O Domínio Lasitskene

Fonte: IAAF
Durante os seus primeiros anos de sucesso conhecida como Mariya Kuchina, a russa que é agora conhecida como Lasitskene (nome de casada) é, sem qualquer dúvida, um dos nomes mais dominantes do Atletismo mundial. Existem poucos eventos em que sabemos, à partida, quem será o vencedor, mas o Salto em Altura feminino é um deles sempre que ela está em prova.
O início do seu domínio remonta a 2014, ano em que (na altura com 21 anos) conquistou o Ouro nos Mundiais de Pista Coberta em Sopot logo em Março, venceu a Diamond League (com vitórias em 3 etapas quando a competição ainda era decidida em formato de campeonato), venceu a Continental Cup e foi Prata nos Europeus. Foi esse também o primeiro ano em que atingiu os 2 metros e desde aí nunca mais largou esse clube.
Em 2015, começou o ano a vencer os Europeus de Pista Coberta em Praga e terminaria a vencer o seu primeiro campeonato global ao ar livre, com a vitória nos Mundiais de Pequim com 2.01 metros, na altura um novo máximo pessoal.
2016 parecia ter tudo para ser um ano para a russa brilhar nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e conquistar a sua primeira medalha olímpica. Tudo errado. 2016 foi, na verdade, o ano que marcou o rebentamento do escândalo de doping russo, com vários testemunhos e provas que apontavam e confirmavam o envolvimento do Estado russo num esquema de encobrimento e utilização de substâncias proibidas. Mariya nunca teve sobre si qualquer suspeita nesse sentido, mas em 2016 o atual estatuto de atleta neutral era algo que ainda não existia e a IAAF proibiu a participação de atletas russos nos Jogos, algo que afetou de forma marcante a atleta. Viu o seu apelo para participar nos Jogos ser negado, ao mesmo tempo que internamente saltava 2 metros, marca que lhe teria dado o Ouro nas Olímpiadas desse ano. Mais tarde, Lasitskene acabaria por confessar que foi incapaz de ver qualquer prova dos Jogos Olímpicos, por se sentir injustiçada e por achar que aquele deveria também ser o seu palco.
O ano seguinte foi o ano em que a evolução da russa foi ainda mais notória e em que se começou finalmente a falar, de forma justificada, em recorde mundial. Recebendo o estatuto de atleta neutral a tempo do início da temporada ao ar livre, Lasitskene passou em 13 competições ao ar livre e 3 em pista coberta a marca dos 2 metros. Em Hengelo (na Holanda) passaria os 2.04 metros em Junho, mas um mês depois iria à Suiça, em evento Diamond League, atingir o seu novo recorde pessoal ao saltar 2.06 metros em Lausanne.
A marca coloca-a, aos dias de hoje, como a 7ª atleta (igualada com outras 3 atletas) a ter saltado mais alto na história (indoor e outdoor) e bem próxima da marca de recorde mundial, que são os 2.09 metros da búlgara Stefka Kostadinova. Nesse mesmo ano conquistaria a vitória na final da Diamond League em Bruxelas (2.02), já depois da grande conquista do ano, a revalidação do título mundial em Londres com um salto de 2.03 metros.
2018 foi aquilo que, por muitos, é considerado como um ano-off, uma vez que não existe um grande evento global ao ar livre – situação que apenas acontece uma vez a cada 4 anos. Ainda assim, a russa não o considerou dessa forma: participou em tudo e conquistou tudo o que havia a conquistar! Cedo, em pista coberta, passeou no circuito de meetings da IAAF, arrecadando com naturalidade o Ouro nos Mundiais de Pista Coberta em Birmingham (2.01). Ao ar livre venceu importantes meetings pelo mundo fora, alcançado também as já referidas vitórias na final da Diamond League, na Continental Cup e nos Europeus. Como melhores registos, ficam os três saltos de 2.04 metros alcançados – um deles em Pista Coberta (logo em Janeiro, na Rússia) e dois outros ao Ar Livre (em Paris e Londres na Diamond League).
Para 2019, a russa tem como grandes objetivos a nível de títulos a conquista dos Europeus Indoor de Glasgow (onde já confirmou a presença) e a revalidação do título mundial em Doha (o que significaria 3 títulos consecutivos).