Atletismo | As polémicas e os recordes reinaram num ano atípico

    O POSITIVO DO ANO

    RECORDES/MARCAS

    Num ano sem grandes competições, o número de recordes de área e mundiais batidos foi absolutamente impressionante. Ainda pré-COVID, o jovem sueco Armand Duplantis, bateu o recorde mundial do Salto com Vara, ao saltar a 6.17 metros em Torun e 6.18 metros, uma semana depois, em Glasgow. Estas duas marcas foram obtidas em pista coberta, mas a World Athletics não distingue marcas obtidas ao ar livre ou indoor para fins de recorde absoluto, no que diz respeito aos Saltos e, portanto, os 6.18 são recorde absoluto.

    No entanto, para desfazer todas as dúvidas, o jovem saltou 6.15 metros, ao ar livre, em Roma, deixando para trás os 6.14 de Bubka. Em pista coberta, a venezuela Yulimar Rojas saltou 15.43 metros no Triplo, em Madrid, em Fevereiro, alcançado um novo recorde em saltos indoor.

    2020 deu-nos também muitas experiências novas, a nível de distâncias e formatos competitivos. Claro que isso nos deu vários recordes em distâncias, habitualmente, pouco percorridas, mas a relevância disso é a que cada um queira dar. Da nossa parte, merece pouco mais do que um apontamento, servindo como curiosidade, sendo, certamente, positivo para os atletas experimentarem algo diferente. No entanto, a grande relevância no que diz respeito a recordes existiu na longa distância, seja estrada ou em pista.

    No masculino, há um nome que, claramente se sobrepõe a todos os outros: Joshua Cheptegei. O atleta do Uganda – que, no ano passado, se havia tornado campeão mundial dos 10.000 metros em Doha (depois de uma Prata, em Londres, dois anos antes) – começou 2020 a quebrar o recorde dos 5km em estrada, com impressionantes 12 minutos e 51 segundos, no Mónaco, logo em Feveireiro. Mas o melhor estava ainda reservado para a pista, quando, na mesma cidade, bateu o recorde dos 5.000 metros, no meeting da Diamond League, com um tempo de 12:35.36.

    A impressionante marca deixou para trás – quase dois segundos de melhoria! – o histórico recorde de Kenenisa Bekele (12:37.35), que durava há 16 anos. A cereja no topo do bolo chegou, no entanto, em Valência, numa prova criada especificamente para Cheptegei voar no dobro da distância. Nos 10.000, Cheptegei também bateu o recorde mundial, com uma marca de 26:11.00, retirando a (outro recorde de) Bekele mais de 6 segundos! Também já eram 15 anos que este recorde tinha…

    Além dos grandes recordes mencionados, o Atletismo masculino ainda viu monstruosidades nos lançamentos, como os 97.76 metros do alemão Johannes Vetter no Dardo (o 2º maior lançamento da história, a 72cm de um recorde mundial que se pensava impossível, de Jan Zelezny e que dura há 24 anos) e os 22.91 metros do norte-americano Ryan Crouser no Peso, que igualam a 3ª melhor marca de sempre. Também num dos eventos mais badalados dos anos mais recentes, o norueguês Karsten Warholm aproximou-se mais do que nunca do recorde mundial, ao correr os 400 metros barreiras em 46.87 segundos, a 2ª melhor marca da história.

    No feminino, tirando o já mencionado recorde indoor de Rojas no Triplo, todo o destaque vai para as provas de longa distância. Logo em fevereiro, a etíope Ababel Yeshaneh correu a Meia-Maratona, Ras Al Khaimah, em 1:04.31, batendo o recorde mundial da distância. No entanto, a atleta do ano nessa distância foi a queniana Peres Jepchirchir.

    A queniana não só quebrou, por duas vezes, o recorde mundial em provas exclusivamente femininas (a marca de Yeshaneh foi numa prova mista), com a melhor marca a 1:05:16, como tirou todas as dúvidas ao bater a etíope nos Mundiais de Meia-Maratona. A etíope foi apenas 5ª, enquanto Jepchirchir conquistou o título. Em pista, a maior relevância, tem que ir para o recorde da etíope Letesenbet Gidey.

    No mesmo dia em que Cheptegei alcançou o recorde mundial dos 10.000 em Valência, também Gidey correu para recorde mundial nos 5.000, com os seus 14:06.62 a obliterar o anterior recorde de Tirunesh Dibaba – 14:11.15 – que durava há 12 anos! No que diz respeito a outras marcas, a holandesa Sifan Hassan também foi protagonista, ao bater o recorde europeu nos 10.000 metros, com a 4ª melhor marca da história (29:36.67).

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.