Os melhores momentos do Académico Viseu FC 24-23 Vitória FC

    modalidades cabeçalho

    No Pavilhão Cidade de Viseu, o Académico local derrotou o Vitória Futebol Clube por 24-23, na 22.ª jornada da Primeira Divisão. A vitória ficou decidida só no último segundo.

    Eduardo Almeida, pela equipa da casa, e Nuno Roque, pelo sadinos, foram os melhores marcadores do encontro com cinco golos.

    Com este resultado, os viseenses saem da zona de descida direta, onde tinham caído na jornada anterior pela derrota frente ao ADA Maia. O adversário maiato acabou por perder frente ao lanterna vermelha, Santo Tirso, que obteve a primeira vitória na competição, e foi novamente ultrapassado pelo Académico.

    Já o Vitória FC, numa posição bastante confortável em termos de manutenção, falhou a ultrapassagem ao Marítimo, mantendo o oitavo lugar da classificação.

    O Bola na Rede traz-te os momentos mais importantes do jogo.

    ANTÓNIO SILVA INSPIRADO DESDE O INÍCIO

    No primeiro lance de jogo, o guarda redes do Académico Viseu deu pistas sobre o quão decisivo iria ser no jogo.

    Na ponta direita do Vitória, Victor Talmazan, com espaço, atirou, mas António Silva deu um passo para a frente e tapou o caminho para a baliza. Esta situação permitiu posteriormente que a formação da casa conseguisse o primeiro golo do jogo. O marcador foi Miguel Vieira.

    VITÓRIA CHEGA-SE À FRENTE

    A equipa da casa conseguiu as primeiras duas vantagens do jogo. No entanto, ao 2-2, os viseenses cometeram o erro de tentar acelerar o ritmo, algo que ainda não é uma das suas especialidades. Kevin Diaz rematou, mas acabou por atirar à figura de João Moniz.

    Os setubalenses tinham uma oportunidade de ouro para conseguirem chegar à frente do marcador. A formação treinada por Luís Monteiro aproveitou a maior velocidade no encontro e concretizou por João Reis, de meia distância. Os vitorianos continuaram na frente até ao final da primeira parte.

    OS ÚLTIMOS A MARCAR

    Mesmo que a margem não fosse muito folgada, o Vitória FC controlou a vantagem até ao intervalo. Na melhor fase, os visitantes conseguiram quatro golos à maior (3-7), com os viseenses a estarem cerca de sete minutos, sem marcar.

    O Académico voltaria a aproximar-se no resultado, porém, à beira do intervalo, Diogo Liberato rematou para fora e a oportunidade para empatar esfumou-se (10-11).

    Os forasteiros ainda foram a tempo de colocar a diferença em dois golos. No centro, Nuno Roque atirou para o fundo da baliza, perante um desamparado António Silva no chão.

    O Académico só dispunha de mais seis segundos para repor a desvantagem na margem mínima. Do centro do terreno, Eduardo Almeida só teve tempo de atirar diretamente para a baliza, onde João Moniz acabou por travar com os pés o remate. O guarda redes do Vitória foi uma das figuras do primeiro tempo, com várias defesas importantes.

    QUATRO DE SEGUIDA

    Na segunda parte, a equipa treinada por Rafael Ribeiro acertou mais ofensivamente e conseguiu ainda, nos primeiros minutos, voltar a ficar na frente do marcador.

    Os vitorianos ficaram cerca de cinco minutos sem marcar e os academistas viraram o resultado (de 11-13 para 15-13). No entanto, as voltas e reviravoltas foram várias durante a etapa complementar.

    Eduardo Almeida fez o 15.º golo da formação beirã, num livre de sete metros, depois André Lima ter sido abalroado por Alexandre Pereira. O jogador sadino acabou por ser excluído dois minutos, deixando os visitantes a jogarem com menos um.

    VANTAGEM FUNCIONOU AO CONTRÁRIO

    Depois de alcançada a vantagem no marcador e numérica, esta por 120 segundos de jogo, esperava-se que a formação viseense pudesse manter e até alargar o fosso no resultado.

    Só que o Académico revelou dificuldades na hora de finalizar e na defesa, com os sadinos a obterem dois livres de sete metros. A equipa da casa não marcou e, já depois de o Vitória os sete jogadores em campo, o marcador voltou a virar.

    Destaque para o lance que termina a sequência de quatro golos seguidos (15-17) dos setubalenses. Próximo da barreira da defesa adversária, Miguel Cortinhas desentendeu-se no passe com André Lima. Artur Pereira conseguiu agarrar a bola e fez um passe longo para Nuno Roque que, perante o guarda redes viseenses, não falhou.

    ATÉ AO ÚLTIMO SEGUNDO

    Nos últimos dez minutos, a formação da casa conseguiu chegar à vantagem pela margem mínima. Contudo, os sadinos conseguiram saltar para a frente já a menos de três minutos do final (22-23).

    Só que três lances atacantes sem marcar levaram a que o Académico chegasse outra vez a posição privilegiada no resultado (24-23). Curiosamente, os dois golos tiveram origem em situações de contra ataque.

    O golo final da partida foi marcado por Eduardo Almeida, de sete metros, depois de o árbitro ter assinalado uma falta assinalada de João Reis sobre Diogo Liberato. O central emprestado pelo Sporting aos viseenses ainda foi o responsável pelo lançamento do contra ataque ao travar o remate de Claúdio Pedroso, na barreira defensiva.

    O Vitória tinha o último lance ofensivo do jogo e podia chegar ao empate. O treinador sadino pediu o time out para planear o ataque derradeiro. No último segundo, a dupla de arbitragem descortinou uma falta da barreira da defesa do Académico sobre João Reis e assinalou livre de nove metros.

    José Rebelo cobrou o livre diretamente da baliza, todavia o esférico ficou na barreira do Académico com as mãos de Cortinhas a desviarem a bola da direção pretendida pelo atleta do Vitória.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Académico Viseu FC

    BnR: Que conclusões retira desta vitória num jogo bastante emotivo?

    Rafael Ribeiro [técnico principal]: Sim, o resultado comprova. Foi só por um e foi sempre no limite. Acho que acaba por ser justo. Nada contra a equipa do Vitória que veio jogar aqui tranquila. Nem para cima, nem para baixo.

    Depois da semana passada que foi mau [derrota por 19-29 na casa do ADA Maia] e com a vitória do Santo Tirso frente ao Maia, abria-nos aqui uma janela de oportunidade.

    Independentemente desse resultado, sabíamos do que faltava para o final do campeonato, faltam cinco jogos e este era daqueles que tínhamos em casa que tínhamos de “matar ou morrer”, como disse no balneário. E matamos. Tivemos quase mortos obviamente.

    O jogo foi duro, foi equilibrado. Falhámos muito outra vez na finalização que foi uma coisa louca. Mas, depois, veio ao de cima, a competência e a entreajuda que têm faltado em muitos jogos. A semana passada faltou.

    Quando se ganha só por um, não há justiça ou injustiça. Eu vejo pelos meus óculos e, pronto, fomos felizes.

    BnR: Novamente a equipa melhorou da primeira para a segunda parte. O que tentou corrigir e passar aos jogadores no intervalo?

    Rafael Ribeiro: Nada, porque nós marcámos dez na primeira parte e 14 na segunda. Se sofrermos 23 golos em todos os jogos, estou ótimo.

    O problema na primeira parte foi a finalização, eu acho. Depois, acabámos por arriscar um bocadinho na segunda parte. Tivemos um período na segunda parte, em que podíamos ter matado. Estávamos a vencer por dois, 16-14, e desperdiçámos uma ou duas bolas no ataque.

    Acho que faltou um bocadinho de discernimento no ataque. Acho que, da primeira para a segunda, falhámos menos remates. Não tenho acesso aos números, pelo menos é a ideia que tenho.

    BnR: Relativamente à questão dos golos, o mister disse que não há problema na equipa marcar menos. Mas qual é a explicação para terem perdido com o ADA Maia e, em casa, frente a adversários, alguns com outros recursos conseguem superiorizar-se?

    Rafael Ribeiro: Perdemos e bem [contra o ADA Maia].

    São jogos com histórias diferentes. Eu sei que toda a gente diz isto, mas é verdade. Nós somos a mesma equipa que perdeu por dez, na semana passada, frente ao ADA Maia. Não podíamos ter perdido da forma como perdemos. Foi humilhante para nós.

    Nós hoje tínhamos obrigatoriamente de fazer melhor e, portanto, eles sabiam disso e sabiam da importância do jogo basicamente. Na semana passada, era importante, mas não era fundamental e hoje era fundamental. Se não ganhássemos hoje, ficávamos muito afastados, mesmo que o ADA Maia tivesse perdido.

    Mas equipa é mesma, os jogadores são os mesmos, a metodologia de treino é a mesma, o treinador é o mesmo e os erros são os mesmos. Agora, quando há um bocadinho mais de espírito de equipa e de companheirismo, não é isso que ganha jogos, mas ajuda a ganhar e acho que hoje ajudou a ganhar.

    BnR: Relativamente ao jogo com o ADA Maia, a página oficial do Andebol do Académico Viseu fez uma publicação em que, para além das críticas à arbitragem, refere que tanto o treinador como os jogadores não estiveram ao vosso nível. Como é que vês essa crítica?

    Rafael Ribeiro: Está certo. Não estivemos ao nosso nível. Tendo em conta que era contra o adversário direto, era um jogo em que tínhamos de fazer mais.

    Não vale a pena falarmos de cenários hipotéticos, mas a verdade é que, se, na semana passada, não tivéssemos perdido e hoje ganhávamos, diria que estava carimbado, pelo menos, o playoff.

    Portanto, quando as críticas fazem sentido, têm de ser feitas. Foi apenas uma mensagem passada para fora porque, para dentro, a mensagem foi a mesma da minha parte. Eu, a começar, também não foi dos meus melhores jogos. Perdi completamente as estribeiras e não controlei aquilo que é a minha função. Por isso, as críticas são plausíveis e aceitáveis.

    BnR: Por último, é referido sempre a questão do rendimento no treino para um jogador ser aposta de inicio. Mas os adversários não têm todos as mesmas características. Até que ponto adapta as escolhas dos jogadores ao adversário?

    Rafael Ribeiro: Depende. Primeiro, para fazer isso a 100%, precisava de ter um plantel riquíssimo e vasto e com mais opções, com dois jogadores por posição. Não tenho.

    Nós temos de adaptar muito a nossa de jogar ao adversário porque somos inferiores à maioria deles. Somos inferiores ao Vitória, mas hoje fomos superiores. Temos de adaptar.

    Não faz sentido ter um jogador “A” que é melhor para aquele jogo, mas o jogador “B” treina melhor. Quem treina melhor, tem de jogar. Eu não tenho essa possibilidade de trocar só para adaptar à equipa adversária. Adaptamos com aquilo que temos e o jogador que vai jogar e treina melhor, tem de se adaptar à forma que é.

    Isso é para as equipas que têm 16, 17, 18 jogadores do mesmo nível e nós não temos. Portanto, temos de nos adaptarmos com aquilo que temos, com as armas que temos.

    Vitória FC

    BnR: Que conclusões tira da partida? Uma derrota dura?

    Luís Monteiro [técnico principal]: Sim, era um jogo muito importante para as duas equipas. O Académico de Viseu podia sair da zona de despromoção, depois da derrota com o ADA Maia. Para nós, depois do Marítimo ter perdido em Avanca [frente à Artística], podíamos passar para o sétimo lugar.

    Jogámos muito mal, principalmente no ataque. Somos uma equipa que marca, por sistema, 30 golos. Tínhamos marcado 35 golos em casa ao Académico Viseu [31-25] e cometemos muitos erros. Tivemos dificuldade nas continuidades.

    Houve um critério largo para os dois lados, da parte da arbitragem. Nós não nos adaptámos bem a esse critério e acabámos por fazer um jogo abaixo das nossas capacidades, principalmente no ataque.

    BnR: De qualquer forma, até ao intervalo, o Vitória esteve praticamente sempre na frente. Houve alguma quebra da equipa na segunda parte?

    Luís Monteiro: Penso que não. Na segunda parte, o Académico de Viseu conseguiu passar para a frente. Teve sempre um espírito muito grande.

    Nós conseguimos outra vez passar para a frente e, depois cometemos erros infantis de perdas de bola sem rematar à baliza que normalmente não cometemos.

    Eles sustentaram a exibição deles na defesa também com uma boa prestação do guarda redes e isso dificultou-nos a vida. Depois o 7×6 do Académico de Viseu, conseguimos controlar mais ou menos, mas nos momentos chave não conseguimos matar o jogo.

    Perto do fim, estávamos a ganhar por um. Tivemos bola para passar para dois e cometemos uma falha técnica infantil e acabámos penalizados por isso.

    BnR: Quais eram os objetivos à partida da temporada para o Vitória?

    Luís Monteiro: Nós queríamos sempre aproximarmo-nos da primeira metade da tabela. Neste caso, seria o sétimo lugar. Tínhamos uma bola oportunidade para passar o Marítimo.

    Agora, recebemos o Ginásio de Santo Tirso e continuamos a tentar aproximarmo-nos do Belenenses também. Era esse o objetivo. Vamos continuar a lutar por ele. Fica mais difícil agora, mas continuaremos a tentar.

    .

    BnR: Como é o estado dos jogadores no final do jogo. Como se supera desta derrota pela margem mínima e nos últimos segundos?Luís Monteiro: Com treino, temos de treinar mais. Temos de treinar mais forte. Temos de estar bem no processo de treino e no processo de treino, conseguimos reverter estas situações.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Serie A: já há uma equipa despromovida

    Ficámos a conhecer esta sexta-feira a primeira equipa despromovida...

    Sporting vende Fatawu por 17 milhões de euros

    O Sporting vendeu Fatawu por 17 milhões de euros...

    Liverpool vai pagar verba milionária por Arne Slot

    O Liverpool tem tudo fechado para que Arne Slot...
    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.