5. E finalmente Kendra Harrison perde…
Sabemos da qualidade de um atleta quando a notícia é a sua derrota. Kendra Harrison, a recordista mundial da distância de 100 metros com barreiras, não perdia uma prova da Diamond League desde Julho de 2015! Sim, essa derrota aconteceu na sua primeira temporada como profissional e no seu primeiro meeting da competição. Desde aí nunca havia conhecido um outro lugar que não o primeiro em eventos desta competição. Perdeu aqui em Xangai e ficou em 3º lugar ao correr em 12.56 depois de ter tocado numa barreira quando liderava a prova.
No segundo lugar ficou Sharika Nelvis (em 12.52) e no primeiro Brianna McNeal, a campeã olímpica, ao correr em 12.50, novo recorde do meeting. Se Sharika mostrou uma enorme força e surpreendeu por se apresentar tão bem nesta fase da época – nunca correu tão rápido em Maio – Brianna demonstrou que está de volta ao nível em que ficou quando esteve suspensa de competição por 1 ano. A consistência da campeã olímpica tem sido impressionante ao correr todas as 5 provas abaixo dos 12.70 e 3 delas abaixo dos 12.60.
6. Os 100 Barreiras tiveram vida além de Xangai!
E quando todas as atenções estavam voltadas para Xangai com a presença da campeã olímpica e da recordista mundial, apareceram duas outras jovens norte-americanas a querer roubar o show em diferentes provas pelos EUA. No PAC 12 Championships, Chanel Brisset, de apenas 18 anos, correu em 12.75, uma marca que representa um novo recorde mundial júnior e que deixa ainda mais em aberto a competição norte-americana numa das provas que apresenta uma mistura perfeita de qualidade e quantidade no que às atletas norte-americanas diz respeito. E a sorte é que Jasmine Camacho-Quinn decidiu representar Porto Rico. É que a atleta nascida nos EUA parece estar melhor do que nunca, tendo ido à final dos SEC vencer os 100 metros com barreiras em 12.40, naquela que é a melhor marca mundial do ano até este momento e um enorme recorde pessoal e nacional de Porto Rico para a jovem que, antes desta prova, tinha um recorde pessoal de 12.58.
Como nota de curiosidade: Camacho-Quinn, de apenas 21 anos, é companheira de equipa de…Sydney McLaughlin, Kori Carter, Kendra Harrison e Omar McLeod! Tem boas lições para aprender.
7. Kendall Ellis e os primeiros 400 Metros abaixo dos 50 segundos em 2018
Foi com 49.99 aos 400 metros que Kendall Ellis, de 22 anos, assumiu a liderança do ranking mundial da distância sem barreiras. Foi a primeira no mundo a correr abaixo dos 50 segundos nesta temporada e soube ainda melhor por ter significado um recorde da sua universidade e um recorde do meeting de Stanford. Foi apenas a segunda atleta da história da NCAA a baixar dos 50 segundos ao ar livre e promete ser mais um nome a entrar nas equações da equipa norte-americana para os Mundiais do próximo ano. Já vos dissemos que ver os Nacionais Norte-Americanos é o mais próximo que podemos ter da qualidade dos eventos globais? Pois. Iremos recordar-vos mais tarde.
8. Um concurso de Salto em Comprimento de luxo, de sorte e de azar.
Foi um concurso do Comprimento de muita qualidade que se viu em Xangai, a terminar com a vitória esperada do sul-africano Luvo Manyonga. O jovem chinês de 19 anos, Yuhao Shi entrou para esta prova com um melhor pessoal de 8.31, mas saiu com um novo recorde de 8.43 metros, o que à partida lhe daria a vitória na maioria dos meetings mundiais. Não deu aqui. Luvo Manyonga reagiu à chamada e aceitou o desafio, saltando os mesmos 8.43 metros no quarto salto. Tinha o segundo salto maior que o do atleta chinês e por isso quando saltou pela última vez tinha a vitória assegurada, mas sabemos que isso para o sul-africano não chega. No último salto, fez 8.56 metros, passou para a liderança do ranking mundial e mostrou à concorrência quem manda no Comprimento.
Quanto a Shi, lesionou-se no último salto e o diagnóstico não é nada positivo. Deslocou vários ossos do seu pé, será provavelmente operado na Alemanha nos próximos dias e deverá ficar parado todo o ano. As melhoras, Shi!