Portugal 4-0 Grécia: Kika deu o mote para goleada lusa

    A CRÓNICA: PRIMEIRA PARTE DE LUXO DECIDIU O RESULTADO

    Tendo em vista o EURO 2022 que se aproxima, a Seleção Feminina de Portugal, 30ª do ranking FIFA, iniciou a preparação para o mesmo frente à Grécia (61ª do mesmo ranking), num jogo em que a receita de bilheteira será doada a uma associação com fins solidários.

    Desde cedo, no Estádio do Restelo, se percebeu as diferenças notórias entre ambas as equipas. Ainda assim, a Grécia até assustou primeiro, quando, num contra-ataque rápido, Markou obrigou Patrícia a fazer duas boas defesas em cinco segundos.

    Pouco depois, Kika falhou à boca da baliza, mas as lusas conseguiam encontrar espaços na muralha grega, que começou a cair aos 13’: Jéssica fez um cruzamento que bateu no braço de Palama dentro da grande área. Dolores enganou depois, com sucesso, a guarda-redes Chatzicharistou.

     “Os golos são como o ketchup”, como disse Cristiano Ronaldo e talvez inspiradas nas palavras e no talento do capitão da Seleção masculina, a Seleção feminina marcaria depois para mais três golos na primeira parte.

    Kika Nazareth marcou os seus dois primeiros golos por Portugal, nos quais evidenciou todo o seu talento. Jéssica Silva, que assistiu um desses golos, também marcou (o golo da tarde, diga-se) através de uma trivela sublime. Diana Silva foi igualmente um perigo à solta, tendo feito uma assistência (para Kika).

    O intervalo arrefeceu por completo o jogo. As portuguesas voltaram dos balneários com falta de clarividência do meio-campo para a frente e os gritos bem audíveis de Francisco Neto evidenciavam isso mesmo.

    A guardiã grega acabou por ganhar destaque, com uma bela defesa a remate de Carole e, já após as esperadas substituições, a impedir o golo de Ana Borges quase em cima da linha, tendo inclusive embatido contra o poste na sequência do lance. A Seleção do Mediterrâneo, por sua vez, não criou perigo nenhum na segunda parte.

    O jogo acalmaria depois por completo e o apoio das poucas centenas de adeptos presentes no estádio não chegou para alterar o marcador.

    Portugal entra assim com o pé direito na preparação para o EURO 2022 (que se joga de seis a 31 de julho). Seguem-se agora mais dois jogos de treino, frente (de novo) à Grécia e à Austrália.

     

    A FIGURA

    Kika Nazareth (Portugal) – Estreou-se a marcar pela Seleção da melhor maneira, apontando dois golos recheados de qualidade. Para além disso, floresceu a atuar como 10: fez a equipa andar para a frente e teve um excelente entendimento com todas as suas colegas.

     

    O FORA DE JOGO

    Trio defensivo da Grécia: Mesmo tendo muito apoio defensivo à sua volta, o trio de Sidira, Nefrou e Palama (esta cometeu o penálti que originou o primeiro golo luso) concedeu imenso espaço à equipa portuguesa, que o aproveitou muito bem.

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

    Alinhando num 4-4-2 losango, Kika atuava como 10, no apoio a Diana e Jéssica, ambas com liberdade para se movimentarem por várias zonas do campo. Mais atrás, Tatiana Pinto e Andreia Jacinto “seguravam” o meio-campo e Dolores era a médio responsável pela construção inicial.

     As laterais Joana e Catarina também davam um bom apoio ofensivo, procurando triangulações com as suas colegas de meio-campo e ataque.

    No processo defensivo, a equipa tinha de se preocupar sobretudo com os contra-ataques gregos. Nas raras ocasiões em que a Grécia tinha bola, as lusas defendiam num 4-4-2 em linha.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Patrícia Morais (6)

    Catarina Amado (6)

    Sílvia Rebelo (5)

    Carole (5)

    Joana Marchão (5)

    Andreia Jacinto (7)

    Tatiana Pinto (6)

    Dolores Silva (6)

    Jéssica Silva (7)

    Diana Silva (7)

    Kika Nazareth (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Andreia Norton (6)

    Ana Borges (6)

    Telma Encarnação (5)

    Vanessa Marques (5)

    Diana Gomes (5)

    Andreia Faria (6)

     

    ANÁLISE TÁTICA – GRÉCIA

    Encontrando-se a maior parte do tempo a defender, as visitantes faziam-no em 5-4-1. Conseguiam avançar no terreno através de transições rápidas ofensivas, muito graças ao entendimento entre Sarri e Markou, mas estas pouco assustaram Patrícia Morais.

    Das poucas vezes que as helénicas tinham a bola controlada, saíam a jogar a três, com as alas responsáveis por darem apoio em toda a lateral.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Chatzicharistou (5)

    Vasiliki (4)

    Mitkou (3)

    Kakampouki (4)

    Sidira (3)

    Markou (5)

    Sarri (5)

    Nefrou (4)

    Moraitou (4)

    Kongouli (4)

    Palama (3)

    SUBS UTILIZADOS

    Spyridonidou (5)

    Papatheodorou (5)

    Goula (5)

    Kapnisi (5)

    Pouliou (5)

     

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Portugal

    Bola na Rede: Na antevisão a esta partida disse que este era um jogo importante, sobretudo para a organização ofensiva e também para a transição defensiva; no início da segunda parte parecia faltar alguma clareza à equipa, sobretudo no ataque, pergunto-lhe se tentou alterar isso com as substituições em que fez entrar Telma e Ana Borges para os lugares de Diana e Jéssica?

    Francisco Neto: Acho que na primeira parte, a organização ofensiva foi melhor do que na segunda, mas, por exemplo, na organização defensiva e na reação à perda fomos melhores na segunda parte do que na primeira. Lembro que nos primeiros 15 minutos a Grécia tem duas saídas e tem uma, quando estava 0-0, a Patrícia tem que fazer uma defesa e não estava contente com isso.

    As substituições estavam pensadas e estes dois jogos são muito para isto, para dar minutos, e é algo que quem acompanha a seleção, no último apuramento nós tentamos rodar muitas jogadoras, temos das 23 em cada convocatória, jogam sempre 20 ou 21 nos dois jogos e como é lógico o Europeu é isto. Nós queremos chegar ao Europeu com todas as jogadoras com capacidade para e isso significa que vamos ter que dar minutos. As substituições foram muito mais na base dos minutos do que se elas estavam a jogar bem ou mal, porque estavam a jogar bem e independentemente disso, estava pensado. Também vai acontecer de certeza absoluta, muitas alterações no onze inicial e muitas substituições no segundo jogo e vai acontecer exatamente a mesma coisa com a Austrália porque esse é o nosso pensamento neste momento: capacitar as jogadoras de algo que elas não têm e precisam, que é minutos e competição internacional.

     

    Bola na Rede: A Kika marcou dois golos hoje queria perguntar sobre o seu papel no jogo, a atuar como 10 no apoio à Jéssica e à Diana, sentiu-se confortável e acha que é aí que pode dar o seu melhor contributo a esta Seleção?

    Kika Nazareth: Acho que há sempre espaço para melhorar. Posso dizer que, apesar dos dois golos, se calhar não me sinto totalmente realizada com o jogo que fiz. Claro que as estatísticas estão lá e os golos estão lá, mas acho que posso fazer muito melhor, mas com a Jéssica, que joga à minha frente, acho que há aqui uma entreajuda engraçada, tanto entre nós como entre a restante equipa porque se fala porque se comunica, há total abertura para se dizer o que se pensa, quer seja mal ou seja bem, e nós temos capacidade para ouvir.

    Daqui para a frente é ouvir as palavras da Jéssica e não só, também do Professor e vamos continuar da mesma forma a trabalhar.

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    Afonso Viana Santos
    Afonso Viana Santoshttp://www.bolanarede.pt
    Desde pequeno que o desporto faz parte da sua vida. Adora as táticas envolvidas no futebol europeu e americano e também é apaixonado por wrestling.