A selecção nacional sénior masculina não conseguiu garantir um lugar na Fase de Qualificação para o Mundial de 2019 (participam 32 selecções europeias e apuram-se 12 para o Mundial de Pequim). No confronto directo com a Bulgária e a Bielorrússia ganhámos apenas um jogo em seis disputados. Isto é, ficámos em terceiro… num grupo de três. De fora da segunda fase ficaram apenas Portugal, Arménia, Eslováquia, Albânia e Macedónia.
A presença nacional foi modesta, mas não surpreende se levarmos em linha de conta o panorama da modalidade e os resultados dos jogos de preparação: ganhámos apenas dois jogos (Roménia e Tunísia) e perdemos cinco (Holanda, Tunísia, Bósnia, Estónia e Macedónia).
A análise superficial dos dados estatísticos da fase pré-qualificativa mostra claramente que, na actualidade, temos muitas dificuldades no ataque: marcamos poucos pontos (média de 74), lançamos mal ao cesto (37,5 % é o total de lançamentos em campo), temos dificuldades no jogo interior (43,4 % de lançamento duplos) e fomos os piores da prova nos triplos (27,7 %). Se juntarmos ainda a debilidade na conquista de ressaltos é fácil entender o porquê de tantas derrotas.
Na actualidade, não temos jogadores com qualidade suficiente para obter grandes resultados; apenas o naturalizado João Gomes (joga em Itália no Aquila Basket Trento) consegue competir com eficácia ao nível mais elevado. Lesionado, não participou – e bem falta fez.
Em 2007 Portugal regressou após 56 anos de ausência a uma Fase Final do Campeonato Europa. Comandados por Valentyn Melnychuk, conseguimos o histórico nono lugar em Espanha.
Dos 12 elementos da equipa (que bem merecem uma festa de homenagem) ainda jogam e bem: Elvis Évora, Paulo Cunha, Jorge Miguel Coelho, Miguel Miranda, Mário Fernandes, João Gomes (Betinho) e Miguel Minhava. Se levarmos ainda em conta que Nuno Marçal, pese o facto de já ter 42 anos, continua a ser, justamente, o MVP da prova, fica claro que a renovação com qualidade não foi conseguida por Moncho Lopez (27% de vitórias em 51 jogos, 14 vitórias e 37 derrotas), Mário Palma (31% de vitórias em 89 jogos, 28 vitórias, 59 derrotas e um empate), e encontra grandes dificuldades com Mário Gomes (30% de vitórias em 10 jogos, três vitórias e sete derrotas).
Mais naturalizações de jogadores não resolvem o problema de fundo (os norte americanos Jeremiah Wilson e Raven Barber são candidatos num futuro próximo à única vaga de naturalizado).
Com os Europeus a serem disputados de quatro em quatro anos e intercalados com o Mundial, se não arrepiamos rapidamente caminho coremos o risco de jogar frequentemente nas denominadas fases de pré-qualificação com adversários sem expressão na modalidade.
Segue-se em Novembro nova fase de pré-qualificação, desta feita para o Europeu de 2021, tendo pela frente Chipre e Luxemburgo, numa prova onde o mais difícil é mesmo não ficar apurado, não só pela fraca valia dos opositores mas também porque a maioria segue para a fase qualificativa (cinco em nove).