Golias cada vez mais implacável contra Davides? | Andebol

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DISCREPÂNCIA NACIONAL CADA VEZ MAIOR

Nos últimos três anos, sem a fase final, os desaires dos grandes contra as outras equipas têm diminuído bastante. Entre os três principais candidatos ao título, o Benfica é a equipa que tem maior tendência para escorregar e talvez seja por isso que o seu último Campeonato conquistado tenha sido em 2007/2008.

Se formos analisar os últimos cinco anos (ver tabela abaixo), as equipas mais modestas têm cada vez maior dificuldade em retirar pontos aos candidatos ao título. A redução do número de jornadas e fim da fase final que deixou de existir há três anos parecem vir agravar a tendência.

FC Porto Sporting CP SL Benfica
2022/23 – Águas Santas (27-28, fora) 2022/23– nenhum até à 12.ª jornada 2022/23– nenhum até à 13.ª jornada
2021/22– nenhum 2021/22– nenhum 2021/22– Vitória FC (29-32, fora)
2020/21– nenhum 2020/21– nenhum 2020/21- Belenenses (29-33, fora); SC Horta (26-28, fora)
2019/20– nenhum 2019/20– nenhum 2019/20- ABC (27-28, fora); FC Gaia (30-30, casa)
2018/19– nenhum 2018/19 – ADA Maia (25-26, fora); Águas Santas (28-29, fora) 2018/19 – Belenenses (24-24, fora); Madeira SAD (21-25, fora)
2017/18- Artística Avanca (31-35, fora); ABC (23-23 e 24-24, ambos em casa) 2017/18- ABC (27-27, casa); Madeira SAD (29-31, fora) 2017/18 – ABC (29-29 e 21-25, ambos em casa);

 

Esta época o Porto teve uma estreia amarga no Campeonato e não obteve uma vitória frente a uma equipa que não os seus dias principais rivais. O campeão nacional teve um mau início de foi derrotado frente ao Águas Santas, atual quarto classificado e que obteve a mesma posição na temporada passada.

A equipa maiata parece ser a candidata a tirar pontos aos três grandes na segunda volta. Mesmo perdendo frente a Sporting e a Benfica, os comandados de Ricardo Moreira perderam com ambas por apenas dois golos (24-26, no Pavilhão da Luz, contra o Benfica e 27-29, frente ao Sporting em casa). Por outro lado, o Águas Santas vai dando uns tímidos passos de evolução nas competições europeias na fase de grupos com apenas um ponto conquistado pelo empate em casa com os ucranianos Motor Zaporozhye que vai mantendo a forma na Segunda Divisão da Alemanha. A evolução na Europa e o contacto com equipas de outros países irá ajudar certamente os quatro e quinto classificados a puderem lutar pelos resultados frente aos três grandes.

De resto, até três golos de diferença e excluindo o Águas Santas, só o Póvoa AC (30-31, fora) e Académico de Viseu (23-25, fora) frente às águias, ABC (23-25, fora) contra leões e o Vitória FC (27-30, fora) estiveram perto de uma surpresa.

Vamos ver como corre a segunda parte da época, mas algo tem de ser pensado porque se a redução do número de equipas na competição, poderá talvez aumentar a receita de cada um dos clubes. No entanto, a redução do número de encontros parece favorecer o registo vitorioso dos grandes e reduzir mais o interesse nos duelos da I Divisão, fora confrontos entre Benfica, Porto, Sporting. Como nota positiva, a transmissão acessível dos encontros de I Divisão e mesmo de alguns jogos da II Divisão é importante para cativar as pessoas e atrair novas para acompanhar a modalidade.

A Federação Portuguesa de Andebol deve procurar alternativas para melhorar a competitividade entre equipas que levem a mais jogos como, por exemplo, a reintrodução da fase final ou jogar a três voltas. O aumento da competitividade iria ajudar a encher os pavilhões, o que não acontece, mesmo quando um grande como o Benfica que arrasta multidões noutras modalidades vem jogar, por exemplo, a Viseu como ocorreu no último fim de semana em que o público esteve longe de assistir o pavilhão e mesmo assim foi mais do que costuma acontecer.

Por último, apesar de ajudar ao desenvolvimento dos jovens atletas, a questão dos jogadores emprestados é algo que tem de ser bem definido. Há várias equipas “inundadas” de jogadores emprestados e cujo regulamento parece pouco limitativo para evitar situações complicadas de resolver como nos jogos entre clubes que os emprestam e os que recebem e também para proteger as formações que precisam dos atletas cedidos para os manter. Por exemplo, a impossibilidade do clube que cede de resgatar os atletas no decorrer da época seria importante para a estabilidade do emblema que os recebem. Por outro lado, a limitação do número de emprestados que um clube contrata deve também ser pensado para os clubes mais pequenos começarem a olhar mais dentro e para outras equipas as quais os possam ir buscar de forma definitiva.

Foto de Capa: Diogo Cardoso / Bola na Rede 

Pedro Filipe Silva
Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.

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