IAAF Diamond League: O Bola na Rede no Mónaco… e em Londres

Os resultados no Mónaco
Estávamos no lado contrário à bancada de imprensa e tivemos uma menor proximidade com as provas de velocidade curta. Mas conseguimos estar em cima dos acontecimentos no Triplo Salto masculino e no Salto com Vara masculino, que foram duas provas de elevado valor.

No Triplo, a nossa grande curiosidade residia no que poderiam fazer os portugueses Nelson Évora e Pedro Pablo Pichardo. Prova que contava com os norte-americanos Christian Taylor e Will Claye, que vinham dominando os rankings (Claye saltou incríveis 18.14 em Long Beach há poucas semanas).

Évora abriu bem e os seus 17.13 metros são um excelente indicador de que o atleta do Sporting CP se recusa a “acabar”. É um resultado melhor do que qualquer um que fez na temporada passada ao ar livre e é mesmo o seu melhor resultado fora de um evento global (Mundiais/Jogos Olímpicos), ao ar livre, desde 2015! Chegou para o 5º lugar – embora as indicações do salto sejam bem mais optimistas do que essa posição – e viu o benfiquista Pedro Pichardo saltar por 5 vezes acima dos 17 metros, a melhor tentativa a 17.38 metros, o que lhe deixou na 3ª posição. Na frente, a luta foi entre os norte-americanos, como se previa. Claye fez apenas 3 saltos – dois deles a 17,7 – mas com Christian Taylor levou a melhor com a marca de 17.82 metros, estabelecendo um novo recorde do meeting.

No feminino, na noite anterior, a venezuelana Yulimar Rojas voltou a voar para 14.98 metros numa prova na rua, na marina do Mónaco. No também já mencionado concurso do Salto com Vara, grande nível com 7 atletas a passar os 5.82 metros (primeira vez da história ao ar livre) e com a vitória a ir para o polaco Piotr Lisek, ao saltar 6.02 metros. Um novo recorde pessoal, recorde do meeting e nova marca líder mundial (ele já era o líder com 6.01).

Nas provas de velocidade, o veterano, de 37 anos, Justin Gatlin (9.91) bateu Noah Lyles nos 100 metros. A derrota fez com que Lyles tenha decidido focar-se apenas nos 200 metros para os Mundiais deste ano. No feminino Shaunae Miller-Uibo (22.09) venceu nuns 200 metros recheados de estrelas, incluindo a campeã olímpica (Elaine Thompson) e a campeã mundial (Dafne Schippers).

As barreiras foram dominadas pelas norte-americanas. Apesar do mau arranque, Kendra Harrison a terminar fortíssima em 12.43 nos 100 metros barreiras. A jovem Sydney McLaughlin (19 anos) a correr a melhor marca mundial do ano na distância mais longa, ao terminar os 400 em 53.32 segundos.

Algumas provas da noite, estavam, como habitual, previstas para a meia e longa distância e mais uma vez o Mónaco não desapontou.

Nos homens, os 800 metros foram dominados por um fortíssimo Nijel Amos em 1:41.89. Mais uma marca top-10 da história para o atleta do Botswana, que este ano busca a muito aguardada glória de um Ouro global. Os 1.500 voltaram a ter em Timothy Cheruiyot o destaque com mais uma prova abaixo dos 3.30 para o queniano, numa noite em que Jakob Ingebrigtsen voltou a mostrar ter o que é preciso para competir por qualquer medalha em Doha (3:30.47).

Ainda assim, o grande destaque da noite tem que ser dado ao recorde mundial da Milha feminina. Tivemos uma enorme Sifan Hassan a voar, com duas voltas finais sensacionais, terminando em 4:12.33. Uma prova que proporcionou – graças ao ritmo de Hassan – uma série incrível de recordes pessoais e até 3 outros nacionais (além do de Hassan). A holandesa quebrou um recorde que durava há 23 anos, pertencente à russa Svetlana Masterkova.

A fechar a noite, o favorito marroquino Soufiane El Bakkali parecia desconfortável durante grande parte dos 3.000 Obstáculos, mas ainda viria a vencer em 8:04.82. A melhor marca no mundo este ano, numa prova com direito a recorde nacional espanhol (Carro, 8:05.69) e etíope (Wale, 8:05.51).

Pedro Pires
Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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