Portugal 0-1 Alemanha: Mini-Mannschaft rouba-nos o sonho!

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Justo e inequívoco. Assim se pode caracterizar o triunfo da selecção alemã sobre Portugal na final do Europeu Sub-19. Com o dobro dos ataques, o dobro dos remates e muito mais posse de bola, a Alemanha controlou sempre as operações e nunca deixou de se revelar mais madura, mais pragmática e mais fresca do que Portugal ao longo da partida.

Depois de traçarem um percurso notável até à fase final do Europeu, Portugal e Alemanha confirmaram na Hungria que eram as duas equipas mais fortes da competição. A equipa portuguesa, de resto, venceu os três jogos da ronda de qualificação, venceu os três jogos da ronda de elite e venceu os três jogos da derradeira fase de grupos. Com este trajecto 100% vitorioso, repetiu a presença do ano passado nas meias-finais. Novamente contra a Sérvia, uma vez mais com penalties à mistura. Desta vez a sorte sorriu à turma lusitana e os nossos meninos tiveram o mérito e o privilégio de disputar à tão ansiada final.

André Silva foi um dos jogadores em destaque neste Euro Sub-19  Fonte: UEFA
André Silva foi um dos jogadores em destaque neste Euro Sub-19
Fonte: UEFA

A história do jogo desta tarde resume-se rápido: a Alemanha, com o seu futebol simultaneamente musculado e técnico, dominou durante os 90 minutos e venceu bem. Na primeira parte, Portugal apresentou-se com um bloco baixo (muitas vezes com onze homens atrás da linha de meio-campo), confiando na mobilidade e na capacidade de explosão dos seus atacantes para chegar ao golo através de transições rápidas. Porém, a pressão alta e o excelente posicionamento defensivo dos germânicos inviabilizou a maior parte das saídas de bola dos pupilos de Hélio Sousa, que se viram obrigados a recorrer demasiadas vezes ao ineficiente jogo directo para chegar à área adversária. A qualidade de passe, a velocidade de circulação e a confiança com a bola no pé – o ADN da equipa portuguesa até à final – não se fizeram notar e pouco antes do intervalo Mukhtar fez o golo que tranquilizou a Mannschaft e que acabou garantir a vitória alemã. No segundo tempo, mais do mesmo. Apesar de mais afoita, chegando mais vezes à baliza adversária e pressionando mais à frente, a selecção portuguesa nunca foi capaz de pôr em causa a supremacia da Alemanha, que, com inúmeras ocasiões para dilatar a vantagem, continuou a ser a equipa mais perigosa.

Este torneio, e esta final em particular, permitem-nos tirar algumas conclusões em relação aos dois finalistas. Por um lado, a Alemanha colheu mais um fruto da sua acertadíssima política futebolística – este título resultou da mesma aposta na formação que levou Lahm a erguer o troféu da Copa do Mundo há poucos dias e que fez da Bundesliga um dos mais fantásticos campeonatos do planeta. Com um conjunto de jogadores muito jovens mas muito experimentados (todos com rodagem no futebol sénior, a maior parte deles em equipas do primeiro escalão), a Alemanha limitou-se a confirmar o favoritismo com que partiu para a final.

A Alemanha venceu e convenceu neste Euro Sub-19  Fonte: UEFA
A Alemanha venceu e convenceu neste Euro Sub-19
Fonte: UEFA

Por outro lado, Portugal voltou a provar que há muito talento dentro no nosso país, que o trabalho desenvolvido pelos clubes e pela FPF no futebol juvenil tem sido muito bem feito e, ao mesmo tempo, que urge mudar a filosofia do nosso futebol se queremos manter-nos competitivos face às grandes potências do desporto-rei. O que não nos falta são grandes jogadores jovens. O que nos falta é apostar de forma sistemática, contínua e convicta nesses grandes jogadores jovens. Tal como acontece na Alemanha. Os clubes portugueses – não só “três grandes”, mas todos os clubes profissionais – têm de dar oportunidades reais aos jogadores das suas canteras. Tal como acontece na Alemanha. Olhamos para o onze da Alemanha e vemos onze jogadores de onze clubes diferentes. Olhamos para o onze de Portugal e vemos um jogador do Ribeirão (a excepção), um jogador do Manchester City (que ilustra o êxodo cada vez mais frequente e cada vez mais precoce de jovens promessas lusas para o estrangeiro) e… nove jogadores das equipas B dos “três grandes”. Está tudo dito!

Para finalizar, não posso deixar de confessar o orgulho que senti ao ver esta mui nobre geração de guerreiros portugueses chegar à final. Portaram-se lindamente, dignificaram as quinas que trouxeram ao peito e fizeram-nos sonhar. Sob pena de ser injusto, gostaria de destacar três jogadores: Rony Lopes, a estrela; Tomás Podstawski, o capitão; André Silva, o melhor marcador. Giram eles bem as suas carreiras e podem em breve vestir a camisola da selecção principal de futebol.

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Francisco Manuel Reis
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