Portugal 2-2 Suíça: O Conto podia ter sido de Fadas… e merecia

    A CRÓNICA: RELÓGIO COMEÇOU SEM PILHA, RECARREGOU A TEMPO DO EMPATE E… FICOU A PEDIR MAIS

    Começou mais uma participação europeia de uma Seleção Nacional de Portugal. O conjunto feminino foi repescado para o segundo europeu da sua história e, nos arredores de Manchester, demonstrou que a viagem até Inglaterra não foi para passear. Ainda assim, a falta de experiência pesou no primeiro tempo, mas os 45 minutos seguintes mostraram que Portugal vai lutar pela passagem até ao final do Grupo C. Passagem essa que, em 2017, ficou a um golo de distância…

    No Leigh Sports Village, o apoio não faltou à seleção feminina. A par dos adeptos lusitanos, Fernando Gomes e José Couceiro não faltaram à chamada e compareceram nas bancadas. Andreia Jacinto – que inicialmente até esteve convocada, mas foi retirada devido a uma lesão -, Rita Fontemanha e Bruna Lourenço também se juntaram para apoiar as companheiras.

    Quanto ao jogo propriamente dito, Francisco Neto conseguiu recuperar Joana Marchão e Kika Nazareth a tempo desta partida, mas apenas a primeira entrou no 11 titular. Portugal entrou bastante mal na partida e, sem que conseguisse esboçar qualquer reação, já perdia por 0-2 aos cinco minutos. Primeiro, Coumba Sow apareceu fora da área a desferir um fantástico remate para o fundo das redes nacionais. Depois, Bachmann assistiu Kiwic que, de cabeça, aumentou a contagem.

    A partir daí, só deu Portugal. Ainda assim, até ao intervalo, as jogadoras lusitanas não conseguiram emendar o mau início e regressaram às cabines em desvantagem. Destaque para o remate de calcanhar de Diana Silva, cortado pela defensiva helvética. A equipa de Nils Nielsen esteve melhor, mas beneficiou bastante dos seus níveis de eficácia, ao marcar dois golos em outros tantos remates.

    Na segunda parte, Portugal apareceu mais confortável e confiante – o que faltou na primeira parte – e com mais de 12 minutos, reduziu a desvantagem (1-2). Ana Borges bateu um canto na esquerda e, após Thalmann defender para a frente, aproveitou a recarga para fazer o golo.

    Portugal carregava e não deixava a Suiça sair do seu terço defensivo. Após uma série de cantos, a bola chegou a Tatiana Pinto, na direita, que cruzou para o interior da área, onde apareceu Jéssica Silva, à ponta de lança, a desviar de pé direito para o 2-2. A reação não se ficou pelos dois golos e, logo a seguir, Diana Silva foi carregada em cima da grande área, mas do lado de fora. Na cobrança, a capitã Dolores tentou bater cruzado, mas Thalmann voou para a defesa.

    O cerco português continuava a intensificar-se e, com a entrada de Kika Nazareth, as oportunidades continuaram a acumular-se. Todavia, a Suiça continuava a lutar pela vitória e, aos 80’, Reuteler desferiu um grande remate e viu a bola bater no poste direito da baliza de Inês Pereira. Depois, Sow apareceu a rematar no interior da área e um grande corte de Catarina Amado tirou a bola de dentro da baliza.

    A partida estava partida e frenética, com as oportunidades a aparecerem nas duas balizas, proporcionando espetáculo aos 5.902 espetadores. Já na reta final, Telma Encarnação recebeu a bola à entrada da área, puxou para o pé direito e… Viu o remate embater com estrondo na base do poste direito. A seguir, a jogadora do CS Marítimo apareceu isolada, perdeu o timing do remate e tentou combinar com Kika, que desviou em esforço e permitiu o corte, naquela que foi a última oportunidade do desafio.

    O empate estava consumado e paira no ar a ideia de que Portugal merecia mais. A equipa de Francisco Neto foi superior durante maior parte do tempo de jogo e, não fosse a entrada infeliz, o desfecho teria sido outro. Mérito para a Suíça que não se resignou ao empate e lutou sempre pela vitória. Esta tarde, as jogadoras de ambos os países deram uma boa mostra do que é o Futebol Feminino… E com (muito) mais tempo útil de jogo, diria.

    Portugal volta a entrar em ação na próxima quarta-feira, às 20 horas, diante da seleção Campeã Europeia, os Países Baixos. Ainda hoje, pelas 20 horas, a seleção neerlandesa encerra a 1.ª Jornada do Grupo C, frente à Suécia.

    A FIGURA

    Diana Gomes – Há cinco anos, a menina de Paços de Ferreira despontava no Valadares Gaia FC e foi chamada para o Europeu dos Países Baixos. Todavia, não foi utilizada em nenhum dos jogos e ficou a aguardar a sua oportunidade. Desde então, foi Campeã Nacional, fez 20 internacionalizações e nunca mais saiu do 11 de Francisco Neto. Na sua estreia em grandes competições, mostrou toda a sua qualidade defensiva e ofensiva, tendo marcado após uma bola parada, numa jogada em que nunca desistiu do lance. Grande exibição, que só não foi melhor devido aos golos sofridos.

     

    O FORA DE JOGO

    Entrada de Portugal no jogo – Portugal entrou nesta competição na condição de substituto da Rússia e, pelo que mostrou nos primeiros cinco minutos, a equipa não chegou a apanhar o avião para Manchester. Duas oportunidades, dois golos: a felicidade suíça estava lá e aproveitava a inexperiência portuguesa. É certo que Portugal não teve grande culpa nos dois golos sofridos, mas, agora que já sabemos como terminou a partida, o lado negativo esteve precisamente aí. E custou a vitória…

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

    Francisco Neto não mudou e apostou na sua equipa habitual, mantendo o 4x3x3 tradicional, com um ataque bastante móvel (sem Kika) e contando com a recuperada Joana Marchão. Portugal não entrou bem no desafio, mas o selecionador manteve a aposta no que estava trabalhado e colheu os devidos frutos. Quanto às substituições, mexeu bem na equipa e as entradas de Kika e Telma Encarnação mantiveram Portugal por cima. Faltou a pontinha de sorte…

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Inês Pereira (6)

    Catarina Amado (7)

    Carole Costa (7)

    Diana Gomes (8)

    Joana Marchão (7)

    Dolores Silva (7)

    Tatiana Pinto (6)

    Andreia Norton (8)

    Ana Borges (6)

    Diana Silva (7)

    Jéssica Silva (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Kika Nazareth (7)

    Fátima Pinto (6)

    Telma Encarnação (7)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SUÍÇA

    Nils Nielsen conhecia a forma jogador da seleção nacional e tentou contrariar a mobilidade ofensiva. A Suíça começou a partida num 4x5x1, com dois blocos defensivos bastante coesos, que não deixaram Portugal criar perigo no primeiro tempo. Os dois golos mostram a frieza helvética no ataque e, apesar do jogo ingrato, a ponta de lança Bachmann demonstrou a sua qualidade. Na segunda parte, o jogo foi ingrato para a Suíça que, ainda assim, manteve o foco na vitória e esteve perto de a conseguir.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Gaelle Thalmann (7)

    Noelle Martiz (7)

    Viola Calligaris (7)

    Rahel Kiwic (8)

    Eseosa Aigbogun (6)

    Coumba Sow (7)

    Lia Walti (8)

    Sandy Mandly (6)

    Ana-Maria Crnogorcevic (6)

    Géraldine Reuteler (7)

    Ramona Bachmann (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Lara Marti (6)

    Fabienne Humm (-)

    Sandrine Mauron (-)

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    Tiago Alexandre
    Tiago Alexandrehttp://www.bolanarede.pt
    O Tiago nasceu em Abrantes e, atualmente, estuda em Portalegre, cidade para onde partiu em busca do seu sonho no meio do Jornalismo. Está ligado ao Desporto desde sempre e gosta de rebater as suas opiniões até à última. O Ciclismo e o Futebol - não o 'jogo da bola' - são as suas paixões, sem nunca descurar o Hóquei em Patins, o Futsal e o brilhante mundo dos Esports.