Na final feminina do Salto em Comprimento, Malaika Mihambo (GER) até pareceu em dificuldades nos primeiros dois saltos (um a 6.52 e outro nulo), mas resolveu tudo, ao 3.º ensaio, com enormes 7.30 metros, um novo recorde pessoal e marca líder do ano. É a primeira medalha global da alemã, e logo um Ouro, com uma diferença de 38 centímetros face à 2.ª classificada, a maior diferença – por larga margem – da história!
Na luta pelo 2.º lugar, Ese Brume (NGR) fez um concurso bastante regular – todo entre os 6.83 e os 6.91 – com o melhor salto a ser os 6.91 da 2.ª tentativa. No entanto, viu Maryna Bekh-Romanchuk (UKR) passar para a sua frente no 5.º ensaio, por apenas um centímetro (6.92 metros). E assim ficou a classificação, uma vez que nenhuma das atletas melhorou na última tentativa.
Na prova do Dardo masculina, surpresa total com a vitória de Anderson Peters, de Granada! O atleta, que nunca tinha conquistado uma medalha em eventos globais, vence o Ouro em Doha, com os dois melhores lançamentos da noite, o melhor a 86.89 metros! Peters dominou o concurso desde o primeiro lançamento – na altura com 86.69 – melhorando ainda 20 centímetros na sua 4.ª tentativa.
Magnus Kirt (EST), que teve uma grande época, foi 2.º ao lançar 86.21 metros, enquanto que Johannes Vetter (GER) deu a única medalha à Alemanha no evento, com um melhor lançamento a 85.37 metros, muito longe dos 89 metros que fez, já aqui, em Doha, durante a qualificação.
A fechar a noite – como habitual – tivemos as duas finais das estafetas 4×400, as duas com os USA como grandes favoritos. A primeira delas, a feminina, foi totalmente dominadas pelas norte-americanas com uma equipa composta por uma campeã mundial da distância – Phillys Francis -, pelas duas barreiristas que são as mais rápidas de sempre – Dalilah Muhammad e Sydney McLaughlin – e pela jovem sensação do ano, Wadeline Jonathas. Terminaram em 3:18.92, marca líder do ano e, desta vez, nem trouxeram a especialista de estafetas, Allyson Felix, que se limitou nestes Mundiais à prova mista.
A Polónia correu para a Prata em impressionantes 3:21.89, um grande recorde nacional, tendo estado quase sempre nessa posição até perder momentaneamente o lugar para a Jamaica no início do último percurso. As polacas viriam, então, a ultrapassar a Jamaica a cerca de 100 metros do final, sendo que a Jamaica ficou com a medalha de Bronze.
No masculino, cenário semelhante, com a equipa composta por Fred Kerley, Michael Cherry, Wilbert London e Rai Benjamin a ser superior desde o 1.º percurso, tendo apenas tido um susto no 3.º, deixando a Jamaica aproximar-se, mas tendo uma muito melhor transmissão para o último percurso.
Os norte-americanos terminaram em 2:56.69, marca líder do ano, sendo que os Jamaicanos ficaram com a medalha de Prata, em 2:57.90. A medalha de Bronze foi para a Bélgica em 2:58.78, sendo que no 4.º lugar, os colombianos – 2:59.50 – correram num novo recorde nacional, pela primeira vez abaixo dos três minutos.
Foto de Capa: IAAF Doha 2019
artigo revisto por: Ana Ferreira