Os miúdos que foram gigantes

    Como se previa, foram 4 dias de muito Atletismo, muitas emoções e algumas surpresas. Houve Campeonato de Portugal, houve Europeus Sub-18 e houve Diamond League e aqui trazemos os momentos que marcaram estes dias no Atletismo, com o destaque claro para a nossa seleção juvenil presente em Gyor!

    1 – Os medalhados de Gyor 

    João Miguel Peixoto entrou nos Europeus Juvenis de Gyor com um recorde pessoal nos 800 metros de 1:53.21. Saiu da Hungria com um tempo de 1:49.42, baixando quase 4 segundos (!) a sua melhor marca, alcançando a medalha de Bronze e batendo o recorde nacional juvenil (que era de Fábio Gonçalves, em 1:51.44, desde 2007). Começar por aqui permite claramente perceber o feito de João Peixoto que não entrou em Gyor como favorito às medalhas, mas que sai dos Europeus com muitos mais olhos em cima de si que dificilmente o largarão agora que tem o seu nome no livro dos recordes. Uma prova taticamente muito boa do João, com uma segunda volta fulminante deu-lhe uma merecida medalha, a primeira de Portugal nos Europeus.

    https://www.facebook.com/EuropeanAthletics/videos/10156366434041181/?hc_ref=ARRtw0570XRJd1_0WIG87m-wpYXXKtNlEFQkDmOqedViQbNOtzcgnq3_uvY2C8B0jBM

    Mas a segunda não demoraria muito. Apenas pouco mais de uma hora depois de João Peixoto ter brilhado em pista, Etson Barros repetiu o feito, desta feita nos 2.000 metros obstáculos, embora aqui a medalha já fosse mais esperada. Etson entrou em prova como o melhor europeu do ano e fez uma corrida bastante forte, ao terminar em 5:49.79 (a sua segunda melhor marca de sempre) para alcançar a medalha de Bronze. No entanto, nesta prova a grande surpresa foi o vencedor francês Baptiste Guyon, que terminou em 5:43.92 (melhor marca europeia do ano), depois de cedo ter fugido na prova, altura em que muitos devem ter pensado que iria pagar caro esse esforço no final. 

    Um grande feito dos dois atletas portugueses que trazem para o país mais duas medalhas, sendo que Portugal tem agora um total de 3 medalhas nesta competição, 3 de Bronze, depois do Bronze de Marisa Vaz Carvalho no Salto em Comprimento na primeira edição em 2016. 

    2 – Portugal em Gyor: recheado de bons resultados

    Não seria justo deixarmos de referir toda a comitiva que esteve presente nos Europeus Juvenis de Gyor pelos resultados positivos alcançados. Começamos por falar da estafeta medley feminina, com duas provas de enorme valia, tendo batido por duas vezes o recorde nacional juvenil (o que fica, o segundo, foi em 2:10.85), alcançando o 4º lugar da final. Tivemos ainda mais dois finalistas, com a presença de Beatriz Andrade na final dos 100 metros, terminando na oitava posição – em 12.22 na final, mas havia sido mais rápida nas eliminatórias (11.85) e na meia-final (11.74, com vento acima do regulamentar) e de João Pedro Buaró na final do Salto Com Vara, terminando no 10º lugar (4.85 metros).

    A estafeta medley feminina com novo recorde nacional!
    Fonte: FPA

    Ainda destaque para 3 atletas que alcançaram recordes pessoais: Ana Costa correu os 400 metros em 55.66, Lia Lemos fez 9:44.76 nos 3000 e Juliana correu os 400 metros barreiras em 60.97. No geral, foi uma participação bastante positiva da equipa portuguesa, superando a pontuação da primeira edição dos campeonatos (18 face aos 12 de Tbilisi). 

    3 – A rising star Maria Vicente

    Há já quem diga que será complicado a IAAF não atribuir o prémio de rising star (uma espécie de atleta revelação) do ano a Maria Vicente, mas é algo difícil de prever num ano em que temos tido uma série de tão impressionantes resultados jovens e em que ainda iremos ter Mundiais Juniores e os Europeus seniores com vários jovens presentes. A verdade é que a atleta já é mesmo uma estrela e a imprensa espanhola não se cansa de fazer artigos e reportagens com a jovem de Barcelona. Maria Vicente conseguiu aquele feito que só está ao alcance dos melhores. Participou num grande evento – no caso, os Europeus Sub-18 ou Juvenis – e roubou totalmente as atenções, sendo a figura dos campeonatos. A participar no Heptatlo, começou os campeonatos a bater o recorde espanhol juvenil dos 100 metros barreiras em 13.25 e terminou o Heptatlo com um novo recorde mundial juvenil (tecnicamente é apelidado de melhor mundial e não recorde neste escalão…) de 6221 pontos, batendo a marca de Alina Shukh que era de 6186 pontos. A diferença para a segunda foi de 592 pontos (!) e Maria Vicente conseguiu 6 recordes pessoais nas 7 provas disputadas.

    Por si só isto já seria motivo para, provavelmente, ser a figura dos campeonatos. Mas isso não chegou à espanhola. Como dissemos, ela participaria também na prova individual de Triplo Salto e fê-lo com a obtenção de uma medalha de Ouro, com um salto de 13.95 metros, marca que é um novo recorde pessoal para ela, um novo recorde dos campeonatos e que lhe dá mínimos para os Europeus seniores de Berlim. Isto tudo com toda a pressão sobre si, no último salto, depois de no salto anterior ter perdido a liderança da prova. O melhor é mesmo verem: 

    https://www.facebook.com/EuropeanAthletics/videos/10156366573841181/

    Outro dado curioso sobre Maria Vicente: duas das marcas que obteve no Heptatlo (nos 100 metros barreiras e no Comprimento) dariam para ser…a campeã europeia nessa disciplinas nas provas individuais! 

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    Pedro Pireshttp://www.bolanarede.pt
    O Pedro é um amante de desporto em geral, passando muito do seu tempo observando desportos tão variados, como futebol, ténis, basquetebol ou desportos de combate. É no entanto no Atletismo que tem a sua paixão maior, muito devido ao facto de ser um desporto bastante simples na aparência, mas bastante complexo na busca pela perfeição, sendo que um milésimo de segundo ou um centimetro faz toda a diferença no final. É administador da página Planeta do Atletismo, que tem como principal objectivo dar a conhecer mais do Atletismo Mundial a todos os seus fãs de língua portuguesa e, principalmente, cativar mais adeptos para a modalidade.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.