Os melhores momentos do Académico Viseu FC x AA Águas Santas

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    No Pavilhão Cidade de Viseu, o Académico local recebeu a Associação Académica de Águas Santas e acabou derrotado pelo visitante por 19-31.

    Curiosamente, o melhor marcador da partida foi, de forma destaca, André Lima, do Académico Viseu, com nove golos, também mais de metade, através de livres de sete metros. Do lado dos nortenhos, João Gomes foi o elemento mais concretizador, com seis tentos apontados.

    Com este resultado, o Águas Santas mantém-se em quarto lugar com mais dois pontos do que o ABC e ganhou um ponto ao Belenenses que empatou frente ao Benfica (32-32). A repetição da presença dos maiatos na Liga Europeia está próxima.

    Já o Académico Viseu continua na antepenúltima posição, em zona de playoff de manutenção, com mais um ponto do que a ADA Maia, que está em zona de descida direta e também perdeu esta jornada frente ao ABC (29-35).

    O Bola na Rede traz-te os momentos mais importantes do jogo.

    LANCE INAUGURAL DEU A DICA

    No primeiro lance do jogo, o Académico Viseu saiu com a bola e tinha a oportunidade de inaugurar o marcador. Face ao muro do Águas Santas e com bastante insegurança na hora de finalizar, os atletas viseenses mostraram dificuldade em rematar.

    Depois de várias faltas assinaladas a favor da equipa da casa, Miguel Vieira teve de atirar perante a eminência de jogo passivo, mas o remate foi praticamente à figura de Alexandre Magalhães.

    Os visitantes responderam e, de meia distância, Gustavo Oliveira mostrou as diferenças entre as duas equipas, com um remate de meia distância indefensável para Rodrigo Gameiro.

    ACADÉMICO CHEGA-SE À FRENTE

    A equipa da casa conseguiu reagir e de 1-3 passou para o 4-3, com o último golo a ser marcado em contra ataque.

    Depois de Fábio Teixeira ter sido excluído, o treinador do Águas Santas, Ricardo Moreira, abdicou do guarda redes para ter igualdade numérica em situação de ataque. Desconcentração de Rui Baptista que viu Miguel Cortinhas roubar-lhe o esférico e o lance terminou com Kevin Diaz a atirar para a baliza deserta.

    MAIS DE 5′ SEM MARCAR

    No lance seguinte ao 4-3, os viseenses ficam com menos um jogador pela exclusão de Miguel Vieira. Esses dois minutos acabaram por ser o prelúdio para mais de cinco sem marcar e o Águas Santas voltou a ficar em vantagem. Desta feita, os visitantes já não a largariam até ao final do jogo.

    Destaque para o lance ofensivo do Académico de Viseu, quando estava 4-4, Diogo Liberato rematou contra a barreira adversária de braços bem levantados. Gustavo Oliveira aproveitou para marcar perante um António Silva a correr desesperadamente, depois do treinador viseense, Rafael Ribeiro, ter abdicado do guarda redes para ter igualdade numérica no ataque.

    GELO PARA A REAÇÃO

    O Águas Santas conseguiu uma diferença máxima de quatro golos a maior na primeira parte, estando o jogo em aberto. O Académico Viseu até conseguiu reduzir nos minutos finais para dois golos de desvantagem.

    Contudo, houve livre de sete assinalado para os maiatos, nos momentos antes do intervalo. João Gomes concretizou frente a António Silva e colocou mais um tento de diferença no resultado, antes do descanso (11-14).

    ÁGUAS SANTAS DISPARAM NO MARCADOR

    As segundas partes do Académico costumam ser mais fortes do que as primeiras, mas não foi o que se passou neste jogo. Depois do intervalo, só ao oitavo minuto, os viseenses conseguiram marcar pela primeira vez, com três livres de sete metros não concretizados…

    O Águas Santas chegou-se à frente e, aos 38´, ganhava por seis golos de diferença (18-12).

    Destaque, nessa fase positiva dos maiatos, para o lance em que Carlos Santos rematou, a bola bateu no poste e voltou para o pivô maiato que atirou forte para o fundo das redes adversárias.

    DESCONCENTRAÇÃO TOTAL

    A segunda parte foi praticamente de gestão para a equipa visitante. O Académico Viseu mostrou fragilidades e especialmente muito medo com a bola nas mãos, com falhas na posse como jogo passivo e passos.

    Um exemplo das dificuldades ofensivas da equipa da casa está, neste vídeo, com um remate precipitado, perante a iminência de jogo passivo.

    BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

    Académico Viseu FC

    BnR: Que análise fazes ao jogo? Uma segunda parte particularmente difícil…

    Rafael Ribeiro [técnico principal]

    Sim, é isso. Hoje o jogo teve literalmente duas partes. Na primeira parte, nós aguentámo-nos. Estivemos sempre em jogo. Chegámos a estar à frente, 4-3 acho eu, mas isso pouca importa.

    Aguentámo-nos bem, na primeira parte. Fisicamente, ainda estávamos capazes. Não fizemos a gestão que o Águas fez porque não temos as opções do Águas e é normal.

    Na segunda parte, ainda conseguimos, numa fase inicial, por causa do 7×6, criámos. Mas depois o resultado é feio porque tenho a certeza que podíamos ter feito um bocadinho mais. A diferença de 12 golos entre as duas equipas verificou-se.

    Na segunda parte, o jogo entre numa espiral completamente “destrutiva”. Marcámos oito golos na segunda parte é manifestamente pouco. Criámos, falhámos cinco [livres de] sete metros. Portanto, falhámos.

    Criámos mais na primeira. Na segunda parte, fomos um bocadinho mais limitados. Estava à espera de mais, sou sincero.

    BnR: Como se explica que a equipa tenha ficado oito minutos sem marcar, depois do intervalo? Houve receio em rematar?

    Rafael Ribeiro: Nós até criámos, na minha opinião. O problema é que falhou a finalização. Criámos os sete metros, não conseguimos. Lá está, não marcámos e depois sofremos com alguma facilidade, destrói uma equipa.

    Uma equipa como a nossa, mais cansados porque temos menos opções e mais limitados fisicamente, isso acaba por nos limitar.

    Acho que, se notou no resultado final. É uma vitória justa do Águas, por números que sabem mal, que me fazem ficar azedo porque poderíamos ter dado outra imagem.

    Quem não viu o jogo, vai pensar que foi uma vitória fácil, efetivamente a partir do meio da segunda parte, foi uma vitória fácil do Águas. Até aí, sobretudo na primeira parte, conseguimos, mas, na segunda, falhou o jogo, sem dúvida.

    BnR: Na primeira parte, apostaste no André Lima para os livres de sete metros. Na segunda, fizeste uma rotação de jogadores para os marcar. Por quê?

    Rafael Ribeiro: A questão é que ele [André Lima] falhou os dois. Quando assim é, tenho de trocar.

    Depois ainda veio marcar e falhou o terceiro. Portanto, é sinal que… nós tínhamos três marcadores definidos. O primeiro tinha de marcar duas vezes, por isso são quatro. Quando deu a volta ao Lima e ele falhou, é para se ver o número de livres de sete metros que falhámos.

    Não estou a dizer que era isso que ia definir o jogo, mas, pelo menos, o resultado ficaria um bocadinho mais simpático. Se falhámos cinco sete metros, estamos a falar de 24 golos e o Águas pouco falhou nas oportunidades que teve, em comparação com o Académico.

    BnR: Houve dois times out pedidos pelo Académico Viseu na segunda parte. Quais foram os objetivos?

    Rafael Ribeiro: O primeiro time out foi para meter o 7×6 e informar das mudanças.

    O segundo time out já havia a espiral negativa e era só para tentar controlar um bocadinho os danos, mas já não deu até porque os últimos cinco ou seis minutos, já foi para jogarem todos.

    BnR: Por último, hoje a ADA Maia também perdeu o seu jogo frente ao ABC. Esta luta vai ser até ao final? As três últimas jornadas vão ser decisivas para o Académico?

    Rafael Ribeiro: Nós só temos de fazer os mesmos resultados que a ADA Maia. Eles têm dois jogos com os grandes e vai a Belém.

    Na teoria, têm um calendário mais complicado do que o nosso. Vamos a Gaia, recebemos o Avanca e vamos ao Benfica.

    Se a lógica imperar… mas nós não podemos esperar que a ADA Maia possa fazer. Para a semana, é um jogo importante para nós e até para o Gaia. Não sei quanto ficou o [Artística de] Avanca – Gaia [vitória do FC Gaia por 31-18], mas caso o Avanca tivesse ganho, o Gaia fica numa posição difícil porque vai precisar do resultado pela questão do playoff.

    A luta vai ser até à última jornada. Sabendo nós que indo jogar com dois grandes, o Porto e o Sporting que hoje se enfrentaram, à partida não consegue pontos aí. Depois no jogo, em Belém…

    Eu fui acompanhando [o jogo frente ao ABC]. Eu sei que o ADA Maia ainda se portou bem, na primeira parte. Esteve muito tempo à frente.

    Não dou nada por garantido, mas não preciso de pensar no outro, preciso de pensar em mim. Depois, se não conseguirmos, temos de esperar pelo que os outros façam.

    AA Águas Santas

    BnR: Que conclusões tira da partida?

    Ricardo Moreira [técnico principal]: Foi uma vitória importante. Conseguimos fazer um jogo com 60 minutos bons, com intensidade. Tivemos bem na defesa. Conseguimos fazer um jogo consistente.

    Sabemos que o [Académico de] Viseu aqui em casa já tinha surpreendido ou não surpreendido, feito boas exibições frente a vários adversários, ganhando inclusivamente a adversários com quem tivemos grandes dificuldades.

    No entanto, acho que hoje fizemos um jogo que não deixou qualquer tipo de dúvidas, em que merecemos ganhar.

    BnR: No inicio do jogo, a equipa esteve algo intermitente, ficando mesmo em desvantagem. Como explica este percalço?

    Ricardo Moreira: O Viseu também tem as suas armas. Nós estávamos preparados. No entanto, o Viseu também tem o seu mérito e teve mérito em criar algumas dificuldades que nós não conseguimos superar.

    No entanto, na segunda parte, conseguimos acertar. Conseguimos criar nós dificuldades ao Viseu e, por conseguinte, foi uma vitória justa da minha equipa.

    .

    BnR: Com três jornadas para o final, há a luta complicada com o ABC pelo quarto lugar. É esse o objetivo principal?

    Ricardo Moreira: O nosso primeiro objetivo do ano era conseguirmos a qualificação para as competições europeias.

    Faltam-nos um ponto para matematicamente estarmos qualificados para as competições europeias porque o Belenenses tem cinco pontos de atraso sobre nós e nós temos vantagem sobre eles.

    Nesse momento, o primeiro objetivo era esse. Na próxima jornada, pensamos conseguir. Depois, o próximo objetivo será naturalmente conseguir o quarto lugar que esse foi o objetivo que nos propusemos no início do ano.

    O ABC é uma equipa com muito valor. Vamos recebê-los na última jornada. Vamos lutar pelo quarto lugar, até ao fim.

    .

    BnR: Relativamente às competições europeias, em que medida influenciou a época do Águas Santas, nomeadamente no Campeonato nacional?

    Ricardo Moreira: Influenciou positivamente. Ter 14 jogos internacionais, contando duas eliminatórias mais dez jogos de grupo, é evidente que traz uma dose de experiência e de conhecimento do que são os palcos europeus a esta equipa.

    Naturalmente, depois tem repercussões no Campeonato e, obviamente, que a nossa prestação, este ano, fica muito influenciada pela boa prestação, embora não passando da fase de grupos. O Águas Santas foi, pela primeira vez, à fase de grupos da EHF.

    No entanto, foi com todo o mérito que lá estivemos e, naturalmente, depois fizemos o Campeonato que fizemos porque também estivemos lá.

    BnR: O Águas Santas derrotou o FC Porto e empatou frente ao SL Benfica. No entanto, perdeu com adversários com objetivos menos ambiciosos do que os do próprio clube. Teve a ver com algum desgaste?

    Ricardo Moreira: No início, sim. Houve efetivamente algum desgaste porque fizemos seis jogos e tivemos duas derrotas depois de viermos de jogos europeus.

    No entanto, algumas deles são fruto da juventude que temos na equipa. É uma equipa em que praticamente nenhum jogador jogou competições europeias. Praticamente, nenhum tem jogos internacionais.

    Por um lado, temos a juventude e a irreverência desta própria e, por outro, temos a inexperiência. E pronto, vamos doseando a equipa, também em função desta juventude.

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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.