SL Benfica 79-63 FC Porto: Águias batem dragões pela primeira vez na época

    A CRÓNICA: A SABEDORIA POPULAR É QUE SABE

    As teorias do saber popular registaram para memória póstuma que à terceira é de vez. O SL Benfica não deixou mal quem há anos anda a fazer propaganda de tal tese e venceu o FC Porto pela primeira vez na época ao fim de três confrontos e cimentou o primeiro lugar na segunda fase do campeonato.

    O início do jogo ficou marcado pelo desacerto. Até no aro estava difícil as equipas acertarem. Rapidamente, o FC Porto conseguiu impor algum domínio fruto de um parcial de 11-2 que levou o técnico das águias, Norberto Alves, a parar o encontro antes dos cinco minutos do primeiro quarto.

    Debaixo do olhar atento de Rui Costa, o SL Benfica começou a conseguir correr no campo, fruto dos lançamentos falhados e turnovers dos dragões. Dois triplos consecutivos de Frank Gaines e mais agressividade encarnada no ataque ao cesto encostaram o marcador. Até ao intervalo, nenhuma equipa conseguiu ganhar vantagem significativa, embora fosse o SL Benfica a sair com o conforto de uma liderança de 38-34.

    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    A intensidade subiu a um nível que o teto do pavilhão não foi capaz de conter. Cada ação defensiva ou lançamento, era celebrado com um olhar cerrado para o oponente. O SL Benfica teve no terceiro quarto o período mais produtivo do jogo, o que, aliado a um excelente desempenho defensivo, gerou uma vantagem de 14 pontos.

    O FC Porto continuou a perder muitas bolas e a forçar lançamentos, ajudando a que o SL Benfica terminasse com 24 pontos a partir dos turnovers adversários. Por isso, os últimos dez minutos serviram para confirmar a vantagem encarnada que acabou por se fixar nos 79-63.

    A FIGURA

    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Makram Ben Romdhane Uma presença fortíssima na luta das tabelas. Fechou o jogo com 12 ressaltos – cinco deles ofensivos – e 15 pontos. Foi utilizado na posição cinco durante largos minutos e foi a referência interior que o SL Benfica precisava.

     

    O FORA DE JOGO

    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Wendell Lewis Desde que chegou ao SL Benfica, persegue-o um problema na gestão das faltas. O seu peso e altura teriam ajudado os encarnados durante mais tempo dentro do campo, não fosse o rápido acumular de faltas. A par de Ivan Almeida, chegou às quatro faltas antes da segunda metade do terceiro quarto e terminou excluído no derradeiro parcial. Além disso, o norte-americano não conseguiu sequer conquistar qualquer ressalto.

     

    ANÁLISE TÁTICA – SL BENFICA

    Norberto Alves deu ordens aos jogadores para, assim que tivessem oportunidade, acelerarem o jogo, tentando evitar que o FC Porto realizasse os encaixes defensivos que melhor convinham aos azuis e brancos.

    Inicialmente, o SL Benfica ofereceu poucas ajudas, na defesa privilegiando a defesa do um contra um. Acontece que sempre que um jogador era batido tinha caminho aberto para o cesto. A situação foi ajustada com o decorrer do jogo.

    Com o acumular de faltas de Wendell Lewis, as águias viram-se obrigadas a utilizar Ben Romdhane na posição cinco. Se a defender foi difícil conter Mike Morrisson, no ataque, o tunisino ganhou na técnica.

     

    5 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Frank Gaines (7)

    Aaron Broussard (7)

    Makram Ben Romdhane (8)

    Ivan Almeida (5)

    Wendell Lewis (4)

    SUBS UTILIZADOS

    José Barbosa (5)

    Travis Munnings (6)

    José Silva (5)

    João Betinho Gomes (7)

    Arnette Hallman (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – FC PORTO

    A equipa de Moncho López agrupou-se bem na área perto do cesto para não dar lançamentos fáceis. Apesar dos encarnados lançarem triplos a 40%, os lançamentos exteriores do SL Benfica não estavam a cair, logo a estratégia revelou-se ganhadora.

    Com Miguel Queiroz por vezes a iniciar o ataque, o FC Porto deu primazia ao cinco para cinco em meio-campo. A partir daí, tentou criar situações de isolamento no poste baixo. Com o passar dos minutos, começaram a tentar forçar lançamentos para recuperar no marcador, o que não se revelou vantajoso.

     

    5 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Charlon Kloof (4)

    Francisco Amarantes (6)

    Rashard Odomes (5)

    Miguel Queiroz (5)

    Mike Morrison (4)

    SUBS UTILIZADOS

    João Soares (5)

    Vladyslav Voytso (4)

    Brad Tinsley (4)

    Miguel Correia (4)

    Jonathan Arledge (5)

     

    BNR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

     

    SL BENFICA

    Bola na Rede: O mau início podia ter comprometido, o que é teve que teve de acertar com os jogadores quando pediu o primeiro desconto de tempo com cerca de cinco minutos de jogo?

    Norberto Alves: Entrámos muito soft fisicamente. Tivemos que pressionar mais a bola. Eles estavam a conseguir jogar no spacing e timing exato ao ataque deles. Tivemos que intervir nisso.

     

    Bola na Rede: Wendell Lewis volta a ter problemas com as faltas. Em que é que isso altera o plano que trazia para o jogo e o quão satisfeito fica com o Makram Ben Romdhane?

    Norberto Alves: Temos que ter em conta que estes são os cinco estrangeiros que temos disponíveis, porque os outros estão lesionados. Às vezes, temos que perceber porque é que essas faltas acontecem. Muitas vezes nem é culpa do poste. Há uma falta em que a culpa é do base que está a atacar o pick and rol, porque não deu tempo ao Wendell Lewis de montar o bloqueio. O Ben é mais um quatro do que um cinco, por isso, tentamos fazer um jogo mais móvel com ele.

     

    FC PORTO

    Bola na Rede: Em relação ao plano de jogo, na primeira parte, o FC Porto conseguiu dar ajudas às penetrações do SL Benfica. A partir do momento em que os triplos do SL Benfica começam a cair isso alterou-lhe a estratégia que tinha?

    Moncho López: Os triplos que mais me custaram são dois do Gaines a sair pick and roll, um do Broussard e um do Betinho que também são gerados pela ação de pick and roll. A maior parte dos triplos do SL Benfica acontecem no final do terceiro quarto e já no último quarto. Estávamos a nove pontos e sofremos um parcial de seis zero com dois triplos do Gaines.

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    Francisco Grácio Martins
    Francisco Grácio Martinshttp://www.bolanarede.pt
    Em criança, recreava-se com a bola nos pés. Hoje, escreve sobre quem realmente faz magia com ela. Detém um incessante gosto por ouvir os protagonistas e uma grande curiosidade pelas histórias que contam. É licenciado em Jornalismo e Comunicação pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e frequenta o Mestrado em Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social.