Finda a Taça das Confederações há que tirar ilações para o futuro. Pela primeira vez na história, a selecção nacional participou na Taça das Confederações, tendo terminado a competição num digno terceiro lugar.
No entanto eu fiquei com a impressão de que esta equipa podia ter dado mais, e de certeza não terei sido o único. Cair aos pés do bicampeão sul-americano não é motivo de vergonha, nada disso. Só que, em 120 minutos de jogo, vi uma equipa que não arriscou e que acabou por ser castigada por isso.
Após esta participação, há que realçar o facto de em 12 jogos disputados em fases finais, não perdemos nenhum no tempo regulamentar. Porém, em contrapartida, também vencemos apenas três desses 12 jogos no tempo regulamentar.
Estes resultados são o espalho da mentalidade conservadora e resultadista de Fernando Santos. No entanto, este “jogar para o resultado” deixa um vazio na qualidade de jogo da nossa equipa. E isto não é de agora.
Com isto não quero retirar nenhum mérito ou relevo ao título de campeão europeu conquistado no ano passado. Está quase a fazer um ano que foi escrita a página mais bonita da história do nosso futebol e ninguém retirará mérito a esta equipa, nem aos jogadores, nem ao Engenheiro Fernando Santos.
A questão aqui é que a conquista do Europeu em França podia e devia servir de mote para aprofundar mais a visão face ao nosso futebol, mas não é isso que se está ver. Continuamos agarrados ao passado.
Continuamos a jogar um futebol conservador, com medo de correr riscos. Um futebol que consiste na anulação do jogo do adversário e no aproveitamento dos seus erros, mas que do ponto de vista ofensivo depende das iniciativas individuais dos nossos principais intérpretes. Em contrapartida nas nossas selecções jovens vê-se um modelo de jogo definido, principalmente na selecção de sub-21, onde a equipa orientada por Rui Jorge aborda os jogos com uma postura dominante e um futebol apoiado, modelo esse que está fixo na equipa, jogue quem jogar.