UM ALIEN QUE ATERROU NA NBA
Lançar ao cesto e marcar é, afinal, o aspeto mais primário do basquetebol, como no futebol é rematar à baliza e fazer golo…E é também, no fundo, o aspeto mais importante do jogo, até porque a matemática não engana, quem marca mais…ganha…simples. E aqui, Stephen Curry é o melhor de sempre.
Passo a explicar, quer no campo técnico, quer num campo um pouco mais pessoal.
Primeiramente, a sua mecânica de lançamento é incrível, assim como a forma automática e nada volátil como a bola sai das suas mãos. Às vezes, por exemplo, vemos Stephen Curry a lançar de ângulos improváveis, e porventura com o corpo aparentemente ‘torto’, porém, quando observamos o gesto do lançamento, esse, permanece intocável, quase perfeito diria, e isso também é espelho da sua capacidade estratosféria de atirar ao cesto.
O melhor lançador de sempre.
Eis o triplo histórico com que Curry bateu o recorde. pic.twitter.com/0qax0EFr3q
— B24 Dunk (@B24Dunk) December 15, 2021
Depois, a velocidade no ato do lançamento. Temos que ser realistas, hoje em dia, um jogador de estatura inferior – como é o caso de Curry – tem de arranjar soluções para sepultar potenciais «fraquezas» do ponto de vista físico, e Curry arranjou sempre.
Isto, porque através da rapidez com que lança inviabiliza – por vezes por questões de milissegundos – o oponente direto chegar a tempo para contestar o lançamento. E já vemos jogadores cada vez mais preocupados com isso, ao invés de procurarem uma mecânica ortodoxa. (Veja-se Ja Morant, Trae Young e LaMelo Ball).
Depois, e para concluir os aspetos mais técnicos, a sua capacidade corporal. Isto é, a facilidade com que ele sai de pindowns e de situações de aperto para ter um lançamento. E depois claro, a facilidade com que ele alinha o corpo em conformidade com o cesto. Vê-se (e já se viu) muito na NBA, porém com esta produção e facilidade de tiro? Nunca vi igual, nem mesmo Ray Allen, ou Klay Thompson.
Por fim, e num campo mais pessoal, há um ponto que também acho crucial para definir Stephen Curry: a sua mentalidade assassina (não é por acaso a alcunha babe-faced assassin) misturada com uma alegria e leveza ímpar.
“The Baby-Faced Assassin”
On this date 10 years ago, Stephen Curry made his Warriors debut! pic.twitter.com/eAtZiDVJ1s
— Golden State Warriors (@warriors) October 28, 2019
O lado mental e a vontade de conseguir sempre mais e melhor também faz diferença, aliás, arrisco-me a dizer que na maioria das vezes é o que separa um bom jogador de um jogador geracional, como é o caso de Curry.
Para finalizar, nunca houve um jogador a impactar o jogo da forma que Curry fez. Uma transfiguração em todos os parâmetros, e um jogador do melhor que se viu a fazer a coisa mais primária do basquetebol: lançar ao cesto.