NCAA: Porquê a categoria inferior?

Porque os NCAA são considerados meetings de categoria inferior?

No dia seguinte a estas grandes performances sucedem-se sempre publicações e comentários de atletas, treinadores, jornalistas, fãs, que consideram injusto o facto das finais dos Campeonatos Universitários Norte-Americanos serem considerados pela IAAF um meeting de categoria C, abaixo de muitos meetings pelo mundo fora que se encontram numa categoria superior (as provas de qualificação para as finais dos NCAA ainda têm categorias bem mais abaixo, F). Esta classificação assume especial importância agora que os pontos para os novos rankings da IAAF são obtidos em função da categoria do ranking, podendo performances como a de Sha’Carri significarem menos pontos do que tempos na casa dos 11 segundos em outros meetings. 

O que, à partida, pode parece uma grande injustiça, tem, na verdade, dois lados da mesma moeda. Se existe quem defenda que estes campeonatos deveriam estar ao nível de, pelo menos, campeonatos nacionais; há também quem defenda que não deveriam sequer ser reconhecidos e não deveriam ser atribuídos quaisquer pontos, devido ao facto da NCAA (a organização que gere o desporto universitário norte-americano) não ser signatária e não cumprir com as normas da WADA, a agência internacional antidopagem. Assim sendo, os agentes da WADA ou os agentes da USADA (agência norte-americana antidopagem) não têm qualquer autoridade em eventos da NCAA. Mais, a NCAA tem uma política de controlo anti doping interna, não sendo comunicados quaisquer resultados à agência nacional e à agência internacional, tendo a organização carta branca para proceder como bem entender (oficialmente, comprovando-se a utilização de substâncias, existirá um período de suspensão de 1 ano para primeiras infrações). Existem mais aspetos organizativos que não agradam totalmente à IAAF (como o facto de provas verem o seu sentido ou horário alterado em função do vento, por exemplo), mas o principal entrave chama-se anti-doping. 

A NCAA não é signatária do código internacional antidopagem
Fonte: WADA

Assim sendo, é com cautela que sempre olhamos para os resultados que saem dos Universitários norte-americanos. Se é verdade que muitos atletas mostram que valem isso ou mais quando atingem a senioridade (Michael Norman e Sydney McLaughlin serão os mais recentes exemplos disso), também existem muitos outros atletas que nunca conseguem como seniores voltar a mostrar marcas que se aproximem das conseguidas na Universidade. Claro que não queremos com isto dizer que isso está diretamente relacionado com o doping (em todos países o mesmo acontece, embora num grau menor), mas podemos dizer, com autoridade, que o facto da organização não seguir o código internacional levanta muitas interrogações e leva sempre a que os resultados sejam encarados com moderada cautela.

Ano após ano, o público enche as bancadas para ver a final dos Universitários
Fonte: NCAA

Foto de Capa: LSU

Pedro Pires
Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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