Uma ode à mentalidade defensiva: Os Detroit Pistons de 2004 #2

CAPÍTULO 6: QUEM «MATOU» OS DETROIT PISTONS?

No ano seguinte à conquista do título, os Pistons poderiam ter assegurado a sua posição no topo da hierarquia, não fosse um lapso defensivo de Rasheed Wallace custar o segundo troféu consecutivo da equipa frente aos Spurs de Tim Duncan, Tony Parker e Manu Ginóbili. Uma dinastia parecia provável, se não garantida.

Em vez disso, os mesmos cinco titulares foram os perdedores de quatro finais seguidas da Conferência Este. O núcleo da equipa foi então rompido em 2008, com resultados desastrosos. E hoje, os Pistons são uma unidade inconsistente e de baixo rendimento, cujas esperanças estão depositadas em promessas intrigantes Cade Cunningham e Jaden Ivey.

Como isto aconteceu? Quem é realmente o culpado pela morte dos Pistons?

O primeiro suspeito nesta pertinente investigação é, ironicamente, um dos grandes responsáveis pela grande conquista de Detroit, Larry Brown. Os Pistons estavam na sua segunda aparição consecutiva nas finais da NBA. Mas num momento em que a atenção deveria estar centrada nos jogadores, o seu treinador estava a receber a maior parte do mediatismo.

Isto porque Brown não fez nada para abafar os rumores sobre a sua candidatura ao cargo de GM dso Cleveland Cavaliers. Preocupados com a saúde de Brown, que esteve ausente em vários jogos, supostamente por motivos de saúde, e irritados com a suposta procura de outros empregos durante a temporada, os Pistons dispensaram o renomado treinador após as finais de 2005.

Depois do entusiasmático Brown, o muito mais distante Saunders não conseguiu conquistar os corações da equipa. Alguns dos jogadores até se revoltaram, sendo o caso mais famoso Ben Wallace. Às ordens de Saunders, Detroit liderou a liga em vitórias no ano seguinte, mas nunca mais chegaram às finais. Além disso, a defesa da equipa – a sua imagem de marca sob o comando de Brown e do ex-técnico Rick Carlisle – recebeu pouca atenção em comparação.

Os Pistons daquela época, uma equipa composta por atletas várias vezes substimados pelo resto da liga, foram feitos à medida para a forma de jogar implementada por Brown. Além disso, eles respeitavam fervorosamente o seu treinador. Se Brown tivesse ficado, o núcleo poderia muito bem ter vencido talvez outro título ou dois.

Por outro lado, muitos adeptos e analistas preferem atribuir as culpas ao responsável por uma das escolhas de Draft mais dececionantes da história. O erro mais famoso de Joe Dumars enquanto GM dos Detroit Pistons tem um nome: Darko Milicic.

Visto como uma grande promessa à entrada para o Draft de 2003, o pivot sérvio foi escolhido por Dumars na segunda posição, tendo feito a sua estreia com a equipa nessa mesma temporada.  Infelizmente, a preferência por Milicic em vez de Dwayne Wade, Carmelo Anthony e Chris Bosh, viria a ser, no futuro não muito distante, um pecado que impediu a criação de uma dinastia.

Em três temporadas ao serviço dos Pistons,  Milicic nunca chegou sequer a ter uma média de 2.0 pontos por jogo e, no total das doze épocas em que jogou na NBA, o melhor registo que conseguiu foi na temporada 2010-11, cuja média de 8.8 pontos no foi sufuciente para ajudar os Minnesota Timberwolves. Pior ainda, o pivot nunca conseguiu marcar um lançamento de três pontos em toda a sua carreira profissional na NBA.

Em comparação, Dwayne Wade foi 3 vezes campeão de NBA, MVP das finais de 2006 e foi nomeado para o All-Star Game em 13 ocasiões (2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016 e 2019). Já Carmelo Anthony, esteve por 10 vezes no All-Star Game (2007, 2008, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017) e foi o melhor marcador da liga em 2013.

Por fim, Chris Bosh foi campeão em Miami (2011-12, 2012-13) e 11 vezes All-Star (2005-06, 2006-07, 2007-08, 2008-09, 2009-10, 2010-11, 2011-12, 2012-13, 2013-14, 2014-15, 2015-16). Qualquer uma destas estrelas poderia ter acrescentado o poder de fogo que faltava aos Pistons, sem perder asua capacidade defensiva. Em constraste, Milicic foi o inicício do fim para a era dourada de Detroit.

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Diogo Valente Vieira
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Estudante na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa. Procura realizar um percurso profissional dedicado sobretudo ao desporto nacional e internacional, através do jornalismo. O seu objetivo principal é tornar o jornalismo desportivo em Portugal o mais imparcial e prático possível, apresentando ao mesmo tempo uma personalidade com a qual a audiência possa identificar-se. Tem como interesses de destaque o futebol, o basquetebol e o wrestling.

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