FC Porto 78-87 Sporting CP: Leões triunfam convictamente na final da Taça de Portugal, 40 anos depois

    A CRÓNICA: DEPOIS DE 41 ANOS, OS DOIS GRANDES DE PORTUGAL VOLTAM A ENCONTRAR-SE NUMA FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL

    O Sporting CP abriu o marcador com um cesto de James Ellisor, mas o FC Porto rapidamente recuperou e, depois de dois triplos sem resposta, fez um parcial de 8-0, chegando à primeira paragem técnica, pedida por Moncho Lopez, técnico do FC Porto, a liderar por 19-11.

    O FC Porto abriu o jogo a procurar muito o ataque na transição rápida da defesa para o ataque, com um Sporting CP a procurar mais o ataque no meio-campo. Os leões saíram da paragem a procurar mais expressão ofensiva nos contra-ataques, abrindo com um parcial de 7-1. O Sporting CP conseguiu ganhar mais volume ofensivo, mas os portistas colmataram os erros de defesa da transição de ataque para defesa com o jogo exterior (quatro triplos no 1.º quarto) e, aliado a uma boa defesa interior no jogo de meio-campo, conseguiram entrar no 2.º quarto a ganhar 27-24.

    O 2.º quarto abriu bastante competitivo, com ambas as equipas a trocarem cestos de parte a parte, mas com o FC Porto a ir mantendo a liderança, maioritariamente com lançamentos exteriores ou da linha de lance-livre. Com Landis a liderar o ataque do FC Porto, o Sporting CP teve de atuar mais agressivamente na sua defesa, e Pedro Catarino foi o homem que conseguiu “secar” Landis.

    O jogo entrou numa fase mais “agressiva”, havendo faltas técnicas duplas no fim do 2.º quarto, com os ânimos algo exaltados. O Sporting CP conseguiu empatar, pela primeira vez, a partida, no último minuto do 2.º quarto, mas Landis rapidamente apagou esse empate com um lançamento de média distancia num ataque de 1×1. O Porto chegou ao intervalo a ganhar por 44-42.

    A segunda parte abriu bastante competitiva com cestos de parte a parte, apesar da pobre eficácia, tendo o FC Porto ganhado esta luta das tabelas. Já os leões aproveitaram melhor as suas transições rápidas e, insistindo no seu jogo interior, conseguiram passar para a frente do marcador, com James Elissor a marcar uma bandeja aos seis minutos do 3.º quarto.

    O FC Porto recuperava a liderança com um triplo de Pedro Pinto, mas rapidamente perdeu-a, depois de o Sporting CP marcar no outro lado do campo. Os leões faziam a chamada “box-and-one defense” para tentar retirar o efeito de Landis no ataque, o que resultou em bastantes lançamentos falhados por parte dos portistas.

    Um jogo muito equilibrado com ambas as equipas a passarem pela liderança do marcador
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Com os lançamentos exteriores do Sporting CP a finalmente caírem, os leões fazem um parcial de 6-0 e forçam a paragem técnica por parte do Porto, com a liderança por 58-51. Este resultado foi-se mantendo quase até ao final do quarto, com bastante esforço na defesa. Landis conseguiu marcar da linha de lance livre no último minuto, mas Elissor recuperou marcando no cair da buzina, fazendo o jogo estar 60-53 para começar o último quarto.

    O último quarto começa da mesma maneira que o terceiro acabou: com um cesto marcado de Elissor e com um FC Porto mais organizado ofensivamente, a marcar um triplo do lado contrário, por Gordon. Os leões entraram com mais confiança e o jogo exterior começava a fluir, mantendo a liderança no início do quarto. Do lado dos azuis e brancos, quando não aparecia Landis, aparecia Tinsley, que foi mantendo o FC Porto no jogo com triplos e lançamentos de dois com falta.

    Com o jogo bastante renhido, foi a altura de Travante Williams voltar para dentro de campo (depois de ter estado limitado por faltas). O jogador fez a sua presença ser sentida no preciso momento em que entrou em jogo, mostrando agressividade no ataque ao cesto. Moncho Lopez viu os leões a ganhar por nove, 73-64, e pediu desconto de tempo, a pouco mais de cinco minutos do fim do jogo, na esperança de “acordar” a sua equipa e de a organizar ofensivamente. De pouco valeu, pois o FC Porto tinha pouca disciplina defensiva e o Sporting CP conseguiria aumentar a vantagem para 12.

    O FC Porto não conseguiu encontrar um bom lançamento no ataque e não aproveitou as hipóteses na linha de lance livre, tornando-se cada vez mais difícil colmatar a diferença. Já o Sporting CP queria mais a vitória – ia ganhando a luta das tabelas e criando segundas oportunidades.

    O Sporting CP foi controlando o jogo e o tempo com ataques mais longos. Apesar de o FC Porto encostar mais o jogo a sete pontos – a 50 segundos do fim -, Travante Williams pôs o último prego no caixão com uma bandeja improvisada no meio da defesa do FC Porto. Assim, o Sporting CP venceu a sua 6.ª Taça de Portugal!

    Um bom jogo para inicio da época, com o Sporting CP a ganhar por 87-78 frente ao FC Porto. Os portistas entraram melhor no jogo, fazendo uma primeira parte mais controlada, mas os leões, depois do descanso, perceberam os ajustes a fazer… E assim que passaram para a frente do marcador, nunca mais olharam para trás!

     

    A FIGURA

    Sporting CP
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Bailey Fields – O poste dos Leões fez uma partida exímia, a lançar 7/10 de lançamentos de campo, aliando ainda 13 ressaltos com dois desarmes de lançamento. A sua prestação consistente ao longo do jogo valeu-lhe o prémio de MVP da partida.

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Ataque do FC Porto na 2.ª parte – Os leões perceberam que para fazer frente aos portistas teriam de “apagar” a maior ameaça no ataque do FC Porto, Max Landis. Por isso, entraram na segunda parte com uma defesa “box and one” muito forte. Com os azuis e brancos desorientados no ataque, os pontos que conseguiriam apontar no marcador foram fruto de jogada individual, lance livre ou até de um contra-ataque.

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    O FC Porto entrou muito forte no jogo, começando com bons parciais e com um tiro exterior muito eficaz. Tirou partido de todas as transições defesa-ataque que pôde, praticamente ao longo do jogo todo. No entanto, a pouca criatividade táctica do FC Porto fez com que o seu jogo dependesse muito do talento individual dos bases Brad Tinsley e Max Landis, fazendo com que a defesa zona diluísse o seu impacto no jogo e conduzindo à derrota.

    5 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Bradley Tinsley (8)

    Larry Gordon (7)

    Max Landis (8)

    Jonathan Augustin-Farrel (5)

    Eric Anderson Jr. (6)

    SUBS UTILIZADOS

    João Soares (5)

    Francisco Amarante (-)

    Miguel Queiroz (5)

    Pedro Pinto (6)

    João Torrie (3)

    Vladylav Vaytsa (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – SPORTING CP

    O Sporting CP entrou no jogo muito calmamente, como se estivesse a “testar a profundidade” da água contra o FC Porto e a perceber onde poderia atacar. Na primeira parte, fez o suficiente para se manter em jogo. Depois de alguns descontos de tempo, conseguiu implementar uma defesa agressiva focada em Max Landis, o que acabou por ser a receita para a vitória.

    5 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Travante Williams (6)

    Bailey fields (9)

    Shakir Smith (3)

    Joao Fernandes (7)

    James Elissor (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Diogo Ventura (5)

    Pedro Catarino (7)

    Claúdio Fonseca (5)

    Francisco Amiel (6)

    Diogo Araujo (5.5)

    Jalen Henry (5)

    Artigo revisto

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Vicente Tigre Avelar
    Vicente Tigre Avelarhttp://www.bolanarede.pt
    Pratica desporto desde os cinco anos, idade em que começou a jogar Basquetebol. Jogou ao serviço da Associação Desportiva Ovarense durante 12 anos (nos quais três foi campeão distrital de Aveiro). É licenciado em Gestão (ensino em Inglês) pelo ISEG e estudante no Mestrado de Finance pela mesma instituição. Instituição pela qual ainda pratica Basquetebol, tendo conseguido chegar ao Top-8 Nacional em duas épocas consecutivas. É uma pessoa com uma paixão pela modalidade e com uma forte opinião sobre a mesma, sempre aberto a diferentes visões e novas experiências.                                                                                                                                                 O Vicente não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.