Portugal 23-32 França: O fim do sonho

    A CRÓNICA: NUM DIA EM QUE SE PEDIA PERFEIÇÃO, OS HERÓIS DO MAR QUEBRARAM

    Portugal e França encontraram-se na terceira e última jornada da Main Round da 27.ª edição do Campeonato do Mundo. Uma partida fulcral para as aspirações de ambos os países nesta competição, a seleção nacional portuguesa sabia que apenas um resultado lhe assegurava a passagem e mantinha o sonho das medalhas aberto: a vitória.

    Ambas as equipas entraram com defesas 6:0. Com a vantagem física do lado francês, “Les Bleus” iam apostando nos remates de meia distância, enquanto que Portugal era obrigado a trabalhar mais para encontrar espaços para finalizar.

    Numa partida em que tudo teria que ser perfeita, a seleção nacional mostrava alguma ansiedade no momento da decisão, tanto ofensiva, como defensivamente.

    A defesa portuguesa, que normalmente se mostrava agressiva na saída ao portador da bola, demonstrava alguma passividade e preocupação com o pivot Ludovic Fabregas. Quem aproveitava era Dika Mem e Timothey N’Guessan, laterais franceses que tinham espaço para utilizar o seu potente remate.

    Portugal demonstrava alguma inconsistência, e apesar de se ter conseguido aproximar a espaços, permitia sempre que França se distanciasse, e tal forma que ao intervalo o marcador assinalava uma vantagem gaulesa de quatro golos, 12-16.

    Pedia-se uma resposta forte na segunda parte, e por momentos parecia que tal ia acontecer, mas foi sol de pouca dura.

    Portugal continuou a mostrar muita intranquilidade em todos os momentos do jogo e a França ia aproveitando. O azar bateu à porta lusa, e remates que anteriormente terminavam no fundo da baliza, começaram a bater com estrondo nos postes, o que permitia aos gauleses marcar em contra-ataques e ataques rápidos.

    Até ao final assistimos a um jogo que apenas serviu para a seleção francesa se distanciar no marcador. Alexandre Cavalcanti ainda mostrou que é uma opção viável para o futuro, ao entrar e apontar três golos de belo efeito, mas assim terminou a caminhada lusa.

    Portugal falhou o objetivo de atingir os oito melhores, e o sonho de chegar às medalhas, mas esta equipa mostrou que o andebol português tem muita qualidade, e o futuro será brilhante.

    A FIGURA

    Fonte: IHF

    Hugo Descat (França) – O jogador do Montpellier aproveitou todas as oportunidades que lhe foram dadas para castigar Portugal. Utilizou várias vezes o seu forte remate e terminou como o melhor marcador do encontro com oito golos.

    O FORA DE JOGO

    Portugal – Depois de cinco jogos de alto nível, a seleção portuguesa mostrou muita intranquilidade de início ao fim em todos os seus setores. Tal como se lê na Lei de Murphy: Tudo o que podia correr mal, correu mal.

     

    ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL

    Portugal entrou com o seu 6×0 característico, mas com alguma falta de agressividade ao portador da bola. Os defensores lusos ficaram muitas vezes “agarrados” ao atleta que tentavam defender, o que abria espaços para os rematadores franceses.

    Ofensivamente, a seleção nacional mostrou uma grande falta de criatividade e, mais importante, eficácia.

    SETE INICIAL E PONTUAÇÕES

    Alfredo Quintana (6)

    Diogo Branquinho (6)

    Fábio Magalhães (6)

    Rui Silva (5)

    Belone Moreira (6)

    Pedro Portela (6)

    Alexis Borges (6)

    SUBS UTILIZADOS E PONTUAÇÕES

    André Gomes (6)

    Gilberto Duarte (6)

    António Areia (6)

    Victor Iturriza (6)

    João Ferraz (5)

    Miguel Martins (6)

    Alexandre Cavalcanti (6)

    Daymaro Salina (5)

    Humberto Gomes (6)

    ANÁLISE TÁTICA – FRANÇA

    A seleção francesa chegou a este jogo com a lição muito bem estudada, e tal foi visível durante toda a partida. Os jogadores franceses cobriram muito bem os pivots portugueses, e ficaram junto à linha dos seis metros, obrigando Portugal a rematar do exterior, o que provou ser muito difícil dada a desvantagem física existente.

    Ofensivamente, França foi fiel aos seus princípios, aproveitando a velocidade e os seus fortes rematadores para castigar Portugal em cada ocasião.

    SETE INICIAL E PONTUAÇÕES

    Vincent Gerard (8)

    Michael Guigou (7)

    Timothey N’Guessan (8)

    Luka Karabatic (6)

    Ludovic Fabregas (7)

    Dika Mem (8)

    Luc Abalo (6)

     

    SUBS UTILIZADOS E PONTUAÇÕES

    Kentin Mahe (7)

    Valentin Porte (7)

    Nedim Remili (7)

    Romain Lagarde (7)

    Melvyn Richardson (8)

    Hugo Descat (8)

    Adrien Dipanda (7)

    Foto de Capa: IHF

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    Leonardo Costa Bordonhoshttp://www.bolanarede.pt
    É jornalista desportivo e o andebol e o futebol foram o seu primeiro amor. Com o passar do tempo apaixonou-se também pelo basquetebol e futebol americano, e neste momento já não consegue escolher apenas um                                                                                                                                                 O Leonardo não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.