Meia-Maratona de Copenhaga
Também na manhã de domingo, o percurso de 21.1 km fará as delícias dos amantes do desporto. Em Copenhaga, estão prometidas duas provas muito rápidas e com o aliciante de vermos nomes muito conhecidos do Atletismo de pista a testarem-se na distância.
Prova Masculina: Nesta prova, há a destacar a presença de 11 homens que já correram abaixo de uma hora (de acordo com a última lista divulgada – eram ainda mais previamente). O grande favorito será Abraham Cheroben (BRN), que assumiu uma quota ainda maior de favoritismo depois da desistência de Eric Kiptanui (KEN). Cheroben é o 3º atleta mais rápido de sempre na distância e já venceu na capital dinamarquesa no ano passado, pelo que se espera que volte a correr rápido, assumindo ir à procura de baixar o seu melhor tempo. E se tivermos em conta que correu aqui o seu melhor pessoal em 58:40 e que o recorde mundial de Tadese é de 58:23…fica fácil de perceber porque é que este poderá ser outro recorde em risco de cair na manhã louca de domingo.
Este ano, Cheroben concluiu duas provas na distância com dois segundos lugares (incluindo o Mundial de Meia-Maratona em Valência), pelo que procurará aqui a sua primeira vitória do ano e o seu primeiro tempo abaixo da hora.
Jorum Okombo (KEN), segundo classificado do ano passado, voltará a estar presente e é ele talvez a maior ameaça a Cheroben, sendo já o oitavo mais rápido de sempre. Okombo tem, agora, apenas 20 anos e no ano passado, seu ano de estreia na Meia-Maratona, correu em 58:48, pelo que muito se espera dele. Atenção também ao etíope Jemal Mekonnen, que foi 4º no Mundial de Valência e no ano passado 5º nos 10.000 metros dos Mundiais de Londres! A sonhar igualmente estará Mang’ata Ndiwa (KEN), que se estreou este ano na Meia-Maratona (em Stresa) e correndo…logo em 59.07!
Referir ainda a muita curiosidade que temos para ver a estreia de Yomif Kejelcha na Meia-Maratona, o etíope de 21 anos que tem brilhado em pista (duplo campeão mundial de pista coberta nos 3.000, com importantes vitórias na Diamond League, anteriormente campeão mundial júnior e juvenil) e que faz parte do Nike Oregon Project, encabeçado por Alberto Salazar.
Prova Feminina: No quadro feminino, também não nos podemos queixar da presença de nomes grandes, apesar da saída de cena de Gudeta (ETH) a poucos dias da prova. A queniana Joan Chelimo Melly, aos 27 anos, já apresenta um currículo que fala por si. Venceu em cidades como Berlim, Boston ou Praga e nessa última, em Abril deste ano, coreu em 1:05:04, um tempo que a coloca como a 4ª mais rápida de toda a história e a 13 segundos do recorde de Jepkosgei (KEN). Não se sabe o que poderá fazer na sua primeira prova desde Abril, mas a atleta admitiu querer o recorde mundial, num local onde foi 2ª na temporada passada.
Para fazer concorrência a Chelimo, teremos, claro, mais quenianas e etíopes. A queniana Ruth Chepngetich ainda não encontrou na Meia-Maratona a forma que demonstrou nos primeiros meses de 2017, altura em que correu o seu melhor (1:06:19) para vencer em Istambul. Ainda assim, apesar de desiludir no Mundial de Valência, depois foi a Paris correr uma Maratona na casa dos 2:22, mostrando que “a” prova pode aparecer a qualquer momento. Mais experiente e acostumada a estas andanças está a sua compatriota Mary Wacera, 2ª classificada no Mundial de Copenhaga em 2014 e 3ª em Cardiff em 2016. No ano passado vimo-la em Lisboa (foi 3ª) e este ano foi também 3ª em Houston, mas já na casa de 1:06. Por parte da Etiópia, estará uma velha conhecida da pista, Meskerem Assefa, que fará a sua primeira Meia do ano, depois de ter batido o seu recorde pessoal em Março no dobro da distância em Nagoya, quando foi 1ª com uma grande marca de 2:21:45. Merece ainda ser referida Ababel Yeshaneh, que este ano já bateu os seus recordes pessoais nos 10 km (31:26) e na Meia-Maratona (1:06.22), aí com a vitória em Istambul, pelo que chegará a Copenhaga com elevadas expetativas.
Por fim, falar da curiosidade de podermos ver em prova…Sifan Hassan! A holandesa – campeã europeia e recordista europeia dos 5.000 metros – já correu uma Meia em 2011, quando tinha apenas 18 anos. Agora regressa à distância para fazer uma experiência, uma vez que a atleta pondera a hipótese de “esticar-se” para os 10.000 metros nos próximos anos. Mais uma atleta de Alberto Salazar no projecto de Oregon.