Alemanha e México com encontro marcado para as meias-finais da Taça das Confederações, em Sochi, após no dia de ontem o Chile ter garantido um lugar na final vencendo Portugal nas grandes penalidades. O México foi segundo do seu grupo e a Alemanha primeira, mas neste jogo o objetivo era só um para ambas as equipas – alcançar a final e o título da Taça das Confederações.
Os germânicos, como em toda a competição, com um onze muito jovem, dada a convocatória também cheia de jovialidade realizada por Joachim Löw para esta competição, tinha pela frente um México cujas principais ausências na equipa principal foram as de Andrés Guardado, suspenso para este jogo, e de Salcedo, ausente por lesão, mas ainda assim com jogadores experientes e de grande qualidade, com os bem conhecidos dos portugueses Layún, Herrera e Raúl Jiménez.
Ouvidos os hinos nacionais, chegou a altura de a bola rolar.
Os primeiros minutos da partida foram muito a meio campo, no entanto era a Alemanha a parecer mais decidida a atacar e, mesmo sem ter criado grandes oportunidades de golo antes disso, colocou a bola dentro da baliza por duas vezes no espaço de dois minutos. O primeiro chegou depois de uma má ação de Moreno, que, no centro do terreno, entregou a bola aos alemães, e estes rapidamente criaram um ataque fatal para a seleção tricolor, finalizado por Goretzka. O seu remate, ainda que fraco, enviou a bola para uma zona fora do alcance de Ochoa. O jogo recomeçou logo a seguir, mas o México nem tempo teve de reagir ao primeiro golo sofrido, visto que não tardou a chegar o segundo. Novo ataque bem contruído pelos jovens da Alemanha, boas combinações que resultaram no isolamento de Goretzka frente ao guardião mexicano, que, mais uma vez, não foi capaz de parar o remate do jogador do Schalke 04. O desafio era agora muito maior para o México que, lembre-se, esteve a perder em todos os jogos que realizara antes deste na prova.
A seleção do México via-se agora com necessidade de atacar com mais afinco e objetividade, e foi isso que tentou fazer. No entanto, todas essas tentativas ficaram filtradas na defensiva germânica, e esta ia facilmente fazendo a bola chegar ao meio campo adversário, onde os seus avançados e médios, com a sua velocidade e capacidade de desmarcação criaram sempre dificuldades para os defesas mexicanos, que não conseguiam acompanhar a rapidez de jogadores como Werner e a sua capacidade de encontrar espaços nas costas dos defesas, bem como prever as suas movimentações.
A primeira real oportunidade de golo para o México chegou perto dos dez minutos antes do intervalo através de Giovani dos Santos. Mesmo marcado por adversários, conseguiu rematar com perigo, mas permitindo a ter Stegen defender eficazmente e afastar o perigo da sua baliza. Este lance parece ter despertado a formação americana, que logo após esse lance, criou outro por Chicharito, mas que não deu frutos – isolado frente ao guarda redes alemão, mas com a bola no ar, enviou-a por cima da trave. A tricolor mostrava ainda acreditar na possibilidade de lutar pelo resultado, e pretendia marcar ainda antes do intervalo, como comprova o livre perigoso cobrado por Herrera, e que foi defendido por ter Stegen, que se assustou, com certeza, com o remate do portista. Neste momento, era o México a impor-se no jogo, e a Alemanha a baixar a sua intensidade, razão pela qual o intervalo veio numa melhor altura para a Mannschaft, que, ainda que com uma vantagem de dois golos, precisava de continuar a precaver-se de uma remontada.
A segunda parte começou da mesma forma como acabou a primeira. O México continuava por cima no jogo, com mais objetividade e ia chegando mais vezes perto da área da Alemanha. Apesar disso, nunca foi capaz de criar muito perigo. Por outro lado, os alemães, ainda que atacando menos, quando atacavam, eram muito mais certeiros eficazes, tendo chegado ao terceiro golo ao minuto 59 por intermédio de Werner, depois de algumas oportunidades para ambos os lados, entre as quais uma para este mesmo, que rematou com ligeiro perigo ao lado, num lance onde pediu grande penalidade por um empurrão de Moreno nas costas. Este golo praticamente decidiu o jogo. Num lance onde Layún podia ter feito mais para impedir o passe em desmarcação para o alemão que serve Werner a Alemanha chegou à goleada e abriu por completo as portas da final. O México não ia sendo capaz de travar as investidas de ataque adversárias desde a raiz, no meio campo, e estas chegavam ao último terço com muita gente para as finalizar, o que facilitava a tarefa de marcar golos.
Após o golo, destaque para um trio de grandes oportunidades para o lado dos mexicanos, uma por Miguel Layún, que com apenas ter Stegen pela frente, dentro da área, atirou à figura do guarda redes, a outra para Raúl Jiménez, que, com um grande cabeceamento, enviou a bola à trave da baliza germânica, e a última para Rafa Márquez, após um canto, a cabecear para ter Stegen defender com dificuldade.
Ainda antes do final da partida, houve tempo para o merecido golo de honra do México, por Marco Fabián. Depois de um livre marcado de forma rápida, muito longe da baliza, o médio mexicano atirou com um potente remate a bola para o fundo das redes, sem qualquer hipótese para ter Stegen. Excelente golo! Dos melhores da competição.
E quando tudo fazia crer que o jogo ia terminar com o 3-1, Younes marcou o quarto golo alemão, que nada de novo veio trazer ao jogo, exceto a reposição da goleada, numa altura em que a desorganização reinava em ambas as formações, mas mais notada na mexicana.
4-1 foi o resultado final de uma grande partida de futebol que consagrou a Alemanha como finalista da Taça das Confederações 2017. Quanto ao México, defrontará no domingo Portugal no jogo que definirá o terceiro e o quarto classificados da prova.
Apesar da goleada, parece-me apropriado afirmar que este foi um dos melhores jogos da competição, entre duas das melhores equipas da mesma. A Alemanha, mesmo com jogadores menos experientes, jogou um futebol mais eficaz e objetivo, dando poucas hipóteses à El Tri. Apropriado também parece-me apontar esta seleção alemã como favorita à conquista da Taça, mas o Chile certamente terá uma palavra a dizer.
Foto de Capa: FIFA