Portugal 2-1 Grécia: Portugal acelerou, visitantes “viram-se gregos”

A CRÓNICA: SERVIÇOS MÍNIMOS BASTARAM PARA VENCER GRÉCIA (QUASE) INOFENSIVA

Já com a qualificação na bagagem, os sub-21 de Portugal receberam a Grécia, no Estádio Cidade de Barcelos, em jogo a contar para a qualificação para o Europeu de sub-21, que irá ocorrer no próximo ano, na Roménia e Geórgia. Rui Jorge revolucionou o onze, trocando nove das onze peças que haviam começado o jogo no Liechtenstein, sendo Paulo Bernardo e Fábio Silva os últimos resistentes.

Na primeira meia hora sentiu-se uma apatia generalizada das equipas. Muitas paragens, Futebol lento e poucas oportunidades. Portugal jogou quase sempre em organização ofensiva, já em meio-campo contrário, mas refugiava-se nos cruzamentos como tentativa de criar perigo à baliza adversária, algo que não ia acontecendo.

À passagem da meia-hora, lá apareceu a primeira verdadeira ocasião de golo. Jogada pela esquerda (como quase todas) e Paulo Bernardo cruza para Gonçalo Ramos, que de cabeça quase surpreende o guardião grego, que já no último momento tira a bola que ia a caminho das redes.

Até ao intervalo, mais nada a apontar. Numa primeira parte que faltou um pouco de tudo, valeram os dois centrais, resolvendo o trabalho que iam tendo com uma grande classe. Hora de descansar e corrigir aquilo que (não) foi feito.

A segunda parte chegou, e os golos também. Ao terceiro minuto, jogada de insistência, que culmina num grande cruzamento de João Mário, que encontra na área a cabeça de Paulo Bernardo. O médio do SL Benfica não se fez esquisito e fuzilou a baliza à guarda de Talichmanidis.

O golo desinibiu a turma de Rui Jorge, que poderia ter chegado ao golo por duas ocasiões ainda antes dos dez minutos. Primeiro, com um remate à entrada da área de Vasco Sousa, e depois através de Fábio Silva, que por pouco não acerta na baliza. Aos 56´ iria mesmo a seleção das quinas dilatar a vantagem. Reposição rápida de Samuel Soares pela esquerda, com Nuno Tavares em condução, a bola vai ter com Fábio Silva que serve Gonçalo Ramos para o 2-0.

Portugal foi controlando e ditando os ritmos de jogo, gerindo consoante a condição dos intervenientes. Aos 76´, João Mário (uma das figuras deste jogo) atirou à barra com um cruzamento-remate, que quase traía o guardião adversário. Aos 79´ foi a vez de Nuno Tavares, que cortou para dentro e quase faz um golaço, com um remate muito potente de pé direito, passou perto.

Antes do apito final, ainda houve tempo para a Grécia reduzir. Koutsias recebeu na área, rodou e rematou cruzado, batendo Samuel Soares. Foi apenas o terceiro golo sofrido, em cinco jogos de qualificação. Apito final em Barcelos, 2-1 para a seleção das quinas, que teve um jogo bem mais tranquilo do que indica o marcador.

A FIGURA

Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

Laterais Portugueses – A jogar sem extremos, viram-se obrigados a dar toda a profundidade ao jogo da equipa portuguesa. Foram potenciados do primeiro ao último minuto, com o jogo de Portugal a incidir fundamentalmente para os corredores. João Mário assistiu o primeiro, Nuno Tavares esteve no segundo. O jogo explorou as suas caraterísticas e eles não desiludiram.

O FORA DE JOGO

Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

Botos A equipa ia jogando em função dele, mas Botos nunca entrou no jogo. Tanto partindo do corredor como do corredor central, não acrescentou nada à seleção grega. Escondeu-se muito do jogo e foi somando sucessivas perdas de bola. Foi um pouco o espelho da inexistência ofensiva da seleção helénica.

ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

A seleção portuguesa abordou o jogo num 4-4-2, em losango. Os “baixinhos” Tiago Dantas e Vasco Sousa ocuparam os vértices mais recuado e avançado do losango, respetivamente, com Nuno Tavares e João Mário a tomarem conta dos corredores. Paulo Bernardo e André Almeida sempre mais pelas meias e os avançados alternavam entre o apoio dentro e a profundidade a cair para um dos corredores.

Sem muita criatividade, a estratégia foi clara: procurar corredores e cruzamentos. Mesmo sem haver superioridade numérica nessas zonas do campo, foi aí a insistência (principalmente pela esquerda). Com os médios interiores muito escondidos do jogo, a solução foi quase sempre Nuno Tavares, que em jogadas de um contra um tentava desenvencilhar-se para tirar de um cruzamento.

Na segunda parte existiu uma melhoria, que resultou nos dois golos cedo. Futebol mais rápido e mais apoiado, também um pouco mais de vontade. A equipa foi tomando melhores decisões e cresceu no jogo

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Samuel Soares (6)

Djaló (6)

Gonçalo Inácio (7)

João Mário (8)

Nuno Tavares (8)

Dantas (6)

André Almeida (5)

Paulo Bernardo (7)

Vasco Sousa (6)

Gonçalo Ramos (7)

Fábio Silva (6)

SUBS UTILIZADOS

Vitinha (6)

Zé Carlos (5)

David Costa (6)

Henrique Araújo (5)

Rodrigo Conceição (5)

ANÁLISE TÁTICA – GRÉCIA

A formação helénica alinhou num 3-4-3, que ia variando muitas vezes para um 3-5-2, mediante o posicionamento de Botos. Com uma linha de cinco atrás muito bem definida quando sem bola (a maior parte do tempo), acompanhada por outra de quatro e Kosidis muito sozinho na frente.

Com bola, a equipa tentava jogar apoiado, mas quase nunca com sucesso. Com o desgaste defensivo a que foram obrigados, não houve um padrão ofensivo, sendo muitas vezes um ataque anárquico e pouco encadeado.

Aguentaram bem os primeiros 45 minutos, com um jogo mais lento e previsível. No segundo tempo, Portugal acelerou e não deu hipótese.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Talichmanidis (5)

Lyratzis (6)

Michelis (5)

Diamantis (6)

Antzoulas (5)

Zagaritis (5)

Sourlis (5)

Kanellopolus (6)

Koutsoupias (5)

Botos (5)

Kosidis (6)

SUBS UTILIZADOS

Kourfalidis (5)

Liasos (5)

Christopolus (-)

Kitsos (-)

Koutsias (7)

BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

PORTUGAL

BnR: Depois de uma primeira parte a meio gás, onde a equipa estava um pouco apática e a jogar muito da mesma maneira, praticamente sem nenhuma oportunidade de golo, a equipa entra forte na segunda parte e depois gere o jogo à sua vontade. O que faltou para a equipa acordar mais cedo e qual foi o ponto chave para a mudança?

Rui Jorge: O clique foi percebermos que tínhamos de aumentar a intensidade. Durante o jogo tentamos falar, mas é difícil passar essa mensagem lá para dentro. Ao intervalo falamos e retificamos isso. Começamos a jogar mais rápido e com mais objetividade e conseguimos fazer os dois golos cedo.

BnR: Agora com a qualificação já assegurada, o próximo passo é o Europeu. Quais são os objetivos?

André Almeida: O Europeu é só daqui a um ano, ainda falta muito tempo. Vamos agora disfrutar das férias. Vamos continuar a trabalhar e a encarar todos os jogos para vencer.

Artigo revisto por Joana Mendes

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Francisco Moreira e Silva
Francisco Moreira e Silvahttp://mariooliveira
O Francisco é natural de Santo Tirso. Encontra-se a tirar uma licenciatura em Ciências da Comunicação, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Sempre teve uma paixão enorme pelo deporto, sobretudo pelo futebol. Tem também um gosto especial pelo basquetebol, mais concretamente NBA. Jogou futebol durante 13 anos, mas agora é na vertente do treino que vai continuando o bichinho pela modalidade.

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