A CRÓNICA: FALSA PARTIDA AZUL E BRANCA
Depois duma prestação fantástica na última edição da EHF Champions League, o FC Porto entra nesta competição com ambição renovada e com o confronto com o campeão norueguês na primeira jornada do Grupo A.
Foram os forasteiros, Elverum, os primeiros a abrir o marcador e a comandar a partida nos primeiros minutos, aproveitando os erros ofensivos cometidos inicialmente pelo FC Porto para marcar golos em transição. Para além dos erros iniciais dos azuis e brancos, a equipa norueguesa também apresentava uma defesa consistente e o seu guarda-redes teve algumas intervenções de qualidade. Em termos ofensivos, o Elverum procurava finalizações seguras, quer nas pontas, quer no pivot. Tudo isto levou a que a equipa visitante tivesse dois golos de vantagem a meio da primeira parte (8-6). Ambas as equipas apresentaram defesas agressivas, o que levou a algumas exclusões, impossibilitando que qualquer das equipas tivesse controlo total da partida. A primeira paragem de jogo surgiu aos 23 minutos, altura em que o FC Porto vencia por um golo e apostou no seu famoso 7×6, que, juntamente com uma melhoria em termos defensivos, resultou num parcial de 5-2 até ao intervalo, para o qual a equipa da casa saiu a vencer 16-12.
Na altura, nada fazia esperar o que viria a acontecer na segunda parte. O Elverum, para contrariar o 7×6, surgiu com um 5×1, com o experiente Luc Abalo a criar imensas dificuldades à circulação e à dinâmica ofensiva dos “dragões”. Para piorar ainda mais a situação, passados apenas oito minutos do recomeço da partida, o central Miguel Martins viu a sua terceira exclusão, sendo expulso da partida. As dificuldades aumentavam e aos 42 minutos o resultado era um empate a 22.
O treinador Magnus Andersson parou o jogo na altura para tentar contrariar o crescendo do adversário, mas sem efeito, já que o Elverum faria um parcial de 0-5 que colocou o FC Porto praticamente fora da discussão da partida. Os azuis e brancos não desistiram e ainda reduziram a desvantagem para três golos faltando cerca de sete minutos, mas a partir daí sucederam-se os erros técnicos e os remates falhados, terminando o jogo com uma derrota azul e branca por 28-30. Daymaro Salina ainda foi expulso na última jogada da partida, podendo ser suspenso, e Rui Silva terminou o jogo em tremendas dificuldades físicas.
Uma partida em falso para o FC Porto contra, teoricamente, a equipa mais fraca do grupo. A equipa está longe do seu nível, o que é normal, no entanto já foram deixados pormenores de qualidade que levam a querer que voltará ao nível atingido a época passada nos próximos jogos.
RESULT: Some back and forth but in the end it’s @ElverumHandball who clinch the last victory of round 1 🔥 #ehfcl @FCPorto pic.twitter.com/6PCbN7keNS
— EHF Champions League (@ehfcl) September 17, 2020
A FIGURA
2x🏆 Olympic Champion
3x🏆 World Champion
3x🏆 European Champion
Bienvenue Luc Abalo #sammenforelverum pic.twitter.com/JM2G1xj07j— ElverumHandball (@ElverumHandball) May 28, 2020
Luc Abalo – Apesar de em termos ofensivos não ter tido muitas oportunidades para mostrar a sua qualidade (mas nos três remates que fez marcou três golos), a sua prestação como defesa adiantado no sistema defensivo do Elverum criou imensas dificuldades aos portistas na segunda parte, levando ao comeback norueguês.
O FORA DE JOGO
Miguel Martins – Já são sete épocas a competir na EHF Champions League, mesmo tendo apenas 22 anos. Assim sendo, esperava-se mais experiência da parte do jovem central português para se proteger tendo já duas exclusões. A partir da sua exclusão, o FC Porto perdeu completamente o controlo da partida, culminando na sua derrota.
ANÁLISE TÁTICA FC PORTO
A circulação e a dinâmica ofensiva foram marcas de um FC Porto de grande qualidade a época passada. A equipa entrou na partida sem a mesma dinâmica, o que é normal. Em termos defensivos, também surgiram algumas dificuldades, provenientes de alguns problemas surgidos da nova dulpa central do 6×0 azul e branco. A equipa conseguiu colmatar essas dificuldades iniciais com o avançar do jogo e quando apostou no 7×6 este parecia tão “oleado” como em qualquer outro momento da época passada. Depois da expulsão de Miguel Martins e da mudança de sistema defensivo do Elverum, a equipa perdeu por completo o controlo da partida.
SETE INICIAL E PONTUAÇÕES
Alfredo Quintana (6)
António Areia (6)
Rui Silva (6)
Djibril Mbengue (5)
Victor Iturriza (7)
André Gomes (5)
Diogo Branquinho (5)
SUBS UTILIZADOS E PONTUAÇÕES
Ivan Sliskovic (5)
Manuel Spath (5)
Miguel Martins (7)
Fábio Magalhães (8)
Nikola Mitrevski (5)
Diogo Silva (5)
Daymaro Salina (4)
ANÁLISE TÁTICA ELVERUM
No ataque marcam-se golos e na defesa ganham-se jogos. Qualquer praticante de uma modalidade coletiva já ouviu esta frase ou alguma parecida. A segunda parte deste jogo foi a demonstração plena desta frase. O Elverum teve sempre dentro na partida e na maioria da primeira parte à frente do marcador. Só começou a ter dificuldades com o 7×6 do FC Porto, mas, ao contrário de muitas equipas, conseguiu contrariá-lo e aproveitou a desconcentração total da equipa da casa para recuperar o controlo da partida e levar a vitória para casa.
SETE INICIAL E PONTUAÇÕES
Thorsten Fries (7)
Carl Pujol (7)
Niclas Fingren (7)
Blonz Christoffersen (9)
Endre Langaas (7)
Luc Abalo (10)
Dominik Mathe (8)
SUBS UTILIZADOS E PONTUAÇÕES
Tau Sorensen (5)
Holand Pettersen (6)
Thomas Solstad (5)
Nicolay Schonningsen (6)
Kheri Imsgard (-)
Tobias Grondahl (6)
Foto de Capa: EHF Champions
Artigo revisto por Inês Vieira Brandão