NCAA March Madness: o Rescaldo (Parte I)

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    Mais um ano, mais um alucinante mês de Março no basquetebol universitário. Para ser mais preciso, são vinte e um dias dias entre 18 de Março e 7 de Abril em que se disputam sessenta e três jogos para coroar o novo campeão universitário na modalidade. Todos os jogos são uma final: quem perde vai para casa, quem ganha avança para a ronda seguinte.

    Como se não bastasse a emoção de termos as melhores sessenta e oito equipas de entre as trezentas que competem no basquetebol universitário a jogarem jogos de eliminação entre elas até ficar apenas um vencedor, este ano o bilionário Warren Buffett prometeu oferecer um bilião de dólares a quem conseguisse preencher uma bracket perfeita, adivinhando o vencedor de todos os sessenta e três jogos. Por muito improvável que fosse isso acontecer, este ano esse sonho acabou rapidamente, pois logo após o final da segunda ronda, ou seja, do quarto dia de competição, já não havia brackets perfeitas.

    Na primeira ronda, disputada nos dias 18 e 19 de Março, realizaram-se quatro jogos e não houve qualquer surpresa digna de registo, ficando essas guardadas para a segunda ronda, disputada a 20 e 21 de Março. A segunda ronda consistiu em trinta e dois jogos disputados em dois dias – dezasseis jogos por dia. Nesta ronda tivemos a passagem de alguns dos favoritos a ganhar a competição, como Florida, Syracuse, Michigan State, Michigan, Arizona, Kansas, Wichita State, Virginia, Iowa State ou Louisville, mas também tivemos alguns underdogs a surpreender e à procura de se tornar a Cinderella team do torneio deste ano – Harvard, que eliminou Cincinnati; North Dakota State, que passou por Oklahoma; e o mais surpreendente de todos, Mercer, que venceu o sempre candidato Duke. Mercer merece lugar de destaque, pois além de estar cotada como a décima quarta melhor equipa da sua zona e de Duke ser a terceira, Duke é treinada pelo Coach K, nada menos que Mike Krzyzeswski, campeão universitário por quatro vezes e campeão olímpico com a selecção dos Estados Unidos em 2008 e 2012. Krzyzeswski teve o gesto de ir ao balneário de Mecer no final do jogo congratular os jogadores e a equipa técnica por uma excelente vitória. Como se isso não bastasse, umas das estrelas maiores do basquetebol universitário é também a estrela de Duke – o small forward Jabari Parker, que se decidir entrar para o draft da NBA do ano que vem poderá provavelmente ser a escolha número um desse mesmo draft.

    Além destas equipas, passaram também à terceira ronda Dayton, Wisconsin, Pittsburgh, Oregon, Connecticut, Saint Louis, Texas, Villanova, San Diego State, Baylor, Stanford, Creighton, Tennessee, Gonzaga, Memphis, North Carolina, Austin, Kentucky e UCLA.

    Dayton a "Cinderella team" deste ano Fonte: Frank Franklin/AP
    Dayton a “Cinderella team” deste ano
    Fonte: Frank Franklin/AP

    O destaque em termos de exibição destas duas primeiras rondas vai para Adreian Payne, o center de Michigan State que dominou Delaware com os seus 41 pontos e 8 ressaltos na vitória da sua equipa por 93-78. A maior desilusão tem de ser Jabari Parker, apesar dos seus 14 pontos e 7 ressaltos, uma vez que viu a sua equipa cair perante Mercer, algo inexplicável para um jogador sobre quem já se disse ser a maior promessa deste desporto desde o aparecimento do grande LeBron James.

    A terceira ronda foi disputada a 22 e 23 de Março e consistiu em dezasseis jogos divididos igualmente por estes dois dias, ou seja, oito jogos por dia. No primeiro dia tivemos a passagem de alguns dos favoritos à vitória máxima, como Florida, Michigan State, Louisville ou Michigan, que com maior ou menor dificuldade ultrapassaram os seus adversários e avançaram na competição. Wisconsin e San Diego State, apesar de não serem considerados favoritos, têm boas equipas e avançaram também para a ronda seguinte, sendo que o melhor jogo do dia foi o disputado entre Wisconsin e Oregon. Como sempre, houve algumas surpresas: Connecticut, que era o número sete no Este, venceu facilmente Villanova, que estava avaliada como a segunda melhor equipa desta região; e a maior delas todas, Dayton, que já tinha causado sensação ao eliminar Ohio State na segunda ronda e que deixou para trás um dos favoritos à vitória final, Syracuse. Note-se que Syracuse é treinada por Jim Boeheim, que ganhou a competição em 2003 com Carmelo Anthony como estrela principal e que agora tinha em Tyler Ennis um dos melhores point guards do torneio. Apesar dos seus 19 pontos, 4 ressaltos e 3 assistências, Ennis não conseguiu evitar a eliminação da sua equipa.

    O segundo dia da terceira ronda começou logo com a eliminação surpresa de um dos favoritos, Kansas, por Stanford. A equipa treinada por Bill Self (campeão com Kansas em 2008) não podia contar com o fantástico center Joel Embiid, que continua lesionado, mas tinha ainda o small forward canadiano Andrew Wiggins, uma das maiores estrelas do basquetebol universitário e também ele possível escolha número um do draft da NBA do próximo ano. Tal como Jabari Parker, de Duke, saiu do torneio pela porta pequena, com uns míseros 4 pontos e 4 ressaltos. São as duas maiores desilusões do torneio, dado que eram os jogadores de quem mais se esperava e nenhum deles esteve à altura do seu talento. Num jogo fabuloso, os Kentucky Wildcats de John Calipari, campeão da NCAA em 2012 com Anthony Davis, venceram Wichita State por 78-76, liderados pelo promissor power forward Julius Randle (13 pontos e 10 ressaltos – duplo duplo), apesar dos 31 pontos e 7 ressaltos do forward de Wichita, Cleanthony Early. Não se pode dizer que este resultado foi um choque, mas Wichita State estava avaliado como a equipa número um do Midwest depois de ter ficado invicto na época regular (31-0), enquanto Kentucky estava apenas em oitavo, apesar de ter começado o ano apelidado de equipa mais talentosa da nação.

    Wiggins e Parker, 2 maiores promessas que foram as 2 maiores desilusoes da prova Fonte: Truschool Sports
    Wiggins e Parker, 2 maiores promessas que foram as 2 maiores desilusoes da prova
    Fonte: Truschool Sports

    Jogão entre Iowa State e North Carolina, duas das melhores equipas do Este, num frente a frente memorável que foi apenas resolvido com um buzzer beater do shooting guard DeAndre Kane (24 pontos, 10 ressaltos e 7 assistências) a um segundo do fim, dando a vitória a Iowa por 85-83 num jogo impróprio para cardíacos. March Madness no seu melhor. No resto dos jogos, Tennessee venceu facilmente Mercer; UCLA bateu Austin; Virginia passou por Memphis; Arizona deixou Gonzaga de fora e Baylor acabou com o sonho da equipa de Creighton, eliminando assim o small forward Doug Mcdermott, que acabou o jogo com 15 pontos e a sua carreira universitária como o quinto melhor marcador de sempre da NCAA, com 3150 pontos, apenas ultrapassado por nomes como Alphonso Ford, Lionel Simmons, Freeman Williams e Peter “Pistol Pete” Maravich.

    O destaque da jornada vai para a exibição do point guard de Connecticut, Shabazz Napier, que com os seus 25 pontos, 5 ressaltos, 3 assistências e 2 roubos de bola ajudou a sua equipa a ultrapassar os favoritos de Villanova. A maior desilusão, tal como já tinha referido, foi uma das estrelas do jogo a nivel universitário, Andrew Wiggins, de quem se esperava muito mais do que 4 pontos na eliminação da sua equipa, os super-favoritos Kansas Jayhawks, perante Stanford.

     

    (Segunda Parte do Texto AQUI)

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    O João defende que o Porto devia acabar e o Sporting nunca devia ter existido. Carrega, Benfica! Fora de brincadeiras, para além desta paixão cega pelo clube da Luz, venera Mourinho, despreza Villas-Boas e é fã dos Boston Celtics e dos New England Patriots.                                                                                                                                               O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.