Portugal 3-0 Andorra (Sub-21): Entrada e Paços de pé direito

    Os sub-21 portugueses iniciaram da melhor forma a caminhada até à Eslováquia, onde Portugal quer estar em 2025, no Europeu da categoria. Não iniciaram, no entanto, da melhor forma a partida ante Andorra. Os primeiros 15 minutos, escassos de espaço entrelinhas – um dos principais méritos dos andorrenhos no encontro -, provocaram desconforto aos jogadores portugueses. Vasco Sousa, o vértice mais ofensivo do losango habitual de meio-campo de Rui Jorge procurava afincadamente espaço para receber nas zonas que mais gosta de pisar (entre a linha da defesa e a linha intermediária), mas sem grande sucesso.

    Os restantes três médios – Neves, Fernandes e Paulo Bernardo – mostravam-se amarrados à necessidade de vir buscar bola à primeira zona de construção. Aos 15 minutos da partida, Fábio Silva foi assistido e Rui Jorge aproveitou a paragem para conversar com Paulo Bernardo, que começou a surgir mais próximo das zonas de decisão. Portugal começou, assim, a colocar mais vezes três elementos (os dois avançados e o camisola “8”) nas zonas de finalização, incluindo dentro de área.

    A seleção cresceu, melhorou e começou a criar mais oportunidades, beneficiando também da verticalidade dos passes de alguns elementos mais recuados, em particular João Neves, que agora tinham mais um alvo na frente de ataque. No entanto, faltava profundidade pelas alas. Para o segundo tempo, Rui Jorge lançou Carlos Borges (subtraindo Mateus Fernandes) e Pedro Santos (subtraindo Tiago Santos), provavelmente procurando ter homens que mais facilmente procurassem a linha e o 1×1 pela esquerda e pela direita, respetivamente, alargando o campo e o espetro de jogo português.

    O 2-0 surgiu após 15 minutos de domínio de Portugal, não pontuado por oportunidades de golo. Chegou, ainda assim, para alcançar o golo da duplicação da vantagem e do aumento do conforto e deu ainda para chegar ao 3-0 final. Portugal deu o primeiro passo rumo ao Campeonato da Europa Sub-21 2025, mas ainda não um passo totalmente afirmativo. Nada de estanhar em demasia, tratando-se de um escalão em clara remodelação.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    BnR: O que faltou a Andorra para conseguir sacudir mais a pressão que Portugal exercia e estender mais o seu jogo?

    Eloy Casals: Faltou termos um pouco mais a bola. Gostaríamos de ter tido mais a bola e conquistado pelo menos um canto… Não o conseguimos e torna-se difícil quando do outro lado tens um rival tão forte. Portugal tem superioridade física e técnica e isso torna tudo mais difícil.

    BnR: Qual a importância da conversa com Paulo Bernardo e da presença mais acentuada do “8” português no último terço?

    Rui Jorge: Chamei o Paulo Bernardo, mas as indicações eram para outros jogadores também. Mas foi um pouco por aí. Estávamos a bascular, mas sem perigo. Os jogadores, quando não têm bola, tendem a procurá-la

    BnR: Quão importante é ter três avançados-centro em campo (dois de início e Tiago Tomás como suplente utilizado) e todos conseguirem anotar o nome na lista de marcadores?

    Rui Jorge: O individual interessa muito para mim. Para já, é um sinal muito grande da qualidade que temos. Ter o TT no banco, que está há dois anos na Bundesliga, demonstra bem a qualidade do nosso plantel. Mas acima de tudo fico feliz por os três pontas de lança, no tempo que estiveram em campo, terem mostrado que querem estar cá.

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    Márcio Francisco Paiva
    Márcio Francisco Paivahttp://www.bolanarede.pt
    O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.