Portugal 9-0 Luxemburgo: Bruno Fernandes é o melhor jogador português da atualidade?

    Luxemburgo não é nenhuma Espanha, Brasil ou Argentina. Longe disso. No entanto, não invalida que as estrelas se tenham alinhado para um fenómeno raro de se assistir nos últimos tempos. Portugal jogou bom futebol. Ênfase no bom. É porventura o melhor jogo da era Roberto Martínez. O mister deixou claro que o mais importante é o resultado e está a conseguir, mas, com o plantel geracional que se tem, dominar e jogar assim deveria ser regra. Não exceção.

    Vamos ser sinceros. Calhou a Portugal um grupo muito acessível. Com este chaveamento, mais importante que garantir pragmaticamente os resultados (seriam sempre uma certeza), o melhor é criar boas dinâmicas, refinar os pontos fracos e solidificar a candidatura ao título do Euro 2024. Isto é, trabalhar com o objetivo de melhorar e não somente com o de vencer.

    Roberto Martínez parece subjugar o jogo de Portugal às características do adversário. Contra a Eslováquia – equipa mais físicas e agressiva – prevaleceu o controlo defensivo sem bola. Frente ao Luxemburgo, que seria expetável o domínio com posse, Portugal já priorizou a estratégia com bola e houve uma clara melhoria na construção ofensiva, tirando proveito das qualidades técnicas de muitos jogadores. É importante não descurar as características do adversário e explorá-las, mas Portugal tem equipa para impor sempre a sua identidade de jogo. Tem de ser o leão, não a presa.

    Quero agora falar de individualidades. Em termos de rendimento, Bruno Fernandes é atualmente o melhor jogador ao serviço de Portugal. Num jogo preso contra a Eslováquia, o médio desbloqueou a porta com um golo sublime e uma boa influência na construção. E se havia algumas dúvidas, Bruno Fernandes dissipou tudo contra o Luxemburgo. Foi o seu espetáculo. A sua noite. E nós só agradecemos e tiramos-lhe o chapéu três assistências e um golo depois.

    Gonçalo Inácio estreou-se a marcar por Portugal.
    Fonte: Luís Batista Ferreira/Bola na Rede

    Gonçalo Inácio também foi um dos homens da noite – o melhor atrás de Bruno Fernandes. O defesa-central canhoto mostrou segurança defensiva (recuperação e duelo) e qualidade de passe na construção a partir de trás (eficácia de passe e bola longa). Além disso, estreou-se a marcar pela seleção e tornou-se no primeiro defesa a bisar de cabeça desde 2000. Claramente o melhor jogo de Gonçalo Inácio por Portugal, merece mais destaque. Há que abordar também o casamento perfeito entre Rafael Leão e a bola. Sentiu-se a confiança e o dinamismo que trouxe ao flanco esquerdo. O sorriso e a classe. Observar torna-se um privilégio. Diogo Jota e Gonçalo Ramos também estiveram em evidência.

    Portugal beneficia de muitas individualidades e há quase mais destaques que golos. A capacidade de rotação também é uma mais-valia e um aspeto importante, o que justifica o porquê de não terem colocado o pé no travão. Estamos perante um Ferrari e há várias estradas possíveis até ao Euro. É importante agora consolidar a máquina, escolher o caminho e nunca esquecer de sonhar.  

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    Diogo Lagos Reis
    Diogo Lagos Reishttp://www.bolanarede.pt
    Desde pequeno que o desporto lhe corre nas veias. Foi jogador de futsal, futebol e mais tarde tornou-se um dos poucos atletas de Futebol Freestyle, alcançando oficialmente o Top 8 de Portugal. Depois de ter estudado na Universidade Católica e tirado mestrado em Barcelona, o Diogo está a seguir uma carreira na área do jornalismo desportivo, sendo o futebol a sua verdadeira paixão.