O presente e o futuro: Christian Coleman ou Noah Lyles?

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Christian Coleman – 2017: líder mundial. 2018: líder mundial e recordista mundial. 2019?

O mundo começou a prestar mais atenção a Christian Coleman em 2017, mas já em 2016 o talento norte-americano dava nas vistas ao correr os 100 metros em 9.95 (+1.7) em Eugene, nas meias-finais dos Trials. Não se apurou para os Jogos do Rio na distância individual porque não foi capaz de voltar a fazer a mesma marca na final, mas fez parte da equipa da Estafeta norte-americana nas eliminatórias.

Coleman domina em ambiente indoor e outdoor
Fonte: Eugene Diamond League

Em 2017, ainda como estudante universitário, acordou o mundo com os 9.82 (+1.3) com que voou para a vitória dos Campeonatos Universitários nos 100 metros, a marca mais rápida desse ano. Terá sido aí o seu pico de forma do ano, numa temporada em que antes mesmo dos Mundiais já somava 48 provas! Para se qualificar para esses mundiais de Londres, voltou a baixar dos 10 segundos, embora tenha sido 2º atrás de Gatlin. Já em Londres era o atleta apontado como o maior rival de Usain Bolt na última prova individual da carreira do atleta jamaicano. Nas meias-finais deu excelentes indicações com os seus 9.97 (+0.4), que pareceram obtidos de forma tranquila, na frente de Bolt. Na final, voltou a bater Bolt ao correr em 9.94 (-0.8), marca, que, no entanto, apenas chegou para a medalha de Prata, atrás do surpreendente Ouro do polémico Justin Gatlin. A chegada à meta foi tão próxima que ninguém no estádio – nem atletas, nem analistas, nem espetadores – conseguiram perceber de imediato quem seria o vencedor, mas, passados alguns segundos, o anúncio de Gatlin chocava o estádio. Coleman, apesar de não alcançar o ambicionado Ouro, marcava território e mostrava-se pronto para os grandes palcos. 

2018 começou já sem o jamaicano Bolt, e muita pressão estava colocada nos ombros de Coleman, apontado por muitos como o sucessor natural do jamaicano. Se em carisma Coleman não parece aproximar-se do poder de atração que Usain Bolt tinha cada vez que entrava em pista, a nível de marcas o ano do norte-americano foi fantástico. Começou com uma temporada indoor sensacional, onde bateu por duas vezes a marca de recorde mundial nos 60 metros. Na primeira vez, logo em janeiro, em Clemson, os 6.37 não viriam nunca a ser homologados para esse efeito, pois as instalações do complexo nem sequer estavam preparadas com os requisitos obrigatórios para que uma marca pudesse ser considerada recorde mundial. Porém, um mês depois, em Albuquerque, Coleman tirou todas as dúvidas e correu em 6.34, a melhor marca de sempre da distância. Mais tarde, iria a Birmingham voltar a brilhar, calando críticos que diziam que ambas as suas marcas anteriores deixavam dúvidas (desde as condições de Clemson à altitude de Albuquerque), correndo de novo em 6.37, um novo recorde de Mundiais de Pista Coberta. 

https://www.youtube.com/watch?v=ISvvvn-Z-QE

Tudo parecia bem encaminhado para uma época de afirmação do norte-americano. No entanto, uma lesão nos isquiotibiais que parecia de fácil tratamento acabou por se revelar difícil de debelar. O atleta começou por falhar o meeting de Xangai da Diamond League (na altura, a justificação oficial foi “por não se sentir nas melhores condições”), estreando-se depois em Eugene, onde viria a ser segundo atrás de Ronnie Baker, correndo em 9.84 (+2.4). Dias depois, o atleta iria a Roma, e os 10.06 (-0.6) com uma chegada à meta quase a passo não deixavam dúvidas de que algo estava mal. Voltou a parar por um mês e regressou em Rabat, onde venceu em 9.98 (-0.4) – e onde Lyles foi terceiro -, mas depois viria a não participar no meeting de Londres ao ter-se lesionado no aquecimento. A mesma lesão. Quase um mês depois, a 18 de agosto, reapareceu em Birmingham em força e venceu em 9.94 (-0.5), mas poucos preveriam o que viria a correr em Bruxelas na final da Diamond League: 9.79 (-0.3), marca mais rápida no mundo desde a final dos Mundiais de Pequim em 2015, e que o coloca como o 7º mais rápido de sempre! Um final de ano em grande depois de um verão tumultuoso para o atleta de 22 anos.

Quanto aos 200 metros, em 2018 – também por ter sido uma época com tantos incidentes – não fez qualquer prova. Até estava previsto participar numa prova com Noah Lyles e Michael Norman que prometia muito… é que pouco falámos durante este texto dos 200 metros de Coleman, mas ele já os correu em 19.85, em Lexington, no ano passado! Aliás, o atleta até tem alguma tradição nos 200 metros, tendo sido o primeiro atleta depois de Justin Gatlin, em 2002, a conquistar, na mesma edição, o título universitário dos 60 e dos 200 em ambiente indoor. Apurou-se inclusive para os 200 metros dos Mundiais de Londres, mas decidiu não participar, concentrando-se só nos 100 devido à elevada sobrecarga de provas nessa temporada.

Coleman continua a ser treinado por Abigi Id-Deen, coordenador técnico da Universidade de North Carolina. 

Pedro Pires
Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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