Guia para o momento das decisões na NBA

    Cabeçalho modalidadesFaltam pouco menos de duas semanas para a Páscoa, mas confesso que, tirando os doces, a data pouco me interessa. Entretanto, daqui a aproximadamente uma semana termina a temporada regular da NBA e aqui estou eu numa pilha de nervos. A minha mãe ficaria orgulhosa por saber que eu sou mais adepto dos Miami Heat do que de Jesus Cristo… A maior liga de basquetebol do mundo entra na sua fase decisiva e, entre vantagens caseiras, a chance de fazer pelo menos mais quatro jogos nesta temporada e meter mais dinheiro ao bolso ou a oportunidade de garantir a próxima estrela no draft, muito se joga nestes últimos dias de temporada regular.

    Na Conferência Este, os Cavaliers adormeceram à sombra de uma vantagem que parecia confortável, desataram a descansar as estrelas e agora… estão atrás dos Celtics. As equipas de Boston e Cleveland defrontam-se esta semana no TD Garden, num jogo onde podem chegar empatadas e que, muito provavelmente, decidirá o líder do Este no fim da temporada regular. Os Celtics terão, apesar de tudo, um calendário mais fácil até ao fim, uma vez que os Cavs defrontarão equipas com algo ainda por jogar. Uma das equipas que os Cleveland terão de defrontar são os Toronto Raptors que recuperaram o terceiro lugar na semana passada e lutarão com os Wizards por esse mesmo posto. A equipa de Washington parece, pelo que o calendário aponta, a favorita a ficar à frente.

    Ainda no Este, os playoffs não estão ainda garantidos para os Bucks, que vão fazendo um final de temporada fantástico, e para os Hawks, mas deverá ser uma questão de tempo até que isso aconteça. Na luta pelos dois últimos lugares nos playoffs da conferência junto ao Atlântico, estão quatro equipas: Chicago Bulls, Miami Heat, Indiana Pacers e Charlotte Hornets. Os Bulls estão isolados no sétimo lugar, têm um calendário extremamente acessível e caminham a passos largos para o regresso aos playoffs. Os Heat, que têm vindo a cair desde a lesão de Waiters, têm uma tarefa hercúlea pela frente: depois de visitarem os rivais Hornets, vão fechar a temporada com os Raptors, Wizards (2x) e os Cavaliers. Do lado da equipa de Miami está apenas a necessidade de terminar com o mesmo recorde dos Pacers (e não perder em Charlotte). Os Indiana Pacers tentarão seguir para os playoffs “às costas” da estrela Paul George, que ainda este domingo esteve perto de conseguir quase sozinho uma vitória em Cleveland. Com sete vitórias nas últimas nove partidas, os Charlotte Hornets apareceram de rompante na luta pelo oitavo lugar do Este, mas terão de enfrentar um calendário complicado até ao fim.

    Fonte: allucanheat
    Fonte: allucanheat

    No Oeste, os Warriors parecem ter recuperado a sua força, depois de alguns sinais de queda com a lesão de Kevin Durant. A equipa de Golden State já leva uma vantagem considerável sobre os Spurs e é só uma questão de tempo até garantirem o primeiro posto. Os Utah Jazz e os L.A. Clippers, quarto e quinto classificados respetivamente, lutam pela vantagem caseira nos playoffs, num confronto que veremos na primeira ronda. Os Utah Jazz levam uma pequena vantagem, no entanto, o calendário da equipa californiana é, aparentemente, mais acessível. Na cauda da luta pelos playoffs, os Blazers conseguiram chegar-se à frente, estando com dois jogos de vantagem sobre os Denver Nuggets. Apesar de ambas terem pela frente calendários complicados, os quatro jogos caseiros dos Portland contra os dois de Denver, podem levar os Nuggets a ver os playoffs pela TV. Também na Conferência Oeste, a luta pelo MVP continua ao rubro, com Harden e Westbrook a lutarem taco-a-taco pelo prémio. O “barbas” James Harden tem a seu favor o recorde da equipa de Houston, enquanto que Russ tem seis jogos para igualar ou até ultrapassar o recorde de 41 triplos-duplos numa temporada, de Oscar Robertson. O base dos Thunder leva 40 neste momento.

    Por fim, a batalha no fim da tabela não será menos interessante. Aqui, o objetivo é perder. Quanto mais abaixo ficar uma equipa, maior será a probabilidade de garantir o primeiro lugar num draft recheado de jovens talentos. Porém, a equipa que se assume como mais provável para garantir o primeiro lugar do draft vai acabar a época sem nada. Os Brooklyn Nets, fruto de péssimas decisões no passado, devem a sua escolha no draft (que deverá ser a 1ª.) aos Celtics e deverão tentar o máximo de vitórias nestes últimos jogos, quanto mais não seja como forma de vingança perante a equipa de Boston, por terem feito os antigos dirigentes do clube nova-iorquino acreditar que trocar todas as escolhas nos drafts dos anos seguintes por estrelas em decadência era uma boa decisão…

    Neste tanking, que é um nome bonito que arranjaram para definir algo tão estranho como o desejo de perder jogos, os Lakers só mantêm a sua escolha no draft se forem um dos três piores recordes da liga (algo que são neste momento e que estão perto de garantir). Caso contrário, a escolha irá para os “colecionadores de picks” Philadelphia 76ers.

    Dia 12 de abril teremos a resposta a todas as perguntas que se fazem neste momento. O futuro de muitas equipas joga-se nestes próximos dias, tanto o futuro mais próximo como o mais distante. Como sempre acontece, a NBA prenderá milhões ao ecrã antes dos playoffs e a calculadora, objeto tão amado no desporto em Portugal, será um elemento essencial do outro lado do Oceano Atlântico.

    Foto de capa: SBnation

    Artigo revisto por: Francisca Carvalho

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    António Pedro Dias
    António Pedro Diashttp://www.bolanarede.pt
    Tem 22 anos, é natural de Paços de Ferreira e adepto do SL Benfica. Desde muito pequeno que é adepto de futebol, desporto que praticou até aos 13 anos, altura em que percebeu que não tinha jeito para a coisa. Decidiu então experimentar o basquetebol e acabou por ser amor à primeira vista. Jogou até ao verão passado na Juventude Pacense e tem o Curso de Grau I de treinador de basquetebol desde os 19. O gosto pela NBA surgiu logo quando começou a jogar basquetebol e tem vindo a crescer desde então, com foco especial nos Miami Heat.                                                                                                                                                 O António escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.