As finais de Ricardo e Susana e um puto rei aos 17 anos

Finais do Dia

400 metros (M): Na final que contou com a presença e 7º lugar de Ricardo dos Santos, a vitória foi para o favorito (pelo que tinha acontecido antes nas eliminatórias e nas meias-finais), o britânico Matthew Hudson-Smith que foi o único a correr abaixo dos 45 segundos, terminando em 44.78 segundos. No pódio ficaram ainda dois irmãos, os belgas Borlée! Kevin foi segundo em 45.13 segundos e Jonathan terceiro em 45.19 segundos. A maior surpresa terá sido vermos o espanhol Oscar Hussilos fora do pódio, ele que era um dos grandes favoritos pré-competição, mas que vinha deixando alguns sinais contraditórios nas eliminatórias prévias. Um dado curioso: não há duas provas iguais, mas se Ricardo dos Santos tivesse repetido o tempo (recorde nacional) das meias-finais seria Bronze nesta final!

1500 metros (M): Jakob Ingebrigtsen continua a sua caminhada rumo ao topo do Atletismo e com 17 anos, sagrou-se campeão europeu dos 1500 metros, numa prova que parecia estar a ser controlada a nível de ritmo pelos 3 irmãos noruegueses, com Jakob a comandar “as tropas” desde a fase inicial. E tanto comandou que nunca largou essa liderança, terminando em 3:38.10 e conquistando o Ouro. Vamo-nos repetir: 17 anos ainda! É o mais novo campeão europeu de sempre em qualquer prova de pista (sem lançamentos e saltos)! Quanto ao resto dos irmãos, a coisa não correu tão bem. Filip, o que era o campeão europeu em título, teve uma enorme quebra e acabou em 12º lugar! Henrik, o mais velho dos 3, esteve sempre em zona de pódio mas viria a ser ultrapassado já na reta da meta por dois homens e ficou em 4º! Quem o ultrapassou foi Marcin Lewandowski em 3:38.14 para a Prata – ele que é o actual campeão europeu indoor da distância – e o britânico Jake Wightman em 3:38.25 foi Bronze, fechando em grande um ano em que também foi Bronze nos Jogos da Commonwealth. 

110 metros barreiras (M): Um desfecho emocionante no photo-finish com dois atletas a chegarem completamente colados à meta e com um vencedor surpreendente! Pascal Martinot-Lagarde já vinha dando indicações positivas nesta temporada, mas nada faria prever que sairia do Estádio Olímpico de Berlim como o grande vencedor e medalhado de Ouro com um tempo de 13.17 segundos (0.0), o seu melhor da temporada! O grande favorito era o líder mundial e o único este ano a correr abaixo dos 13 segundos, o russo Sergey Shubenkov. Shubenkov partiu mal, parecendo colado aos blocos, mas até se recompôs e chegou a liderar a prova, mas o francês nunca desistiu e numa decisão difícil até ao photo-finish, levou mesmo o Ouro para casa, com uma vantagem de 0.002 segundos! Incrível! 

Até ao fim!
Fonte: IAAF

No terceiro lugar, o espanhol Orlando Ortega, Prata nos Jogos do Rio, conquistou a medalha de Bronze aqui em Berlim, em 13.34 segundos. 

800 metros (F): Um surpreendente desfecho principalmente pela ausência de todas as 3 inglesas do pódio, que vinham prometendo bastante. Já o Ouro não se pode dizer que tenha sido assim tão surpreendente, uma vez que foi aquela que já era a campeão em título. A ucraniana Nataliya Pryshchepa, em 2:00.38, repetiu a vitória de Amesterdão e ainda viu a sua compatriota Olha Lyakhova ser medalha de Bronze em 2:00.79, a sua primeira grande medalha sénior. No meio, intrometida na luta, ficou com a medalha de Prata a francesa Renelle Lamote, repetindo também a medalha de Amesterdão. 

400 metros barreiras (F): A suiça Léa Sprunger correu uma nova marca líder europeia de 54.33 segundos – muito próxima do seu recorde pessoal de 54.29 segundos – para ser Ouro em Berlim e subir duas posições face à medalha de Bronze que alcançou em Amesterdão há dois anos atrás. No segundo lugar, a ucraniana Hanna Ryzhykova, que já havia conquistado um Bronze há 6 anos em Helsínquia. Desta vez correu um pouco mais lenta – 54.51 face a 54.35 – mas isso chegou para ser Prata em Berlim. No Bronze, uma surpreendente medalha para Meghan Beesley, que aos 28 anos conquista pela primeira vez uma grande medalha internacional como sénior, no mesmo ano em que surpreendeu e venceu os Nacionais Britânicos. Em Berlim correu a distância com barreiras em 55.31 segundos. 

Salto em Altura (F): Já se previa a vitória de Mariya Lasitskene nos Europeus, mas não se esperava que tal fosse tão difícil. A russa tremeu várias vezes no concurso – primeiro a 1.96 metros e depois a 2 metros – mas conseguiu passar a fasquia na segunda tentativa. Apesar da búlgara Mirela Demireva também ter saltado à mesma altura, o salto da russa chegou, uma vez que Demireva apenas o conseguiu à terceira tentativa. Ambas saltaram a 2 metros e no Bronze foi 1.96 metros o suficiente para dar a medalha à atleta da casa, a alemã Marie-Laurence Jungfleisch. 

Triplo Salto (F): O Ouro foi para aquela que já era a líder mundial e que igualou essa marca, com um salto de 14.60 metros (-0.1) a grega Paraskeví Papahrístou. Conseguiu esse salto ao segundo ensaio e não mais largou a liderança, sucedendo a Patrícia Mamona como campeã europeia, conseguindo finalmente uma medalha de Ouro como sénior, depois de Bronzes em Europeus ao ar livre, Europeus de pista coberta e Mundiais de pista coberta. Aí, aliás, ficou definido todo o pódio. Já antes no primeiro ensaio, a alemã Kristin Gierisch havia saltado 14.45 metros (-0.5), um novo recorde pessoal que lhe valeu a medalha de Prata. Com o Bronze, mais uma medalha para Ana Peleteiro, que já havia sido Bronze nos Mundiais de pista coberta, saltando 14.44 metros (+0.1), ela que é colega de treinos de Nelson Évora, sendo treinada também por Iván Pedroso. 

Lançamento do Dardo (F): Tatsiana Khaladovich (BLR) era a campeã em título e também entrava em Berlim com algum favoritismo. Surpreendentemente, ela que era a líder europeia, acabou por ficar fora do pódio, ao só ter conseguido alcançar 60.92 metros na 5ª posição. Ficou a menos de 1 metro da medalha de Prata num concurso muito nivelado abaixo do primeiro lugar. O Bronze foi para a lituana Liveta Jasiūnaitė com um lançamento de 61.59 (a apenas 2 centímetros do seu recorde pessoal) ao quarto ensaio que lhe permitiu alcançar a sua primeira grande medalha internacional sénior. Na Prata, Nikola Ogrodníková, da República Checa, também ela uma estreante em medalhas a este nível, com um lançamento de 61.85 metros logo na sua primeira oportunidade. Mas o grande destaque mesmo foi o enorme lançamento da alemã Christin Hussong, que tinha entrado pela primeira vez na casa dos 67 metros na qualificação com 67.29 metros e nesta final melhorou, logo ao primeiro lançamento, para 67.90 metros, também ela com a sua primeira medalha sénior, mas com um sabor ainda mais especial por ser um novo recorde dos Campeonatos Europeus! 

Heptatlo (F): Na prova que contou com Lecabela Quaresma, emoção não faltou até ao final, mas a vitória foi mesmo para a grande favorita, a campeã mundial e olímpica, a belga Nafissatou Thiam com um total de 6816 pontos, o melhor que alguém fez nesta temporada em todo o mundo. Os Lançamentos do Peso e do Dardo fizeram a diferença, com Nafi Thiam a tirar o melhor de si, ao passo que a britânica Katarina Johnson-Thompson não terá aproveitado para se distanciar mais onde é mais forte, tendo ainda assim conseguido um novo recorde pessoal no Heptatlo com um total de 6759 pontos. No terceiro lugar, no Bronze, ficou a atleta da casa, Carolin Schäfer para delírio do público local. Terminou com 6602 pontos, o seu melhor da temporada.

Nafi Thiam voltou a vencer
Fonte: IAAF

Foto de Capa:  European Athletics

Pedro Pires
Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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