Portugal 3-2 Gana: Final de loucos na estreia da armada lusa no Mundial de 2022

A CRÓNICA: JOGO EXTREMAMENTE FÍSICO E INTENSO, DO PRIMEIRO AO ÚLTIMO SEGUNDO

Estreia vitoriosa de Portugal no Mundial de 2022, que se realiza no Catar, com uma exibição esforçada, com uma grande solidariedade e entre ajuda entre todos os jogadores lusos, e com a estrelinha de que já estamos habituados, a proteger a equipa de Fernando Santos da quase desilusão que podia ter acontecido na parte final do encontro.

De facto, diz o ditado que a sorte protege os audazes, talvez até seja mesmo verdade, como foi possível comprovar uma vez mais, Portugal soube ser audaz, soube ser matreiro, sobe esperar, aguentar, gerir todos os esforços, e ferir a seleção ganesa apenas quando a oportunidade, de facto, surgisse.

Na primeira parte, assistimos a duas equipas que encaixaram muito uma na outra, com qualidade singular em todos os sectores do terreno, da baliza ao ataque, a fazer valer o bilhete de quem decidiu assistir em carne e osso a este duelo. No último Mundial da estrela portuguesa Cristiano Ronaldo, os holofotes caíram todos sobre os ombros do craque português, do aquecimento e até quase ao minuto 100, dado o tempo de compensação que foi reposto pelo árbitro de origem americana. E Cristiano era, de facto, a grande atração deste jogo, por tudo o que se tem passado na sua vida desportiva, mas também por tudo o que representa no mundo do futebol, sendo um claro exemplo. Atrás de si estavam 10 jogadores, prontos a dar o seu sangue, lágrimas e suor por um país tão pequenino, mas que “lá fora” arranja sempre maneira de ser grande, tanto ou mais do que os outros, na busca pela vitória final.

Se Portugal conseguiu controlar a seleção ganesa durante toda a primeira parte, e até acabar ligeiramente por cima do jogo após os primeiros 45 minutos, a segunda parte ditou uma história completamente diferente. Os grandes nomes de Portugal foram, a certo momento, abafados por jogadores como André Ayew, Iñaki Williams e Mohamed Kudus, que foram realmente decisivos para o Gana acordar e lutar.

Felizmente a história sorriu para a nossa seleção, com golos dos três jogadores mais virtuosos em imprevisíveis da convocatória nacional, Cristiano Ronaldo, João Félix e, claro está, Rafael Leão.

Esta vitória abre realmente boas perspetivas para o que ai vem, até porque se formos a analisar o outro jogo deste grupo, um empate entre Uruguai e Coreia do Sul, percebemos que são duas seleções aguerridas e muito difíceis de enfrentar, pelo que Portugal irá necessitar de estar ao seu melhor nível e, com três pontos já conquistados, a moral da nossa seleção vai ser claramente diferente.

 

A FIGURA

Bruno Fernandes – Antes de começar por elogiar o nosso número 8, quero dizer que adorei o jogo de Kudus, do lado Gana. Rápido, inteligente nas movimentações entre linhas, testou a atenção de Diogo Costa várias vezes com remates fortíssimos do meio da rua e, foi para mim, um dos agradáveis protagonistas deste jogo. Mas o que importa é falar de Bruno Fernandes, que esteve muito bem ao longo de todo o jogo, sempre a querer ter bola e a puxar muitas das vezes o protagonismo para si mesmo. A exibição do craque luso fica ainda coroada com duas assistências de altíssimo nível, que permitiram isolar os seus colegas na cara do golo.

 

O FORA DE JOGO

Bernardo Silva – Mais uma vez, falamos em português. Esperava mais de Bernardo para ser sincero, até neste novo papel interior que tem desempenhado ultimamente onde eu, pessoalmente, gosto mais de o ver. Tentou pegar no jogo, fazer a diferença, mas esteve sempre muito amarrado, no entanto, acredito que este seu papel foi crucial para desbloquear Bruno Fernandes para terrenos mais avançados, o que nos permitiu uma abordagem diferente e decisiva sobre o jogo.

ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

Portugal entrou em campo igual a si mesmo, sem grandes surpresas no onze inicial de Fernando Santos. Na defesa, os habituais titulares voltaram a estar presentes, sendo que até acreditei que Nuno Mendes pudesse ser titular, no lugar de Raphael Guerreiro, algo que não se confirmou. No meio campo, William ficou de fora e deu lugar a Rúben Neves, que atuou como pivot, sempre com Bruno Fernandes e Bernardo Silva por perto, e Otávio mais sobre o corredor direito, à imagem do que faz muitas das vezes no FC Porto. João Félix acabou por ser o fiel escudeiro de Cristiano Ronaldo, acabando por se juntar ao capitão a atacar, atuando quer ao meio, quer na faixa esquerda, em processo defensivo.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Diogo Costa (5)

Cancelo (6)

Rúben Dias (7)

Danilo (7)

Raphael Guerreiro (6)

Rúben Neves (7)

Bernardo (6)

Bruno Fernandes (8)

Otávio (6)

João Félix (7)

Cristiano Ronaldo (7)

SUBS UTILIZADOS

William (6)

Rafael Leão (7)

Palhinha (7)

Gonçalo Ramos (5)

João Mário (6)

ANÁLISE TÁTICA – GANA

Sem surpresas, toda a gente esperava uma equipa ganesa muito física, algo que se confirmou, mas que se juntou ao perfume do futebol africano que a turma dos irmãos Ayew e companhia trouxe para este jogo. Com uma linha de 5 defesas e 2 médios logo à sua frente, que condicionou e muito as ideias portuguesas, a seleção do Gana conseguiu libertar os 3 jogadores da frente de ataque para trabalhos ofensivos, que baralharam a cabeça à defesa lusa, com Iñaki mais fixo no corredor central, sendo que Ayew e Kudus alternaram de flanco muitas das vezes, e apareceram também eles, no corredor central, a criar superioridade numérica.

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Zigi (5)

Seidu (5)

Amartey (5)

Djiku (6)

Salisu (8)

Baba (5)

Partey (6)

Samed (5)

Kudus (7)

Ayew (7)

Iñaki Williams (6)

SUBS UTILIZADOS 

Lamptey (5)

Bukari (6)

Jordan Ayew (3)

Kyereh (4)

Semenyo (-)

Bernardo Santos
Bernardo Santoshttp://www.bolanarede.pt
O Bernardo é Licenciado em Relações Públicas e quase mestre em Jornalismo. É um comunicador nato, que transporta para o futebol a mesma simpatia e alegria que tem em viver.

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