flanco direito. Todavia, nenhuma das estratégias trouxe sucesso à armada lusa. Tanto o extremo como o lateral português não tiveram arte e engenho suficientes para não deixar a bola escapar pela linha final e Zé Carlos não conseguiu colocar a bola na cabeça de Vitinha.

    Por outro lado, a Geórgia, sempre organizada, concentrada e preparada para sair em contra-ataque, não precisou de tocar muitas vezes na bola para fazer golo. Aos 37’, o avançado Giorgi Gagua aproveitou a passividade de Tomás Araújo e atirou para o primeiro da partida.

    Em desvantagem, os jovens jogadores lusos sabiam que era necessário alterar qualquer coisa, a começar por rematar à baliza. Nesse sentido, Afonso Sousa, aos 42’, revoltou-se e do ‘do meio da rua’ obrigou Kutaladze a intervir pela primeira vez na partida.

    Contudo, o cenário para a seleção portuguesa acabou mesmo por piorar ao cair do pano da primeira parte. Saba Sazonov aproveitou um enorme espaço entre Vitinha e Tomás Araújo e respondeu com um belíssimo cabeceamento a um pontapé de canto cobrado por Giorgi Tsitai­shvili.

    Ao intervalo, e à procura de uma reação positiva da equipa portuguesa, Rui Jorge não perdeu tempo e chamou para o jogo Francisco Conceição e Henrique Araújo. Para as suas entradas, saíram Afonso Sousa e Vitinha.

    Portugal ganhou ânimo e ambos os jogadores estiveram em evidência no início do segundo tempo. Henrique Araújo respondeu a um cruzamento vindo da esquerda com um cabeceamento ao lado, e pouco tempo depois foi Francisco Conceição que quase marcou – o ressalto proveniente do seu remate foi travado pela barra.

    No entanto, a reação portuguesa foi sol de pouca dura, já que até ao final da partida só um remate de Nuno Tavares, aos 74’, foi digno de registo.

    Para piorar a situação, dois minutos depois Tomás Araújo voltou a deixar o seu nome ligado ao jogo, mas não da forma que o jovem certamente almejava. O defesa-central português, que passou a temporada anterior ao serviço do Gil Vicente FC, foi expulso com um vermelho direto.

    Até ao final, Portugal baixou os braços e a Geórgia até esteve perto de marcar o terceiro.

    No próximo dia 24, a Seleção Nacional sub-21 terá contra os Países Baixos a oportunidade de se redimir do deslize de hoje. Uma coisa é certa: a partir de agora, não há margem para errar!

    A FIGURA:

    Giorgi Gagua – Este tipo de competições traz-nos sempre surpresas bastante agradáveis, e esta é uma delas. Gagua pertence aos quadros do Deportivo Alavés, mas foi no Real Unión Club, da 3.ª divisão do futebol espanhol, que o avançado georgiano jogou na temporada passada. Incansável e muito trabalhador, Giorgi Gagua transformou o jogo de Tomás Araújo num autêntico pesadelo. Para além do golo, esteve envolvido na expulsão do central português.

    O FORA DE JOGO:

    Tomás Araújo – Há dias assim. Tomás Araújo tem vindo a protagonizar excelentes momentos ao longo desta temporada desportiva, mas o jogo de hoje não foi certamente um deles. Mal no primeiro golo, mal no segundo golo e também mal no momento da expulsão.

    Continua a ser um dos defesas mais promissores do futebol português.

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