Qatar 31-29 Polónia: O Sonho Continua

cab andebol

Texto sobre a outra meia-final aqui.

O Qatar carimbou esta sexta-feira o acesso à final do Campeonato do Mundo de Andebol batendo a Polónia por 31-29, tornando-se assim a primeira equipa asiática a marcar presença na final de um torneio como este. Depois da surpreendente vitória sobre a Alemanha, os qataris encontraram a Polónia na meia-final naquele que foi um jogo extremamente bem disputado, onde se destaca pela positiva a atitude guerreira e combativa (já normal) dos atletas polacos, assim como uma frieza e uma grande organização por parte da equipa do Qatar.

A formação polaca entrou em campo defendendo num sistema em linha 6-0, onde o jogo para o pivô foi bastante dificultado pela coordenação e coesão dos seus atletas obrigando, na maior parte das vezes, ao remate exterior dos atiradores da selecção adversária. Até aos 15 minutos da primeira parte, a Polónia demonstrou-se bastante eficaz quer na defesa quer no ataque, onde se destacou Michal Jurecki, lateral esquerdo do Kielce e melhor marcador da Polónia neste jogo com 9 golos marcados. A sua impulsão e o seu remate exterior explosivo foram uma verdadeira dor de cabeça para o Qatar e para o seu guarda-redes Goran Stojanovic, que foi titular em detrimento do experiente guarda-redes do Barcelona Danijel Saric. Do lado do Qatar, destaque para a circulação de bola no ataque, tentando desmontar o profundo e agressivo esquema defensivo polaco, e também para aquele que foi o grande atirador desta equipa na primeira parte, Rafael Capote, com 6 golos da linha dos 9 metros e a mostrar-se, mais uma vez, um atirador muito eficaz.

A meio da primeira parte a Polónia vencia por 8-7, altura em que Valero Rivera, experiente treinador espanhol que levou a Espanha à vitória no mundial de 2013, utilizou o seu desconto de tempo e colocou Danijel Saric na partida. A partir deste momento o jogo mudou, a Polónia começou a ver as suas finalizações esbarrarem no posicionamento e nos reflexos daquele que é um dos melhores guardiões do mundo, Saric, que efectuou uma mão cheia de intervenções decisivas. No final da primeira parte verificava-se um espantoso 16-13 a favor do Qatar, num parcial de 9-5 após o timeout de Valero Rivera, com os da casa a contarem com uma eficácia de finalização de 64%.

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Zarko Markovic, lateral de origem montenegrina, tem estado em destaque
Fonte: Facebook oficial da IHF

Na segunda parte a tendência não se inverteu. O Qatar tornou-se mais eficaz e mais coeso ano seu processo defensivo, conseguindo por algumas vezes anular a ameaça exterior de Michal Jurecki, Mariusz Jurkiewicz (5 golos) e Karol Bielecki (1 golo), com Saric a destacar-se com 50% de eficácia aos 40 minutos de jogo, e conseguindo tirar partido de alguns erros de arbitragem a seu favor a nível de exclusões e marcação de livres de 7 metros. Kamalaldin Mallash (5 golos) foi o grande destaque da equipa do Qatar na segunda parte, demonstrando a sua capacidade técnica e de leitura de jogo, perfurando a defesa polaca e conseguindo colocar-se muitas vezes em zonas de finalização aos 6 metros. Foi, juntamente com Saric, o jogador que mais se destacou nesta meia-final. A ausência do lateral direito do Kielce, Krzysztof Lijewski, revelou-se um factor decisivo na eficácia finalizadora dos polacos. Foi notória a fadiga da sua primeira linha no decorrer da segunda parte.

Nos últimos 10 minutos de jogo, e após algumas decisões duvidosas por parte da dupla de arbitragem, a desconcentração dos polacos era notória. A esta desconcentração juntou-se o cansaço e a frustração, permitindo ao Qatar manter a vantagem e nunca permitindo à Polónia aproximar-se mais do que 2 golos de diferença.

Por fim, e fazendo um pequeno apanhado de tudo aquilo que foi esta meia-final, destaque pela positiva para o bom andebol proporcionado pelas duas equipas e para a dupla qatari Saric e Mallash. Pela negativa de notar apenas a dualidade de critérios da dupla de arbitragem, com um critério bastante rigoroso em relação à defesa polaca e um outro completamente diferente para com a defesa do Qatar. No entanto, não penso que o factor arbitragem tenha sido totalmente decisivo para o desfecho de jogo.

O Qatar conquistou assim o acesso à final do torneio, onde encontrará a França ou a  campeã mundial Espanha, naquela que é a primeira presença de uma selecção do continente asiático num final de um campeonato do mundo.

Foto de capa: qatarhandball.com

Redação BnR
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