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O RESCALDO
Depois dos dois primeiros jogos do Mundial, que colocaram em causa a arbitragem da competição, eis que se voltou a apitar para que a bola rolasse no grupo A. Os vencedores da primeira jornada encontraram-se, sem grandes surpresas na abordagem do jogo. À excepção da saída de Hulk e da entrada de Ramires, os sistemas de ambas as formações foram os expectáveis.
Na primeira parte, o nulo justificou-se. Apesar de terem existido oportunidades de parte a parte, não houve verdadeiramente um desequilíbrio que forçasse o marcador a ser outro a meio do jogo. Óscar, numa fase inicial, e Neymar, também de uma forma ocasional, indiciaram querer pegar no jogo, mas a explosão do jogo não se deu e os golos não apareceram. É de assinalar a oposição de Ochoa ao remate de Neymar quando se jogava o minuto 26. A defesa do mexicano ao remate do número 10 é uma das melhores deste Mundial. O Brasil conseguiu uma melhor gestão com bola, em tempo e qualidade; o México apostou mais na longa distância. Destaque ainda para a organização defensiva da turma mexicana e para a capacidade de anular as transições e investidas canarinhas.
Ao intervalo, Scolari mexeu na equipa. Apostando na velocidade, retirou Ramires e lançou o jovem Bernard. Mantendo uma coesão táctica assinalável, o México mostrou-se ainda assim ousado e investiu no sentido da baliza brasileira. Um Brasil sem grande personalidade permitiu uma ascensão mexicana, que continuava a apostar na longa distância. Guardado, Vázquez, Dos Santos e Herrera apontaram a mira à baliza de Júlio César, que aguentou o nulo. Numa fase em que o México apresentava mais perigo, Scolari refrescou o ataque e substituiu Fred por Jô, e a verdade é que este foi um ponto de inflexão do jogo. Não propriamente em termos de sistema (foi a chamada “troca por troca”), mas eu termos anímicos. O Brasil começou a acreditar mais, a jogar com mais confiança, a conseguir conquistar mais espaço no contra-ataque e a tendência do jogo alterou-se. O treinador mexicano, Miguel Herrera, respondeu lançando Chicharito e retirando Peralta do jogo. Ambos os treinadores ainda voltaram a mexer: no Brasil, entrou Willian por Óscar; no México, Fábian compensou Herrera e Dos Santos cedeu lugar a Jiménez.
No entanto, o clímax do jogo estava guardado para os minutos finais. Com o jogo mais aberto e sem a concentração de toda a partida, ambas as selecções esgotaram os últimos cartuchos. Valeram Ochoa e Júlio César, numa verdadeira apoteose futebolística. O empate sem golos esconde as oportunidades e a vontade das duas formações de se isolarem no grupo A. O México tem possibilidade de chegar aos oitavos-de-final pelo futebol e pela vontade que apresenta, no entanto, considerando a ameaça que é a Croácia (à data, com menos um jogo), podemos afirmar que o Brasil tem esse caminho mais facilitado. As contas estão longe de estar fechadas no grupo do anfitrião da festa do futebol.
A Figura:
Ochoa – o guarda-redes mexicano fez milagres neste jogo. É essencialmente dele a responsabilidade de o México ter saído da partida com um ponto.
O Fora-de-Jogo:
Ramires – não conseguiu aproveitar a titularidade e saiu ao intervalo. Teve pouco tempo e não conseguiu influenciar como seria de esperar.