Outros Sem Oportunidades

    Há 14 anos que Portugal não estava presente num Campeonato da Europa de Andebol, mas decidiu-se que este evento desportivo não era merecedor de ser publicamente visto por toda a população nacional. Esta decisão reflete uma posição. A mesma posição, a mesma visão, a mesma postura que reduz o país à monocultura desportiva que, apesar de todos os constrangimentos de quem tem o poder de decidir e mudar a realidade, tem vindo a ser combatida através do árduo trabalho dos agentes e organizações desportivas.

    Ainda que se pretenda mudar a realidade através dos meios que existem na base, quem no topo pode decidir tem o dever e a responsabilidade de dar o exemplo e, neste particular, caberia à televisão pública agir no sentido de alimentar a cultura desportiva nacional, na senda do que conseguiu fazer no passado com outros eventos desportivos.

    Uma televisão pública deve ter a capacidade de equilibrar e acomodar as exigências de mercado com aquilo que são as funções naturais da sua essência.

    A história, mais uma vez, é simples: o canal público de televisão portuguesa não logrou obter os direitos de transmissão deste evento desportivo e, dessa forma, o país ficou, mais uma vez, condicionado pelo produto desportivo que lhe é dado a consumir.

    Com esta realidade, Portugal não sabe, não consegue saber nem “o” deixam saber do seu verdadeiro valor desportivo. Com isto, perde o país, perdem os atletas, perdem as federações e, acima de tudo, prende-se e atrasa-se, inevitavelmente, o seu desenvolvimento desportivo.

    Independentemente dos protagonistas desta história, há que atentar para esta realidade e questionar o porquê da mesma permanecer intacta e, acima de tudo, questionarmo-nos a quem compete alterá-la.

    A Seleção Nacional, felizmente, passou a fase de grupos e deu à televisão nacional pública uma nova oportunidade para poder ser vista. Nesta sequência, o canal informou que apenas iria transmitir os jogos dos portugueses no Europeu a partir da fase a eliminar, se a esses a equipa conseguir chegar, o que é o mesmo que dizer que a transmissão da nossa seleção esteve e está dependente do seu próprio sucesso desportivo.

    Esperando que ainda seja possível fazer diferente, o país aguarda que este caso sem igual possa ser corrigido por quem pode corrigi-lo.

    Fiquem atentos.

    Foto de Capa: EHF EURO

    Artigo revisto por Joana Mendes

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    João Pedro Maltez
    João Pedro Maltezhttp://www.bolanarede.pt
    Um militante no combate à monocultura desportiva nacional. Um esperançoso por um desporto melhor, a que seja garantido e reconhecido o justo retorno do seu valor social.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.