Uma final em castelhano

    Existem duas certezas à partida para a final de domingo em Pequim: o vencedor não será um dos favoritos aquando do início do Mundial de Basquetebol e quem levantar a taça terá como língua primária, certamente, o castelhano. Um mundial cheio de surpresas, desilusões e a prova de que a qualidade não tem idade.

    Espanha e Argentina defrontam-se este domingo na final da 18ª edição do Mundial de Basquetebol. Ambas chegam à final muito por culpa da experiência dos seus intérpretes, que embora sem darem espetáculo, tiveram uma regularidade tremenda ao longo de toda a prova. Será a segunda presença dos espanhóis e a terceira dos argentinos, com uma vitória para cada lado.

    A Espanha chegou à final depois de um jogo muito disputado, com dois prolongamentos, frente à Austrália. Os australianos dominaram durante grande parte do jogo, mas já no quarto período, foi Marc Gasol a trazer os espanhóis de volta à luta. A apenas quatro segundos do fim, Patty Mills falhou um dos dois lances-livres de que dispôs e o jogo seguiu para prolongamento. Aí, Gasol não falhou quando chegou a sua vez e enviou a partida para um segundo tempo extra, onde um parcial de 10-0 propulsionado por um Sergio Llull endiabrado retirou a Austrália da luta e enviou a Espanha para uma final do Mundial, após treze anos de seca.

    Luis Scola, a jogar “em casa”, foi a estrela principal das meias-finais
    Fonte: FIBA

    No outro jogo decisivo, foi a Argentina a levar a melhor sobre a França, que havia eliminado os Estados Unidos. Os argentinos até começaram atrás no marcador, mas uma recuperação ligeira, que os deixou com sete pontos de vantagem ao intervalo (incluindo um buzzer beater de Facundo Campazzo) mudaram o rumo do jogo e nunca mais a turma gaulesa conseguiu incomodar. Luis Scola voltou a brilhar, colecionando 28 pontos, com um duplo-duplo garantido logo ao intervalo. O veterano que agora atua na China continua a impressionar e a liderar a seleção sul-americana.

    Fora da final mas com prestações positivas, Austrália e França lutarão pela medalha de bronze. Os australianos já garantiram a sua melhor prestação em mundiais, mas a única derrota na competição acabou por surgir em má altura. Já a França, depois de conseguido o feito de eliminar os Estados Unidos, foi afastada pela Argentina, num jogo em que não conseguiram manter a eficácia demonstrada até então.

    A Sérvia e os Estados Unidos são a as grandes desilusões de um torneio a que eram apontados como favoritos. Os sérvios sucumbiram perante a Argentina num jogo em que a defesa simplesmente não existiu, enquanto os americanos vão mesmo colecionar a sua pior prestação de sempre em mundiais. Depois da derrota com a França seguiu-se nova derrota com a Sérvia, isto para uma seleção que ia em 58 vitórias consecutivas em grandes competições.

    Marc Gasol e Ricky Rubio são os pilares de uma Espanha que procura manter a invencibilidade em finais
    Fonte: FIBA

    Na final de domingo, que se disputa às 13h, hora de Lisboa, defrontar-se-ão duas seleções que devem muito aos seus veteranos. Na Espanha, jogadores como Marc Gasol, Ricky Rubio, Rudy Fernandez ou Sergio Llull trazem já muitos minutos de basquetebol nas pernas e muita sabedoria internacional sobre o jogo. Gasol, campeão este ano na NBA, será peça chave numa equipa que terá de se assumir como favorita.

    Do outro lado, uma Argentina comandada por Scola e Campazzo, mas que também conta com Patricio Garino e Gabriel Deck como jogadores influentes, pretende manter o seu bom momento na competição. Será um jogo muito interessante de seguir, onde a inteligência e a capacidade tática serão essenciais, com a vitória provavelmente a pender para o lado mais eficaz e que cometer menos erros.

    Foto de Capa: FIBA World Cup

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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    António Pedro Dias
    António Pedro Diashttp://www.bolanarede.pt
    Tem 22 anos, é natural de Paços de Ferreira e adepto do SL Benfica. Desde muito pequeno que é adepto de futebol, desporto que praticou até aos 13 anos, altura em que percebeu que não tinha jeito para a coisa. Decidiu então experimentar o basquetebol e acabou por ser amor à primeira vista. Jogou até ao verão passado na Juventude Pacense e tem o Curso de Grau I de treinador de basquetebol desde os 19. O gosto pela NBA surgiu logo quando começou a jogar basquetebol e tem vindo a crescer desde então, com foco especial nos Miami Heat.                                                                                                                                                 O António escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.