Sporting CP 27-33 FC Porto: Dragões a duas velocidades

    A CRÓNICA: E FICARAM DOIS LÍDERES

    Chegados à 11.ª jornada do Andebol1, tivemos o primeiro grande clássico da temporada 2020/21. No Pavilhão João Rocha, encontram-se duas das três equipas que, à partida, para esta jornada, tinham o estatuto de não só invencíveis, mas também 100% vencedores. O FC Porto vem de uma derrota na EHF Champions League contra o poderoso Paris Saint-Germain FC. Já o Sporting CP apenas convocou 13 jogadores devido a várias ausências por lesão, sendo uma das principais o experiente central espanhol Carlos Ruesga.

    Estas ausências não impediram a equipa da casa de entrar a vencer na partida. A boa entrada da equipa de Rui Silva manteve-se e, aos seis minutos, já Magnus Andersson pedia time-out, numa altura que a sua equipa perdia 5-3 e em que Frankis Carol tinha já três golos. Esta paragem de jogo foi uma tentativa do treinador alemão de melhor a organização defensiva da sua equipa, que estava com grandes dificuldades em parar a primeira linha do Sporting, nomeadamente Frankis Carol e Pedro Valdes.

    Apesar dessa tentativa, os leões conseguiram manter o nível e chegaram a meio da primeira parte a vencer 8-6. No entanto, nessa fase da partida, a equipa de Rui Silva não aproveitou algumas oportunidades de finalização que teve aos seis metros e que poderiam ter sido decisivas de se afastar ainda mais do adversário.

    Aos 22 minutos, a maior agressividade defensiva do FC Porto começou a causar problemas ao ataque verde e branco e então Rui Silva pediu paragem de jogo para tentar resolver este problema. O resultado era 11-10 e esta aproximação azul e branca a muito se devia à boa entrada em jogo do guarda-redes Nikola Mitrevski. Nos últimos cinco minutos, o FC Porto conseguiu ainda passar para a frente do marcador momentaneamente, mas o jogo saiu para o intervalo empatado a 14-14.

    Publicado por FC Porto Sports em Sábado, 21 de novembro de 2020

     

    O FC Porto entrou na segunda parte com o seu característico 7×6, mas a entrada não foi a melhor, já que os dois primeiros ataques resultaram em turnovers. O Sporting também não fez melhor, já que não aproveitou essa oportunidade para se afastar no marcador, acabando os visitantes por construir um parcial de 1-3, o que levou Rui Silva a pedir time-out logo nos primeiros cinco minutos da segunda parte.

    Defensivamente, a equipa verde e branca teve imensas dificuldades em controlar o 7×6 e a meio da segunda parte o resultado já era 18-25. Até ao final da partida, a equipa da casa ainda encurtou a distância no resultado, mas a vitória do FC Porto nunca esteve em causa. O resultado foi 27-33.

    Neste momento, o FC Porto e o SL Benfica são as únicas equipas que ainda não perderam no campeonato. Na próxima jornada, há novo clássico, com um confronto entre ambas as equipas no reduto dos azuis e brancos. As várias ausências do Sporting levaram a que a equipa não conseguisse manter o bom nível com que entrou na partida. Ao FC Porto bastou aumentar um pouco o nível com o 7×6 e conseguiu construir uma vantagem confortável, mostrando assim que se encontra realmente noutro nível comparativamente ao resto da competição.

     

    A FIGURA

    Nikola Mitrevski – Muitos dos problemas defensivos do FC Porto resolveram-se com a entrada em campo do guarda-redes macedónio. Uma exibição monumental. Mitrevski defendeu mais de metade dos remates dirigidos à sua baliza (14/27, 51% de eficácia).

    O FORA DE JOGO

    Arnaud Bingo – Bingo nem um número conseguiu no cartão. Um dos mais experientes da equipa não marcou qualquer dos remates que fez durante a partida. Numa equipa com várias baixas, esperava-se que o ponta francês tivesse estado mais em jogo.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    O Sporting CP conseguiu manter-se na partida enquanto as condições físicas e o FC Porto permitiram. A boa primeira parte esteve também relacionada com a pior prestação defensiva do FC Porto, mas, na segunda parte, quando estes aumentaram o nível, pouco ou  nada os verdes e brancos conseguiram fazer. Rui Silva ainda tentou dificultar a circulação do 7×6 ao fazer uma marcação individual ao seu homónimo, central do FC Porto, mas rapidamente percebeu que os resultados práticos seriam poucos. O plantel não é tão profundo como noutros anos e com ausências por lesão a missão ainda fica mais difícil.

    7 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Frankis Carol (6)

    Manuel Gaspar (6)

    Pedro Valdes (7)

    Tiago Rocha (9)

    Nuno Roque (5)

    Darko Djukic (5)

    Arnaud Bingo (4)

    SUBS UTILIZADOS

    Theo Clarac (4)

    Aljosa Cudic (6)

    Francisco Tavares (4)

    Salvador Salvador (8)

    Dimytro Doroshchuk (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    Uma prestação defensiva uns furos abaixo do que é habitual, o que permitiu que o Sporting impedisse que o FC Porto assumisse o comando da partida desde o seu começo. Magnus Andersson ainda trocou Iturriza por Sliskovic na dupla central, mas as dificuldades permaneceram praticamente as mesmas.

    Na segunda parte, a equipa já vinha mais coesa defensivamente, também apoiada pela excelente prestação de Nikola Mitrevski, e isso levou a uma vitória confortável. Foi, ainda, mais um jogo em que o adversário não conseguiu encontrar uma solução perante o 7×6 bem trabalhado.

    7 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Alfredo Quintana (4)

    Diogo Branquinho (7)

    André Gomes (4)

    Victor Iturriza (9)

    Daymaro Salina (8)

    Djibril M’bengue (4)

    António Areia (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Rui Silva (6)

    Ivan Sliskovic (6)

    Diogo Silva (4)

    Nikola Mitrevski (10)

    Miguel Martins (5)

    Fábio Magalhães (5)

    Artigo revisto

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    Pedro Palma
    Pedro Palmahttp://www.bolanarede.pt
    Há mais de dez anos a virar frangos nas balizas do Andebol, adepto ferrenho do Benfica e alentejano. O Andebol é com ele.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.