Nike Oregon Project – Afinal o que é o projeto de Alberto Salazar?

    Os atletas 

    O mais condecorado atleta e o mais famoso que passou pelo projecto chama-se Mohamed Muktar Jama Farah. Ou mais conhecido por Mo Farah. O atleta é o mais bem-sucedido britânico da história moderna do atletismo no que diz respeito a provas de corrida, tendo conquistado, entre muitas outras coisas de enorme valor, quatro medalhas de Ouro em Jogos Olímpicos, seis em Mundiais e cinco em Europeus. No final de Outubro de 2017, Mo Farah que se unira ao projeto em 2011, acabaria por deixar o mesmo, no momento em que decidiu mudar-se para a estrada. A separação foi, de acordo com o que foi divulgado, acordada entre Farah e Salazar, sem qualquer conflito a registar. Farah acabaria por dizer que considera que a Grã-Bretanha lhe dá mais nesta fase da carreira em estrada, começando uma ligação com Gary Lough, conceituado técnico (e marido) que levou Paula Radcliffe ao avassalador recorde mundial da Maratona.

    Mo Farah e Galen Rupp voltam a encontrar-se este Domingo na Maratona de Chicago
    Fonte: IAAF

    Neste momento, o projeto conta com dois estrangeiros como dois dos principais atletas a conseguir bons resultados pelo mundo fora e com um enorme potencial para o futuro próximo: Sifan Hassan e Yomif Kejelcha. Sifan Hassan fez uma época fantástica a nível de marcas. Bateu recordes pessoais na Milha, 3.000 metros, 5.000 metros (recorde europeu) e Meia-Maratona (com direito a recorde europeu), foi campeã europeia nos 5.000 metros, conquistou duas medalhas nos Mundiais de Pista Coberta e também venceu a Continental Cup. Kejelcha bateu recordes pessoais aos 1500, 3000, 5000 e Meia-Maratona, tendo voltado a conquistar o título mundial de pista coberta dos 3.000 metros. Sifan Hassan já afirmou que após Tóquio irá começar a focar-se na estrada, numa altura em que terá 27 anos e muito a tempo para atacar a distância da Maratona com tempo suficiente para uma mais faseada progressão, ao contrário do que se passou com Farah. Yomif Kejelcha, ainda mais novo, já começa a equilibrar a pista com algumas provas de estrada, não estando bem claro qual o rumo que a sua carreira poderá seguir. 

    Do lado dos norte-americanos, temos um campeão olímpico (Matthew Centrowitz) e um bronze em Jogos Olímpicos (Clayton Murphy). Mas aquele a quem sempre foi dada uma especial atenção, por ser um projeto de Alberto Salazar desde bem novo, é Galen Rupp. Nascido no estado de Oregon, em Portland, Rupp até começou por treinar futebol, mas foi rapidamente observado pelo técnico norte-americano que o levou para o Projeto para viver nas instalações do mesmo, depois de terminado o ensino secundário, adiando até o seu ingresso na Universidade. Rupp tem como resultados maiores em pista ter alcançado a medalha de Prata nos 10.000 metros dos Jogos de Londres em 2012 e a medalha de Bronze na Maratona dos Jogos do Rio em 2016, enquanto que em Mundiais ficou várias vezes à beira do pódio. 

    Galen Rupp nos Jogos de Londres
    Fonte: IAAF

    2016 foi o ano que começou a transição para a estrada e um ano depois viria a conquistar a vitória na prestigiada Major de Chicago, com um tempo de 2:09:20. Em 2018 dedicou praticamente todo o ano à estrada, embora com poucas provas devido a problemas físicos (que o impediram de terminar em Boston, por exemplo). Venceu a Meia de Roma e em Maio foi a Praga bater o seu recorde pessoal na Maratona, com uma marca de 2:06:07. Tem neste momento 32 anos e continua a ter como objetivo entrar nas discussões de todos os grandes eventos, contra os habituais favoritos africanos. 

    No lado feminino, Shannon Rowbury, a recordista nacional dos 1500 metros e medalhada de Bronze em Mundiais (ao ar livre e pista coberta) é um dos nomes grandes, assim como Jordan Hasay, que muito prometeu enquanto jovem e que apesar de alguns bons resultados como sénior, falhou na missão de obter grandes títulos globais em pista. No entanto, no ano passado, no seu ano de estreia na Maratona ficou em 3º em Chicago e Boston, sendo que a sua marca de Chicago (2:23:00) foi a mais rápida estreia de sempre de uma atleta norte-americana. 

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    Pedro Pires
    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.