AD Ovarense 44-115 SL Benfica: Vendaval encarnado coloca lisboetas na final

    Era e após duas vitórias do emblema campeão nacional da modalidade, que o SL Benfica se deslocava até ao Arena de Ovar, pavilhão com capacidade para cerca de 2.500 espectadores, para defrontar a AD Ovarense naquele que seria o terceiro jogo da meia final da Liga Portuguesa de Basquetebol. Na ressaca de um triunfo conseguido na sequência de tempo extra e onde um triplo sob a buzina impediu o empate da turma Ovarense na eliminatória, era de esperar que estivéssemos em presença de um encontro: fervilhante, equilibrado e com uma atmosfera fantástica, visto que o público de Ovar é um  dos mais entusiastas da modalidade no nosso País. Apesar de uma exibição de gala por parte da turma encarnada, assinando um triunfo histórico pela diferença registada no final da contenda, realce para o comportamento dos adeptos que não só permaneceram até à conclusão do encontro, como tributaram  uma enorme ovação à época realizada pelos comandados de João Tiago Silva que alcançaram também uma, inesperada, chegada à final da Taça de Portugal. Com efeito aqui ficam os maiores destaques numa exibição que coloca os vermelhos e brancos, certamente, como um alvo a abater, reforçando a candidatura à revalidação do título.

    5. Percentagem de concretização de lançamento do SL Benfica

    Numa partida que se julgava tivesse incerteza até ao soar da buzina, foi desde a sua “madrugada” que um fator surgiu com grande preponderância e extrema relevância para tamanho amasso! A eficácia de lançamento, de todos os lados do campo, seria a chave para o arquitetar de uma estratégia eximiamente colocada em prática! A receita era simples e não tinha nada que saber: bastava receber a pesada redondinha e assim que possível lançar, preferencialmente de fora! Com o tiro exterior a grande nível, quase todos terminaram a refrega com números verdadeiramente épicos neste departamento, sendo que também o jogo interior e a linha de lance livre estiveram com um aproveitamento de deixar qualquer bloco defensivo atónito! Apesar de não acreditar que tamanha eficácia se mantenha ao longo de todos os desafios da final, os adversários que se cuidem pois esta águia parece ter uma fome de bola como há muito não se vira  no nosso basquetebol!

    4. Norberto Alves

    Um técnico mais que habituado a jogos desta envergadura competitiva, levando já três campeonatos nacionais amealhados e outras tantas Taças de Portugal, eis que o natural de Coimbra parece ter tido papel decisivo na obtenção de uma vitória mais que incontestável! Começando, certamente, a vencer o encontro ainda nas cabines, o experiente treinador deve ter sido tudo menos meigo na sequência de um segundo encontro pouco bem jogado pelos seus atletas e apenas resolvido em tempo de prolongamento, sendo que os encarnados passaram grande parte do mesmo a correr atrás! Mais uma vez se provou o quanto um treinador pode ser importante na condução dos seus homens, pois motivou-os por forma a surgirem de cabeça limpa para afrontar um desafio no qual poderiam, desde já, carimbar lugar na grande final do campeonato. Fruto de anos de experiência a este nível e numa eliminatória que se prevê, e deseja bastante equilibrada, os bancos podem jogar cartadas  potencialmente decisivas, com os encarnados a estarem bem comandados e servidos a esse nível!

    3. Rotação defensiva forasteira

    Se é verdade que a formação caseira teve um daqueles dias para esquecer, também não é menos verdade que tão baixa pontuação, talvez a menor já mais conseguida num encontro alusivo a uma meia final de campeonato, se deve igualmente a uma forte, coesa e agressiva postura defensiva por parte dos da capital. Bem rápidos nas rotações assim como na constante e eficaz pressão sobre o portador da bola, essa capacidade de forçar erros pouco frequentes aos comandados de João Tiago resultou em prematuros e desconchavados lançamentos e precipitadas perdas da mesma. Com a experiência adquirida ao jogar a terceira competição mais importante do basquetebol a nível europeu, a Liga dos Campeões, tal condição pode vir a trazer grandes alegrias aos simpatizantes da águia em jogos deste grau de solenidade, onde cada erro se pode pagar bem caro! Serão eles capazes de manter esta eficácia no momento das decisões, com estas a serem na sua grande maioria as certas e mais adequadas?

    2. João Betinho Gomes

    Um exemplo , dentro e fora dos pavilhões, João Betinho Gomes é alguém cuja carreira não deixa dúvidas quanto à qualidade ostentada por este veterano. Mais que apto para assumir a batuta do emblema vermelho e branco em encontros desta magnitude , explana na perfeição  o papel que um base moderno deve comportar. Jogando e fazendo jogar, Betinho que conta entre outras com passagens naquele que é, salvo melhor opinião, o campeonato com o nível mais aproximado ao da NBA, o espanhol, algo que ajuda também muito no que à serenidade, confiança, temperamento e postura diz respeito. Com lugar, em minha opinião, entre os cinco praticantes mais valiosos da nossa Liga, o trintão pode ser bastante fiável , alguém em quem depositar as fichas todas quando as coisas estiverem bem apertadas para o lado do campeão nacional!

    1.Toney Douglas

    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Com um curriculum que fala  por si, sendo que foi com certa surpresa que  o vi ingressar nesta Liga e no clube da Luz, Toney Douglas é não só um absurdo marcador de pontos, tendo assinado duas dezenas e meia aproximadamente nesta partida, como também coloca muita agressividade, certeza e empenho em todas as ações defensivas. Único praticante a atuar entre portas a já ter passado pela melhor liga do mundo, participado aí em cerca de centena e meia de jogos, eis que estamos em presença de alguém que acrescenta e muito em termos qualitativos ao campeonato luso! Claramente a grande joia da coroa deste conjunto, e caso o físico não o trame, poderá e deverá  ser uma das maiores figuras deste final de festa! Com Toney ao leme, os encarnados têm nas suas fileiras não só um exímio executante , como um pensador do jogo, algo que influi, certamente, em toda a mecânica da equipa que representa. Com praticantes deste nível, creio que não só os adeptos encarnados como todos os amantes da modalidade em geral se sentirão uns felizardos por poderem assistir a tanta e tanta magia que semanalmente o norte-americano espalha pelos pavilhões deste Portugal!

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    Diogo Rodrigues
    Diogo Rodrigueshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação pela Universidade Lusófona do Porto. É desde cedo que descobre a sua vocação para opinar e relatar tudo o que se relaciona com o mundo do desporto. Foram muitas horas a ouvir as emissões desportivas na rádio e serões em família a comentar os últimos acontecimentos/eventos desportivos. Sonha poder um dia realizar comentário desportivo e ser uma lufada de ar fresco no jornalismo. Proatividade, curiosidade e espírito crítico são caraterísticas que o definem pessoal e profissionalmente.