A CRÓNICA: NUM DIA EM QUE SE PEDIA PERFEIÇÃO, OS HERÓIS DO MAR QUEBRARAM
Portugal e França encontraram-se na terceira e última jornada da Main Round da 27.ª edição do Campeonato do Mundo. Uma partida fulcral para as aspirações de ambos os países nesta competição, a seleção nacional portuguesa sabia que apenas um resultado lhe assegurava a passagem e mantinha o sonho das medalhas aberto: a vitória.
Ambas as equipas entraram com defesas 6:0. Com a vantagem física do lado francês, “Les Bleus” iam apostando nos remates de meia distância, enquanto que Portugal era obrigado a trabalhar mais para encontrar espaços para finalizar.
Numa partida em que tudo teria que ser perfeita, a seleção nacional mostrava alguma ansiedade no momento da decisão, tanto ofensiva, como defensivamente.
A defesa portuguesa, que normalmente se mostrava agressiva na saída ao portador da bola, demonstrava alguma passividade e preocupação com o pivot Ludovic Fabregas. Quem aproveitava era Dika Mem e Timothey N’Guessan, laterais franceses que tinham espaço para utilizar o seu potente remate.
Portugal demonstrava alguma inconsistência, e apesar de se ter conseguido aproximar a espaços, permitia sempre que França se distanciasse, e tal forma que ao intervalo o marcador assinalava uma vantagem gaulesa de quatro golos, 12-16.
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Pedia-se uma resposta forte na segunda parte, e por momentos parecia que tal ia acontecer, mas foi sol de pouca dura.
Portugal continuou a mostrar muita intranquilidade em todos os momentos do jogo e a França ia aproveitando. O azar bateu à porta lusa, e remates que anteriormente terminavam no fundo da baliza, começaram a bater com estrondo nos postes, o que permitia aos gauleses marcar em contra-ataques e ataques rápidos.
Até ao final assistimos a um jogo que apenas serviu para a seleção francesa se distanciar no marcador. Alexandre Cavalcanti ainda mostrou que é uma opção viável para o futuro, ao entrar e apontar três golos de belo efeito, mas assim terminou a caminhada lusa.
Portugal falhou o objetivo de atingir os oito melhores, e o sonho de chegar às medalhas, mas esta equipa mostrou que o andebol português tem muita qualidade, e o futuro será brilhante.
A FIGURA
Hugo Descat (França) – O jogador do Montpellier aproveitou todas as oportunidades que lhe foram dadas para castigar Portugal. Utilizou várias vezes o seu forte remate e terminou como o melhor marcador do encontro com oito golos.
O FORA DE JOGO
FULL TIME! 🔥
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Portugal – Depois de cinco jogos de alto nível, a seleção portuguesa mostrou muita intranquilidade de início ao fim em todos os seus setores. Tal como se lê na Lei de Murphy: Tudo o que podia correr mal, correu mal.
ANÁLISE TÁTICA – PORTUGAL
Portugal entrou com o seu 6×0 característico, mas com alguma falta de agressividade ao portador da bola. Os defensores lusos ficaram muitas vezes “agarrados” ao atleta que tentavam defender, o que abria espaços para os rematadores franceses.
Ofensivamente, a seleção nacional mostrou uma grande falta de criatividade e, mais importante, eficácia.
SETE INICIAL E PONTUAÇÕES
Alfredo Quintana (6)
Diogo Branquinho (6)
Fábio Magalhães (6)
Rui Silva (5)
Belone Moreira (6)
Pedro Portela (6)
Alexis Borges (6)
SUBS UTILIZADOS E PONTUAÇÕES
André Gomes (6)
Gilberto Duarte (6)
António Areia (6)
Victor Iturriza (6)
João Ferraz (5)
Miguel Martins (6)
Alexandre Cavalcanti (6)
Daymaro Salina (5)
Humberto Gomes (6)
ANÁLISE TÁTICA – FRANÇA
A seleção francesa chegou a este jogo com a lição muito bem estudada, e tal foi visível durante toda a partida. Os jogadores franceses cobriram muito bem os pivots portugueses, e ficaram junto à linha dos seis metros, obrigando Portugal a rematar do exterior, o que provou ser muito difícil dada a desvantagem física existente.
Ofensivamente, França foi fiel aos seus princípios, aproveitando a velocidade e os seus fortes rematadores para castigar Portugal em cada ocasião.
SETE INICIAL E PONTUAÇÕES
Vincent Gerard (8)
Michael Guigou (7)
Timothey N’Guessan (8)
Luka Karabatic (6)
Ludovic Fabregas (7)
Dika Mem (8)
Luc Abalo (6)
SUBS UTILIZADOS E PONTUAÇÕES
Kentin Mahe (7)
Valentin Porte (7)
Nedim Remili (7)
Romain Lagarde (7)
Melvyn Richardson (8)
Hugo Descat (8)
Adrien Dipanda (7)
Foto de Capa: IHF