Lawrence Cherono (KEN), o surpreendente vencedor (com recorde) da Maratona de Amesterdão em 2017 também estará aqui para bater os favoritos. Tola Shura Kitata (ETH), o vencedor de Roma e Frankfurt em 2017 também é um candidato ao pódio e outro conhecido do grande público é o atleta da Eritreia, campeão mundial em 2015, Ghirmay Ghebreslassie, na altura com 19 anos! Um ano depois, Ghebreslassie venceu a Maratona de Nova Iorque e foi o mais novo campeão de sempre em ambas as provas.
E como fica Mo Farah no meio disto tudo, rodeado de tanto talento e tantos grandes candidatos ao pódio? Farah até já se estreou em Maratonas, em Londres também, em 2014. A estreia não foi exactamente a que o britânico desejava, embora não tenha sido um completo fracasso. Terminou em oitavo, em 2:08:21, falhando o objectivo de bater o recorde britânico que dura há 33 anos e que neste momento pertence a Steve Jones em 2:07:13. Mo e o seu actual treinador – Gary Lough, o marido de…Paula Radcliffe! – esperam bater essa marca, apontando para uma prova abaixo dos 2:05:30. Essa é a marca na mente do consagrado atleta, mesmo sabendo que isso tanto poderá dar para um primeiro lugar do pódio, como poderá não chegar para qualquer lugar do pódio. Em 2014, o atleta continuava a pensar na pista e sabia que após essa prova, o seu trabalho iria voltar a focar-se na pista. Hoje, o caso é diferente.
Afastado da pista, Mo Farah está unicamente focado na Maratona e espera aqui um tempo que, pelo menos, mostre aos rivais, que ele veio para vencer e para entrar no grupo do pódio. Uma das maiores motivações de Farah é com certeza essa: entrar na categoria restrita de atletas que conseguem ser dominadores, tanto em pista como em estrada. As promessas dos vários atletas de elite apontam para que o ritmo escolhido seja um ritmo de “recorde mundial”, o que poderá dificultar a tarefa de Mo Farah. Ou então não. Como o próprio afirmou na antevisão da prova “só existe uma maneira de correr em Londres. Se eles querem ir em ritmo de recorde mundial, porque não ir com eles?”. A ferver!
A Prova Feminina – A elite etíope e queniana, ou seja, a elite mundial
Na prova feminina, as emoções começarão mais cedo, pelas 9h15 e não se pode dizer que fique a dever algo à prova masculina em termos de elenco. Mary Keitany (KEN) é a campeã em título, a segunda mulher mais rápida de sempre, tendo vencido esta Maratona por 3 vezes (além das vitórias em Nova Iorque), detém o tempo mais rápido de sempre em provas exclusivamente femininas (2:17:01), e vem à procura do recorde mundial absoluto (2:15:25) na posse de Paula Radcliffe. Para tal, contará com o apoio de lebres masculinas que ajudarão a marcar o ritmo.
Mas não se pense que Keitany é a única e absoluta favorita a vencer a prova na capital britânica. Como grande rival terá a enorme Tirunesh Dibaba (ETH), por demais conhecida de todos nós. Tirunesh que venceu 8 Ouros entre Mundiais e Jogos Olímpicos nas provas dos 5.000 e 10.000, parece agora aos 32 anos, mais focada nesta aposta na Maratona, pelo menos este ano em que não teremos eventos globais de pista. Conseguiu o seu recorde na Maratona no ano passado aqui em Londres, abaixo dos 2:18 (2:17.56), alcançando a segunda posição do pódio, tornando-se a terceira mulher mais rápida da história na distância. No ano passado também, a irmã mais velha de Genzebe venceu a Maratona de Chicago e chega a esta prova com as ambições de triunfar, desta vez em Londres.
Tal como no masculino, a luta não se resume a dois atletas. Teremos presente Gladys Cherono (KEN), ela que já venceu duas Maratonas de Berlim, a última das quais no ano passado. Esta última em Setembro do ano passado soube ainda melhor, depois de ter passado o ano de 2016 afastada das provas devido a uma lesão. Tem também um excelente recorde (2:19:25) e pode ser uma verdadeira candidata à glória aqui em Londres, ela que também já venceu os Mundiais de Meia-Maratona em 2014.