A procissão vai no adro mas o silêncio é ensurdecedor | Ciclismo

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    Em abril de 2022, houve uma nova desilusão no Ciclismo nacional. A equipa W52/ FC Porto / Porto Canal foi alvo de buscas e as suspeitas de doping acabaram por tornar arguidos os principais responsáveis e a maioria dos ciclistas.

    O conjunto portista tinha vencido cinco das seis últimas Voltas a Portugal e pela forma, como controlavam o desenrolar da Grandíssima, parecia ser uma equipa imbatível e com um elenco de ciclistas muito experientes.

    Sem atletas para a Volta 2022, foi admitida a possibilidade da equipa participar, com atletas contratados de propósito, com a concordância claro da organização da prova. Quando há dúvida no mérito, ainda para mais numa modalidade massacrada por casos de doping, não se deveria ter alimentado a possibilidade na participação na Volta.

    O desmoronamento da formação dominadora da principal prova do calendário nacional acentuou-se com a suspensão da licença da equipa por parte da União Ciclista Internacional e, com a posterior, desistência em apresentar equipa para a temporada seguinte.

    No entanto, ainda foi mais chocante a admissão da culpa de alguns dos maiores nomes do pelotão em Portugal. As vitórias da equipa foram apagadas, a formação velocipédica extinta, mas as reações foram parcas.

    Desde logo, não houve uma resposta firme da Federação a este caso que assombra ainda mais o Ciclismo. Por outro lado, os responsáveis da equipa admitiam mudar-se para Espanha, contratar novos atletas, mas nunca pareceu existir uma preocupação sobre o que se passou de errado ou uma aparente postura de colaboração para contribuir para a transparência da modalidade. Da organização da Volta, não houve também um discurso mais assertivo sobre este caso, apesar de o papel principal não ser aí.

    Por último, como é que um clube como o FC Porto se deixa enredar nas teias da corrupção desportiva, neste caso no doping, e não houve nenhuma palavra a tentar transmitir uma mensagem de admissão de erros ou de corrigir a má imagem que traz ao clube.

    O que parece é que a preocupação não abundou num caso por, se calhar, terem existido muitos mais anteriormente. Porém, o mundo do ciclismo português precisa de se mostrar assertivo, unido e mostrar que está realmente empenhado em combater estes casos e lutar pela transparência. Não falta só o dinheiro para melhorar a modalidade em Portugal e tornar as equipas e a competição mais competitivas e mais atrativas às grandes formações do pelotão internacional e do calendário World Tour.

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    Pedro Filipe Silva
    Pedro Filipe Silvahttp://www.bolanarede.pt
    Curioso em múltiplas áreas, o desporto não podia escapar do seu campo de interesses. O seu desporto favorito é o futebol, mas desde miúdo, passava as tardes de domingo a ver jogos de basquetebol, andebol, futsal e hóquei nacionais.