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O ressurgimento da velocidade britânica

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Estafetas

No dia 12 de Agosto, o mundo parava para assistir à última prova de Usain Bolt em pista. Não a sua última individual, pois aí a sua derrota já havia chocado o mundo no fim-de-semana anterior. Mas a sua última prova como elemento da estafeta 4×100 masculina jamaicana na final dos Mundiais de Londres. No último percurso, Usain Bolt recebeu o testemunho, parecia atrasado, mais ainda quando se lesionou e não pôde terminar a prova. Ainda assim, o estádio estava em delírio. Porquê? Porque a Grã-Bretanha acabava de vencer o Ouro na prova de velocidade, batendo os grandes favoritos norte-americanos, que contavam com os dois primeiros classificados da prova individual (Justin Gatlin e Christian Coleman). Uma curiosidade: entre os 4 elementos da equipa britânica não constava o único nacional que havia ido à final dos 100! Sim, claro que vencer estafetas é muito mais do que a soma dos tempos dos melhores elementos. Mas, sim, são precisos 4 elementos muito rápidos para correr em 37.47, um novo recorde europeu e a melhor marca do ano.

Ainda assim, não é caso único. Apesar da Grã-Bretanha nunca antes ter vencido o evento em Mundiais, já o havia feito em Jogos Olímpicos: na primeira edição do evento em 1912 e em 2004, numa também marcante vitória diante de uma fortíssima formação norte-americana (na altura em 38.07). No feminino, nunca venceram em Jogos Olímpicos, mas 32 anos depois voltaram a “sacar” uma medalha de Bronze em Atenas e nos Mundiais voltaram a ser Prata 37 anos depois. Algo vai muito bem nas estafetas britânicas. E muito disso poderá ter (também) a ver com a entrada em cena em 2015 do técnico norte-irlandês Stephen Maguire, contratado depois do fiasco das estafetas britânicas em Pequim, onde vimos inclusive colegas de equipas a criticar outros colegas no flash-interview depois de uma passagem de testemunho falhada. Pegando nas palavras de Jo Jennings ao Telegraph “Foi importante vermo-nos livre de alguns egos e atletas que não queriam fazer parte de uma equipa. A diversão e as brincadeiras continuam a fazer parte, mas os atletas gostam cada vez mais de trabalhar em conjunto”.

Como não podia deixar de ser, também a componente técnica das estafetas foi analisada e trabalhada por Maguire. Deixou de ser apenas “passar o testemunho”, mas foram trabalhadas para que cada passagem nunca demorasse mais de 2 segundos e sem desaceleração. Foram analisados os tamanhos exatos dos pés e a passada de cada atleta para as marcas na pista serem o mais precisas possível e foram contratados serviços de especialistas de psicologia, de forma a preparar os atletas para cenários de alta pressão.

Muito do sucesso das estafetas britânicas passa por Maguire
Fonte: UKA

Em várias entrevistas, os atletas não se têm cansado de referir que o sucesso da equipa britânica não pode ser explicado num único factor. Danny Talbot é um sprinter que tem passado um pouco escondido no meio de tanto talento britânico (apesar do seu registo pessoal aos 200 metros indicar um melhor de 20.16) e ele afirma à BBC que “podemos não ter ainda o mais rápido da história, mas temos com certeza o momento da história com mais atletas muito rápidos em simultâneo (…) Quando comecei, ir às meias-finais de uns Mundiais ou Jogos Olímpicos era o suficiente para seres o melhor nacional. Hoje tens que ser o 4º ou 5º melhor do mundo”.

Pedro Pires
Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

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