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Euro Sub-17: mais uma “vitória moral” de Portugal

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A Inglaterra é a nova campeã europeia de sub-17. Os ingleses derrotaram a Holanda na final (4-1 nas grandes penalidades após o empate a um no tempo regulamentar) e conquistaram o segundo título da sua história neste escalão. Os britânicos apresentaram-se em Malta com um conjunto recheado de potencial e saíram com um triunfo que premeia a boa organização colectiva e o talento individual. Patrick Roberts foi o melhor jogador do torneio, mostrando uma qualidade muito acima da média para um jovem de apenas 17 anos. Foi essencialmente no plano ofensivo que a Inglaterra fez a diferença. Para além do extremo do Fulham, Isaiah Brown jogador explosivo, que tem características físicas e técnicas muito interessantes e que pode actuar em todas as posições do ataque – e Dominic Solanke – oportuno em zonas de finalização e dono de uma excelente técnica individual – foram as grandes figuras. O patrão do meio-campo foi Ryan Ledson, que, a jogar à frente da defesa, se destacou na recuperação e na distribuição (exímio no capítulo do passe); Onomah acabou o torneio em bom plano – foi mesmo um dos melhores na final -, aproveitando a sua disponibilidade física e capacidade de transporte de bola. No sector defensivo, os laterais Jonjoe Kenny e Tafari Moore (bastante completos tanto a atacar como a defender) demonstraram mais potencial do que os centrais.

A Holanda, como habitualmente, contou com um elenco cheio de qualidade e podia perfeitamente ter vencido o torneio. Jari Schuurman foi a estrela da equipa. O médio do PSV destacou-se essencialmente no plano ofensivo: para além da qualidade de passe, tem enorme facilidade de aparecer em zonas de finalização (desmarca-se extremamente bem). Marcou 4 golos que lhe valeram o prémio de melhor marcador da prova (juntamente com Solanke). Nas funções defensivas sobressaiu Donny Van de Beek – médio com uma excelente leitura de jogo e capacidade de recuperação -, dando maior liberdade a Schuurman para se envolver no ataque. Bilal Ould-Chikh foi o principal desequilibrador da equipa. Actuando no corredor direito, apesar de ser esquerdino, é irreverente, fortíssimo no 1×1 e remata muito bem. Bergwijn, avançado móvel e com boa visão de jogo, e Nouri, médio habilidoso, são outros elementos interessantes. Defensivamente, Calvin Verdonk foi quem mostrou mais potencial, não só a defender – muito eficaz na antecipação e no desarme – como a atacar, conseguindo desequilibrar tanto através do passe como da condução de bola. Para além disso, tem um remate forte com o seu pé esquerdo (marcou o golo do torneio frente à Inglaterra) e é um exímio marcador de bolas paradas.

Schurrman foi um dos principais destaques dos neerlandeses  Fonte: timesofmalta.com
Schuurman foi um dos principais destaques dos neerlandeses
Fonte: timesofmalta.com

No que diz respeito à selecção nacional portuguesa, assistimos à história do costume. Depois de uma fase de grupos brilhante, com 3 vitórias (a juntar às 6 da qualificação) e nenhum golo sofrido, os lusos desperdiçaram oportunidades incríveis no jogo da meia-final e acabaram injustamente eliminados pela Inglaterra. Sem ter nenhum craque que se destaque dos restantes, o conjunto de Emílio Peixe – constituído maioritariamente por jogadores do Benfica – mostrou mais qualidade a defender do que a atacar. A dupla de centrais formada por Francisco Ferreira (excelente na antecipação, no desarme e na saída de bola) e Rúben Dias (mais forte fisicamente) esteve impecável e complementa-se na perfeição. Nas laterais, Hugo Santos e Yuri Ribeiro foram competentes, embora tenham dado pouca profundidade ofensiva.

O meio-campo é outro sector desta selecção com bastante potencial. A actuar como médio defensivo, Rúben Neves demonstrou muita cultura táctica, inteligência posicional e qualidade no passe, assumindo-se como um dos pilares da equipa. À sua frente, Gonçalo Rodrigues fez um torneio algo irregular, mas a espaços demonstrou ser um médio talentoso (muita intensidade e boa leitura de jogo). Renato Sanches, talvez o nome mais conhecido à partida, acabou por não estar totalmente à altura das expectativas. Depois de uma excelente exibição na partida inaugural, perdeu influência e não conseguiu ser o médio ofensivo de que a equipa precisava. Ainda assim, tem imensa margem de progressão e consegue aliar qualidade técnica a uma capacidade física impressionante. Tem qualidade de passe, é muito forte no transporte de bola e cumpre defensivamente. Como opções de banco, Pedro Rodrigues, médio defensivo, e Pedro Delgado, dono de um excelente pé esquerdo, foram alternativas à altura.

Pelo que se viu neste torneio, o ataque é, surpreendentemente, o sector com menos qualidade. Os extremos titulares pouco produziram. À direita, Buta mostrou muita velocidade mas pouca inteligência nas decisões; do outro lado, Diogo Gonçalves não conseguiu aproveitar a sua qualidade técnica. Esteve constantemente desaparecido dos jogos e só apareceu na meia-final com a Inglaterra, exibindo um poder de remate bastante interessante. Luís Mata foi a arma secreta, sendo decisivo nas duas primeiras vitórias. Curiosamente, quando foi titular teve uma prestação desapontante. João Carvalho, que pode actuar na zona central e no corredor esquerdo, é provavelmente o jogador com mais técnica desta selecção. O jogador do Benfica tem uma excelente capacidade de aceleração, é criativo e forte no 1×1. Ganhou o lugar no onze com o decorrer do torneio. Como referência ofensiva, Alexandre Silva foi uma desilusão e, para já, não parece ter condições de ser o futuro da selecção. É muito fraco nas decisões e demasiado perdulário a finalizar. Tendo em conta as suas características, talvez possa tornar-se num extremo interessante (é rápido e consegue desequilibrar no 1×1).

Ruben Neves. capitão de Portugal, demonstrou uma enorme maturidade  Fonte: UEFA
Ruben Neves. capitão de Portugal, demonstrou muita maturidade e muita qualidade 
Fonte: UEFA

A Escócia foi a grande surpresa da prova, apesar de ter tido alguma felicidade na forma como se apurou para as meias-finais. Os escoceses vacilaram frente aos adversários mais poderosos (Portugal e Holanda), mas conseguiram derrotar as equipas de valia semelhante (Alemanha e Suíça). O jogador mais talentoso é Scott Wright, segundo avançado que cai bastante nas alas e é capaz de criar desequilíbrios através das suas mudanças de velocidade. Como pontas-de-lança, Craig Wighton e Ryan Hardie mostraram potencial. São dois jogadores com características idênticas – altos mas móveis –, que seguram bem a bola e têm sentido de baliza. Nesbitt, médio ofensivo com uma excelente qualidade no passe, e Joseph Thomson, trinco agressivo e forte na recuperação, são outros elementos que podem chegar longe.

Apesar de terem sido afastadas na primeira fase, a Turquia e a Suíça mostraram bastante qualidade. Os suíços voltaram a apresentar uma geração que pode ter sucesso no futuro. Ainda assim, o jogador de quem mais se esperava – Albian Ajeti – não esteve à altura. O avançado, que já se estreou na equipa principal do Basileia, tem muito potencial (rápido, potente e com remate fácil), mas passou ao lado do torneio. No meio-campo destacaram-se Djibril Sowbox-to-box intenso, eficaz na recuperação e forte no transporte de bola – e Dimitri Oberlin, que, a actuar como médio ofensivo, deixou excelentes indicações. Arxhend Cani, extremo que ocupa preferencialmente o corredor esquerdo, foi o principal desequilibrador da equipa, mostrando bons atributos técnicos e uma capacidade de aceleração muito acima da média. O guarda-redes Gregor Kobel – tremenda segurança na saída aos cruzamentos e boa presença entre os postes – também merece nota positiva (pode seguir as pisadas de guardiões como Sommer ou Benaglio).

Os turcos tiveram alguns problemas defensivos, mas a principal razão para não terem seguido em frente foi a falta de maturidade na gestão do jogo (estiveram em vantagem contra Holanda e Inglaterra). Enes Ünal, que já é presença habitual na equipa do Bursaspor, é o jogador com mais potencial. O avançado destacou-se pelo seu instinto e sentido de baliza, impressionando pela forma como consegue trabalhar na grande área (marcou dois golos à meia volta). Forte fisicamente, joga bem como pivot e é bastante perigoso na marcação de livres. O guarda-redes Tarik Çetin – impecável entre os postes -, e os extremos Incedere e Sabit Yilmaz, dotados tecnicamente e com boa visão de jogo, são outros elementos talentosos.

A Alemanha foi a grande desilusão da prova. Ao contrário do que se esperava, os germânicos viajaram para Malta com uma equipa pouco talentosa e saíram do torneio sem qualquer vitória. O capitão Benjamin Henrichs foi um dos poucos destaques positivos. O jogador do Bayer Leverkusen actuou como médio centro e mostrou uma maturidade muito acima da média para um jovem de 17 anos. Muito completo, tem qualidade técnica, capacidade de passe e aparece bem em zonas de finalização, sendo igualmente competente nas tarefas defensivas. Os extremos Ferati e Fiore-Tapia também deixaram boas indicações, apesar da irregularidade exibicional. Em relação à selecção da casa, como se previa não teve capacidade para ombrear com os adversários (equipa bastante atrasada a nível técnico e táctico, tanto individual como colectivamente). O ponto alto acabou por ser os dois golos marcados à Holanda. Friggieri, extremo com um excelente pé esquerdo, e Mbong, rápido e capaz de criar desequilíbrios, são os jogadores mais interessantes.

Onze ideal (4-3-3):

GR – Tarik Çetin (Tur)

LD – Jonjoe Kenny (Ing)

DC – Francisco Ferreira (Por) e Calvin Verdonk (Hol)

LE – Tafari Moore (Ing)

Mdef – Ryan Ledson (Ing)

MC – Jari Schuurman (Hol)

MO – Dominic Solanke (Ing)

Extremos – Patrick Roberts (Ing) e Bilal Ould-Chikh (Hol)

Av – Isaiah Brown (Ing)

 

Melhor jogador: Patrick Roberts – O médio holandês Jari Schuurman também brilhou, mas o extremo inglês é quem mais merece esta distinção. Marcou 3 golos e fez 4 assistências. Actuando preferencialmente no corredor direito, o jovem de 17 anos tem nas diagonais para o corredor central – onde pode aplicar o seu forte remate de pé esquerdo – a sua grande arma. Dotado tecnicamente, com uma excelente visão de jogo e uma capacidade de decisão muito acima da média, cria bastantes desequilíbrios através da condução de bola (principalmente) e do drible.

Tomás da Cunha
Tomás da Cunha
Para o Tomás, o futebol é sem dúvida a coisa mais importante das menos importantes. Não se fica pelas "Big 5" europeias e tem muito interesse no futebol jovem.                                                                                                                                                 O Tomás não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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