Espanha 22-20 Croácia: Muralha espanhola garante o bicampeonato

    A CRÓNICA: SELEÇÃO ESPANHOLA TORNOU-SE A SEGUNDA NA HISTÓRIA A SER CAPAZ DE REVALIDAR O TÍTULO EUROPEU

    A grande final chegou depois de 40 intensos jogos neste Campeonato da Europa 2020 e não desapontou. Se de um lado encontrávamos a Espanha, que entrava para este encontro como campeã em título, de outro lado tínhamos a Croácia, uma das seleções mais medalhadas do mundo.

    O encontro começou como era esperado. Ambas as equipas apresentavam as suas defesas 5×1 extremamente flexíveis, mas enquanto que a Croácia arranjava forma de penetrar aos seis metros, a seleção espanhola ia tendo mais dificuldades. Com Domagoj Duvnjak como defensor avançado, o lateral ia condicionando a circulação de bola entre os laterais espanhóis, que eram obrigados a criar sozinhos situações de remate.

    Foi então que Jordi Ribera decidiu fazer algumas alterações. Tirou Alex Dujshebaev e Rodrigo Corrales e introduziu Alex Maqueda e Gonzalo Pérez de Vargas. O resultado foi imediato.

    Um parcial de 4-0 com três golos de Maqueda e seis defesas de Vargas (em oito remates) nos últimos dez minutos permitiram à seleção espanhola passar para a frente e foi assim que foram para o intervalo a vencer por 12-11.

    Com uma defesa extremamente concentrada, a Espanha entrou da melhor forma possível no segundo tempo. Duas defesas de Pérez de Vargas e um conjunto de maus passes croatas permitiram à seleção espanhola marcar quatro golos de seguida e cavar uma vantagem de 16-12 que manteve durante largos períodos.

    No entanto, a entrada de Domagoj Duvnjak veio mexer com o jogo. A Croácia começou a atacar em superioridade numérica e paulatinamente recuperou, chegando ao empate aos 49 minutos. Com o cronómetro a aproximar-se do final e a ansiedade a aumentar, as falhas de remate tornaram-se constantes. Sentia-se que cada golo podia ser decisivo, e assim foi.

    A dois minutos do final e com a Espanha a vencer por um, Igor Karacic, melhor jogador da última final four da Liga dos Campeões, recebeu a bola e cometeu uma falta. Talvez por ansiedade ou distração, Karacic deu seis passos quando o máximo são três, devolvendo assim a posse de bola à Espanha que entrava para o último minuto a vencer por um e com o esférico.

    Alex Dujshebaev recebeu e rematou rasteiro, fazendo o 22-20 e selando assim a vitória espanhola que se tornou a segunda seleção depois da Suécia a revalidar com o sucesso o título europeu.

    A FIGURA

    Fonte: RFE Balonmano

    Gonzalo Pérez de Vargas – O guarda-redes revolucionou por completo o jogo espanhol e com oito defesas e 42% de eficácia defensiva, foi graças a ele que Espanha conseguiu revalidar o título.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: HRS

    Igor Karacic – É sempre difícil escolher o fora de jogo numa final, muito mais quando se trata de um jogo tão bem disputado como este, mas dado o impacto que teve no resultado final, Igor Karacic teve que ser o escolhido. Com o resultado por um e a posse do lado da Croácia, o central cometeu uma falha técnica inconcebível que acabou por “oferecer” o título ao adversário.

    ANÁLISE TÁTICA – ESPANHA

    Apoiada numa defesa 5×1 muito compacta – que depois passou a 6×0 – a defesa espanhola foi fiel aos seus princípios: recuperar a bola e sair em contra-ataque. A forte defesa croata frustrou (e muito) a sua circulação de bola, mas foi nessa altura que a experiência de Maqueda e Entrerrios falou mais alto.

    SETE INICIAL E PONTUAÇÕES

    Rodrigo Corrales (6)

    Ferran Sala (6)

    Raul Entrerrios (7)

    Viran Morros de Argila (7)

    Alex Dujshebaev (6)

    Iosu Leoz (6)

    Angel Fernandez (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Gonzalo Pérez de Vargas (9)

    Jorge Maqueda (8)

    Daniel Sarmiento (7)

    Julen Aguinagalde (7)

    Adrian Figueras (6)

    Joan Canellas (7)

    Aleix Gomez (8)

    Aitor Arino (6)

    Gedeon Guardiola (7)

    ANÁLISE TÁTICA – CROÁCIA

    A Croácia mostrou tudo aquilo de que era capaz: uma defesa fortíssima que frustrava a circulação adversária e os obrigava a criar os seus remates sozinhos. Mas infelizmente não foi capaz de ultrapassar Pérez de Vargas. O cansaço e as mazelas de uma competição desta exigência também foram notórias, com Duvnjak a coxear bastante ainda durante o encontro.

    SETE INICIAL E PONTUAÇÕES

    Marin Sego (6)

    Zlatko Horvat (6)

    Luka Stepancic (7)

    Igor Karacic (6)

    Domagoj Duvnjak (9)

    Marino Maric (7)

    David Mandic (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Matej Asanin (5)

    Zeljho Musa (5)

    Marko Mamic (6)

    Luja Cindric (5)

    Ilija Brozovic (6)

    Vlado Matanovic (5)

    Marin Sipic (5)

    Foto de Capa: RFE Balonmano

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    Leonardo Costa Bordonhos
    Leonardo Costa Bordonhoshttp://www.bolanarede.pt
    É jornalista desportivo e o andebol e o futebol foram o seu primeiro amor. Com o passar do tempo apaixonou-se também pelo basquetebol e futebol americano, e neste momento já não consegue escolher apenas um                                                                                                                                                 O Leonardo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.