CAPÍTULO 6: O COLAPSO
Anteriormente reconhecidos como uma das melhores organizações da NBA e amplamente considerados pela sua abordagem calculada na construção de uma equipa de elite, os Magic de repente pareciam desesperados em tentar qualquer coisa que pudesse ajudá-los a alcançar a grandeza que lhes havia sido privada após a saída de Shaq.
Após múltiplas escolhas sortudas no Draft, Orlando começou a recorrer à free agency para atrair alguns dos melhores jogadores da NBA, mas essa abordagem produziu resultados mistos. Depois de tentar, sem sucesso, convencer Tim Duncan a deixar San Antonio, os Magic apostaram tudo ao trazer Grant Hill e Tracy McGrady (T-Mac) para Orlando.
OTD in 2000, we officially announced the acquisitions of @Tmac_213 & @realgranthill33 🪄 pic.twitter.com/EFU1KxUMo1
— Orlando Magic (@OrlandoMagic) August 3, 2022
Infelizmente, em vez de títulos, as contratações trouxeram mágoas e dores de cabeça para a franquia. Um dos jogadores mais populares da liga, esperava-se que Hill fosse a próxima grande estrela de Orlando, mas as lesões impediram os fãs dos Magic de vê-lo na sua melhor forma. Uma lesão na perna sofrida antes de sua chegada a Orlando limitou Hill a apenas 200 jogos (de 492 possíveis) em seis temporadas com os Magic.
Por sua vez, o desempenho de McGrady foi eletrizante, conquistando dois títulos de melhor marcador da liga, com uma média de mais de 28 pontos por jogo. No entanto, quando o seu contrato de quatro anos com terminou após a temporada 2003-2004, T-Mac encontrava-se numa situação idêntica à de Penny Hardway, sem nunca ter conseguido passar da primeira ronda dos playoffs.
O maior problema dos Magic depois da saída de Shaq, foi o facto de terem resultados bons o suficiente a cada temporada para a direção acreditar que só precisavam de “mais um elemento” para levá-los de volta ao estatuto de elite.
Nas primeiras sete temporadas na era pós-Shaq, so Magic nunca teviram um recorde negativo e chegaram aos playoffs cinco vezes. No entanto, também nunca venceram mais de 45 jogos num ano e nunca venceram uma série de playoffs.
Por outras palavras, Orlando estava preso num ciclo de mediocridade. No que diz respeito a uma organização desportiva, o pior resultado possível é ter sucesso suficiente para que se tenha medo de fazer algo dramaticamente diferente e que possa fazer com que desapareça.
Muitas vezes, é preciso chegar ao fundo do poço para reconhecer que as coisas não estão a funcionar e que é essencial fazer mudanças significativas para ter resultados diferentes. Para os Orlando Magic, o fundo do poço veio durante a época 2003-2004.
Depois de vencer o jogo de abertura no prolongamento, os Magic perderam 19 jogos consecutivos, terminando a temporada com um recorde de 21 vitórias e 61 derrotas. A primeira temporada prejudicial da equipa desde 1992, ainda antes da chegada de Shaq.
Um momento precário para a outrora orgulhosa organização. Embora as consequências da perda de Shaq tenham sido inicialmente mínimas, a cada subsequente passo em falso a relação entre os Magic e os fãs leais de Orlando parecia ficar mais ténue. Uma relação que só viria a ser restaurada graças a Dwight Howard e à equipa que chegou às finais de 2009.
13 YEARS AGO today Dwight Howard recorded an NBA Finals and Magic playoff record nine blocks 🪄 pic.twitter.com/iD4jnyL4Li
— Orlando Magic (@OrlandoMagic) June 11, 2022
Foto de Capa: